Ter amigos faz bem à saúde: mas será que os amigos do facebook contam? Estudos na população portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/9450 |
Resumo: | A investigação tem mostrado que ter amigos faz bem à saúde. No entanto, apesar de haver muita evidência científica sobre os efeitos do relacionamento social na saúde, há pouca pesquisa que compare a interação social ao vivo com a interação à distância, e nomeadamente através das redes sociais. Estes estudos vêm contribuir para esta discussão. Foram inquiridas 803 pessoas através de um painel online disponibilizado pela empresa NetSonda em Abril de 2015. Trata-se de uma amostra equilibrada em termos de sexo, diversificada pelas diversas regiões do país e em termos de escolaridade. Em Maio de 2015 realizou-se um segundo estudo telefónico, também da responsabilidade da empresa NetSonda, restrita a 350 residentes nas zonas de Lisboa e do Porto. Os resultados apresentam uma visão bastante positiva da amizade em Portugal. Ficámos a saber que cerca de 50% das pessoas inquiridas tem mais de 10 amigos, 60% tem 3 ou mais amigos íntimos e mais de metade convive pessoalmente com eles pelo menos 1 vez por semana (especialmente no estudo com amostra urbana). Menos de 10% das pessoas não tem amigos com quem possa falar de assuntos íntimos e apenas 1 em cada 100 afirma que nunca ou quase nunca convive com amigos. Apesar de ser um padrão esperado numa amostra comunitária, estes valores indicam uma rede social de elevada dimensão e uma grande proximidade com outros. De facto, mais de 60% dos inquiridos indica que nunca ou raramente se sente só, cerca de 70.2% acha que tem pessoas para o/a ajudar em situações complicadas (e.g., doença), cerca de metade sente-se bem integrado socialmente e cerca de 60% sente uma forte ligação social a outros. Estes resultados que salientam uma forte convivialidade são consistentes com os dados obtidos em estudos com amostras representativas da população portuguesa. Os inquéritos incluíam também uma parte sobre a utilização do facebook. Noventa por cento dos nossos inquiridos online e 64% na amostra telefónica tem facebook e usa-o com regularidade: cerca de 50% dos inquiridos refere ter estado na semana anterior pelo menos 3 horas no facebook. Mais de 1/3 da amostra diz ter mais de 300 amigos no facebook mas a esmagadora maioria reconhece que há menos de 50 que são verdadeiros amigos. No entanto, mais de metade contacta com os amigos pelo menos 1 vez por semana. Também aqui se trata de dados que mostram uma grande utilização desta rede social para a convivialidade. Os nossos dados confirmam que “Os amigos fazem bem à saúde”: controlando algumas variáveis associadas à saúde física e mental (como sejam o género, a idade, a escolaridade, o estatuto socioeconómico e o facto de viver só) pudémos constar que quem tem mais amigos, quem convive com os amigos com mais frequência e quem tem mais amigos (online ou offline) com quem falar de problemas íntimos apresenta mais saúde e bem-estar mais elevado. “Mas os amigos do facebook também contam?”. Este estudo mostra que “Sim, mas indiretamente”. A dimensão da rede de amigos online associa-se a maior integração social e, de uma maneira geral, a ter mais associação com os outros (bridging). Pode ser assim um fator de promoção da saúde. A existência de amizades íntimas mistas (amigos íntimos que também são amigos no facebook) parece reforçar os efeitos da amizade na saúde. Os nossos dados também mostram nos 2 estudos que a frequência de contacto direto com com os amigos tem um efeito mais positivo do que o contacto preferencial através do facebook. No estudo online pudémos ver que quem usa mais o facebook do que os meios ao vivo para contactar com amigos se sente mais só, acha que tem menos apoio de outros em caso de necessidade e sente-se menos ligado aos que o rodeiam. |
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