Climate adaptation at local level: characterising adaptation options in Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marreiros, Susana Isabel Vicente
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/40615
Resumo: Tese de mestrado, Ecologia e Gestão Ambiental, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2019
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spelling Climate adaptation at local level: characterising adaptation options in PortugalAdaptação às alterações climáticasEventos extremosPolíticas de adaptaçãoImpactos climáticosAnálise de riscoTeses de mestrado - 2019Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências BiológicasTese de mestrado, Ecologia e Gestão Ambiental, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2019As alterações climáticas são um assunto cada vez mais importante e urgente. O aumento das emissões de gases com efeito de estufa e as alterações nos usos do solo causam mudanças profundas na atmosfera e provocam alterações nos padrões climáticos. As tendências atuais a nível global e regional, bem como as projeções climáticas para o futuro, apontam para um agravamento dos eventos climáticos extremos em todo o mundo. No contexto europeu, Portugal encontra-se particularmente vulnerável às alterações climáticas devido à sua localização, dado que o Mediterrâneo é a região europeia que enfrenta um maior número de impactos, e a Península Ibérica em especial tem sido alvo dos maiores aumentos de temperatura da Europa, estando projetado que estas tendências continuem a agravar-se. O aumento dos episódios de ondas de calor e dos incêndios florestais, a diminuição do volume de precipitação (com consequente agravamento das situações de seca) e a subida do nível médio das águas do mar têm causado impactos em Portugal e antevê-se que continuem a piorar no futuro. Dada esta tendência que se verifica, é urgente atuar sobre as alterações climáticas através da mitigação (reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa) e adaptação (evitando e/ou reduzindo danos e aproveitando as oportunidades que as alterações climáticas proporcionam). Estas duas formas de ação estão interligadas e são complementares, sendo ambas essenciais para lidar com as alterações climáticas e salvaguardar o futuro de ecossistemas, populações e atividades económicas. Esta dissertação propôs a avaliação dos padrões de adaptação à escala local em Portugal. Os objetivos foram categorizar, padronizar e analisar as opções de adaptação de municípios portugueses, avaliar se existe uma ligação entre análise de risco, dados climáticos e adaptação, mapear o risco e a adaptação para eventos climáticos específicos, e induzir como o país se irá adaptar no futuro. Como contextualização introdutória, analisou-se o estado-da-arte mundial, europeu e nacional em relação à adaptação, tornando o foco gradualmente mais local. Atualmente, existem vários instrumentos de adaptação a diferentes escalas. Portugal está bem encaminhado relativamente à adaptação, tendo 13 estratégias/planos a nível intermunicipal e 47 a nível municipal (EMAAC), com mais alguns a ser atualmente desenvolvidos, o que significa que a maior parte do continente e regiões autónomas está coberta por um ou mais instrumentos de adaptação. O foco principal desta dissertação foram as 27 estratégias municipais de adaptação produzidas por técnicos municipais no âmbito do projeto ClimAdaPT.Local, que decorreu entre 2015 e 2016. Este projeto contou com o apoio de uma equipa científica e baseou-se numa metodologia específica denominada ADAM (Apoio à Decisão em Adaptação Municipal), que inclui a identificação de vulnerabilidades atuais e futuras, análise de risco, identificação e avaliação de opções de adaptação, integração nos instrumentos de gestão territorial, monitorização e revisão. Para uma análise mais objetiva das visões e intuitos dos municípios, nesta dissertação as opções de adaptação foram classificadas em 21 clusters, de acordo com o seu âmbito e objetivos principais. Esses dados padronizados permitiram ter uma visão geral das tendências de adaptação em Portugal: prevenir cheias/inundações, poupar água, sensibilizar a população e os técnicos locais, adaptar as práticas agroflorestais e realizar monitorização são as principais ações que os municípios se propõem a implementar. O tipo de adaptação mais comummente referido pelos municípios estudados é referente às opções não estruturais (soft adaptation), as quais dizem respeito a ações que não requerem intervenções físicas, podendo ser de gestão, políticas, sociais, entre outras, sendo um dos exemplos mais comuns a educação ambiental. 63% das opções elencadas pelos municípios incluem-se nesta classe. Esta tendência é particularmente relevante já que as opções não estruturais são mais flexíveis em relação à incerteza e frequentemente acarretam custos de implementação menores do que ações que requeiram a construção de infraestruturas. Na maioria dos casos estudados nesta dissertação não há uma correlação direta entre adaptação, dados climáticos e análise de risco, havendo apenas duas exceções: i) a correlação significativa (p-value <0,02) entre a área municipal ardida e a proporção de opções para prevenir/recuperar de incêndios florestais, o que demonstra que os municípios reagem aos fogos florestais de grande dimensão, procurando evitar que se repitam no futuro, ou seja, são mais reativos do que proativos no que diz respeito à forma como se adaptam a este tipo de evento climático; ii) a correlação (p-value <0,10) entre o risco futuro de seca e a proporção de opções para poupança de água, mostrando um certo grau de preocupação com a forma como as secas afetam uma multiplicidade de setores. Para todos os outros casos, embora os municípios estejam geralmente a adaptar-se aos impactos esperados, a proporção de opções de adaptação para lidar com uma vulnerabilidade específica não tem relação com a gravidade desse risco ou com o quão extremo o clima se está a tornar. Além disso, algumas vezes um risco específico não foi analisado, mas foram elencadas opções de adaptação para lidar com esse risco, ou, contrariamente, o risco foi analisado, mas não foram criadas opções para se adaptar ao mesmo. O processo de adaptação é complexo e depende de uma multiplicidade de fatores difíceis de quantificar e avaliar, tais como as especificidades e prioridades dos municípios e os backgrounds e funções dos técnicos envolvidos. Em última análise, a estratégia tem de ser aprovada pela hierarquia superior no município, portanto a sua estrutura e decisões estarão também dependentes das agendas políticas e dos orçamentos alocados ou expectados. Tendo em conta os resultados desta dissertação, foram induzidas algumas tendências futuras relativamente à adaptação às alterações climáticas em Portugal: i) espera-se que o aumento de estratégias intermunicipais seja baixo, uma vez que quase todas as comunidades intermunicipais já possuem atualmente uma estratégia; ii) o desenvolvimento de EMAACs será mais lento do que até agora, mas esta tendência poderá mudar caso surjam novas oportunidades de financiamento; iii) é expectável que a prevenção e recuperação de fogos florestais continue a ser um processo reativo num futuro próximo, a menos que haja uma mudança de paradigma no país; iv) nos próximos anos haverá uma crescente implementação de opções de adaptação, marcando a passagem das políticas à prática; v) os técnicos locais estarão cada vez mais sensibilizados e informados sobre a temática das alterações climáticas, estando mais seguros das suas escolhas e propostas de adaptação; vi) o processo de adaptação continuará a ser complexo e difícil de prever ou analisar, no entanto poderá ser mais eficiente do que atualmente se forem seguidas algumas recomendações. Assim, tendo em conta a importância crescente da adaptação às alterações climáticas em Portugal, e por forma a contribuir para o aumento da eficiência do processo adaptativo ao nível local e regional, foi criada uma lista de recomendações: assegurar que as equipas que elaboram as estratégias são transdisciplinares, estão bem informadas e conscientes das bases científicas que suportam as suas decisões; assegurar que as estratégias intermunicipais são suficientemente abrangentes e detalhadas para que as problemáticas de cada município sejam abordadas; avaliar todos os riscos possíveis em contexto de alterações climáticas e assegurar que são listadas opções que permitam a adaptação a cada um deles; adotar um formato específico para os nomes das opções de adaptação, tornando-as mais objetivas; revisitar o ciclo da metodologia ADAM periodicamente ao longo do tempo, atualizando cada um dos passos tendo em conta a situação atual e as projeções futuras.Climate change is an increasingly important and urgent issue. The rise in greenhouse gas emissions and the changes in land use result in deep changes in the atmosphere and cause shifts in the climatic patterns. The current global and regional trends and the future climate projections point to a worsening of extreme climate events across the world. In the European context, Portugal is particularly vulnerable to climate change due to its location. Increases in hot temperatures/heat waves and forest fires, decreases in precipitation volume and the rising sea level have been impacting Portugal and are projected to keep worsening in the future. Given this current trend, it is urgent to act on climate change through mitigation (reducing the emissions of greenhouse gases) and adaptation (avoiding/reducing harm and taking advantage of opportunities that climate change provides). This dissertation proposed the assessment of adaptation patterns at the local level in Portugal. The purpose is to identify trends and assess if there is a connection between risk analysis, climate data and adaptation. As an introductory contextualisation, the state-of-the-art of the country regarding adaptation was analysed. Portugal currently has 13 adaptation strategies/plans at the inter-municipal level and 47 at the municipal level, with several more currently being developed, which means that most of the country is covered by one or more adaptation documents. The core of this dissertation was the 27 municipal adaptation strategies that were developed by municipal officials in the scope the ClimAdaPT.Local project, using a specific methodology that included risk analysis, with the support of a scientific team. To more objectively analyse the municipalities’ views and goals, the adaptation options were classified into clusters, according to their main scope and objectives. This data allowed to have an overview of the adaptation trends: saving water, preventing flooding, raising awareness and adapting agricultural/forestry practices are the main actions the municipalities propose to implement. The analysis showed that, for the majority of the cases, there is no direct correlation between adaptation, climate trends and risk analysis, with only two exceptions: i) significant correlation (p-value <0,02) between the municipal burnt area and the proportion of forest fire prevention/recovery options; ii) correlation (p-value <0,10) between the future risk of drought and the proportion of water saving adaptation options. For all the other cases, while the municipalities are generally adapting to the expected impacts, the proportion of adaptation options to deal with a specific vulnerability does not have any relation with how severe that risk is or how extreme the climate is becoming. Moreover, sometimes a specific risk was not evaluated, and there were adaptation options to address it, or oppositely the risk was evaluated but occasionally there were no options to adapt to it. The adaptation process is complex and depends on a multitude of factors such as the municipalities’ specificities and priorities and officials’ backgrounds. Since the methodology is cyclic, it should be revisited over time in order to ensure that adaptation responds to the pressing climate change issues in the municipality. Ultimately, the strategy must be approved by the higher hierarchy within the municipality, therefore the structure and decisions will also depend on what the political agenda is. Finally, given the growing importance of climate change adaptation in Portugal, a list of recommendations was made with the purpose of contributing to the efficiency of the adaptation process at the local and regional level.Lourenço, Tiago CapelaNunes, João PedroRepositório da Universidade de LisboaMarreiros, Susana Isabel Vicente2019-12-18T18:53:36Z201920192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/40615TID:202384993enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:40:01Zoai:repositorio.ul.pt:10451/40615Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:54:16.998052Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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