O brexit e os imigrantes portugueses no Reino Unido

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Raquel Xavier
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/36585
Resumo: Esta investigação visa explorar as representações que os emigrantes portugueses residentes no Reino Unido fizeram acerca da saída do país da União Europeia e a forma como o brexit alterou as aspirações migratórias destes cidadãos. Para este estudo, foram inquiridos 1012 portugueses residentes no RU, de forma online. Sendo os efeitos do brexit na comunidade portuguesa residente no RU uma questão ainda pouco estudada, em consequência da atualidade e incerteza do processo, este é um assunto de extrema importância para uma comunidade que se encontra em franco crescimento. A imigração europeia foi o mote do brexit, num contexto de crescente mobilidade europeia e de progressiva insatisfação britânica com as instituições europeias. Os portugueses, à semelhança dos restantes europeus residentes no país, mostraram-se chocados com o resultado do referendo mas, acima de tudo, desiludidos com a forma como o país encarou a imigração europeia, omitindo a sua contribuição para uma das maiores economias mundiais, e inseguros relativamente ao seu estatuto. Neste sentido, muitos europeus delinearam os seus planos futuros num contexto de falta de garantia acerca dos direitos futuros de residência no país e os portugueses não foram exceção. Os rendimentos anuais, o grau de instrução e o tempo de residência dos respondentes portugueses residentes no RU são determinantes na forma como experienciam e reagem ao brexit. Consequentemente, são os menos instruídos e remunerados os que vão sentir mais os efeitos do brexit nas suas vidas, assim como os que residem há um maior número de anos no país. O brexit, inclusivamente, não afetou os sentimentos de pertença nem alterou as aspirações migratórias e planos de vida futura dos emigrados no RU, apesar de ser responsável por um sentimento de insegurança no seio desta comunidade. A maioria dos respondentes pretende, assim, permanecer no RU, tanto até ao fim das negociações e saída oficial do RU da UE em março de 2019, como até ao término do período de transição projetado para março de 2021, independentemente do brexit. A pouca interferência da saída do RU da UE nos planos migratórios dos emigrantes portugueses inquiridos revela que esta é uma mobilidade líquida, caracterizada pela natureza temporária, imprevisível, legal, individualizada, fluída e espontânea dos fluxos intraeuropeus.
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Os portugueses, à semelhança dos restantes europeus residentes no país, mostraram-se chocados com o resultado do referendo mas, acima de tudo, desiludidos com a forma como o país encarou a imigração europeia, omitindo a sua contribuição para uma das maiores economias mundiais, e inseguros relativamente ao seu estatuto. Neste sentido, muitos europeus delinearam os seus planos futuros num contexto de falta de garantia acerca dos direitos futuros de residência no país e os portugueses não foram exceção. Os rendimentos anuais, o grau de instrução e o tempo de residência dos respondentes portugueses residentes no RU são determinantes na forma como experienciam e reagem ao brexit. Consequentemente, são os menos instruídos e remunerados os que vão sentir mais os efeitos do brexit nas suas vidas, assim como os que residem há um maior número de anos no país. O brexit, inclusivamente, não afetou os sentimentos de pertença nem alterou as aspirações migratórias e planos de vida futura dos emigrados no RU, apesar de ser responsável por um sentimento de insegurança no seio desta comunidade. A maioria dos respondentes pretende, assim, permanecer no RU, tanto até ao fim das negociações e saída oficial do RU da UE em março de 2019, como até ao término do período de transição projetado para março de 2021, independentemente do brexit. A pouca interferência da saída do RU da UE nos planos migratórios dos emigrantes portugueses inquiridos revela que esta é uma mobilidade líquida, caracterizada pela natureza temporária, imprevisível, legal, individualizada, fluída e espontânea dos fluxos intraeuropeus.This research project aims to explore the opinions that Portuguese emigrants settled in the United Kingdom (UK) have regarding the exit of the UK from the European Union (EU). It explores the effects of Brexit and the impact it has on their migrant aspirations. In this project, 1012 Portuguese emigrants were surveyed online. The impacts of Brexit on the Portuguese community resident in the UK are not yet well studied, due to the uncertainty of the process and the fact that it is still in course. European immigration was the main trigger of Brexit, in a context of growing European mobility and progressive British dissatisfaction with European institutions. As the results of this project demonstrate, the Portuguese, as well as the other Europeans settled in the country, were shocked with the results of the referendum. However, above all they expressed disappointment with the way the country viewed European immigration, overlooking their contribution to one of the most powerful world economies and creating insecurity regarding their status. According to this, many Europeans, including the Portuguese, face uncertainty regarding their plans and future rights of residence in the country. The survey results show that annual income, education level and the duration of stay of Portuguese emigrants in the UK are very important factors in shaping the way they experience and react to Brexit. Consequently, those with lower levels of education and longer lengths of stay will feel the effects of Brexit more intensively in their lives. Brexit, inclusively, neither affects feelings of belonging nor changes migrant expectations and future plans of the emigrants studied. However, it is responsible for a sense of insecurity within this community. Most of the participants wish to stay in the UK until the end of negotiations when Brexit becomes official in March 2019, and then until the end of the transitory period projected to March 2021. The low level of interference that Brexit has on the future plans of the Portuguese living in the UK is in line with the idea of liquid mobility characterized by temporariness, unpredictability, legality, individuality, fluidity and spontaneity of the intra-European flows.McCarrigle, JenniferEsteves, AlinaRepositório da Universidade de LisboaRocha, Raquel Xavier2019-01-21T13:10:14Z2018-11-262018-11-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/36585TID:202140563porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:33:19Zoai:repositorio.ul.pt:10451/36585Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:50:50.973212Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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