Estratégia multidimensional na redução de infeção associada a cateter venoso central em pediatria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Jorge
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Dias, Andrea, Oliveira, Guiomar, Neves, José Farela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/108411
https://doi.org/10.20344/amp.5558
Resumo: Introdução: Determinar a incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central, após reforço de medidas multidisciplinares de boa prática e a sua comparação com a taxa de incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central prévia. Material e Métodos: Estudo observacional descritivo, com colheita prospetiva de dados, durante cinco meses, após implementação de medidas multidisciplinares. Foram incluídas todas as crianças admitidas na unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, submetidas à colocação de cateter venoso central e foi efetuada comparação com controlos históricos. Resultados: Incluíram-se 75 doentes com idade mediana de 23 meses: 22 (29,3%) recém-nascidos, 28 (37,3%) submetidos a cirurgia e 32 (43,8%) com patologia subjacente. Foram colocados 105 cateteres venosos centrais, com tempo médio de permanência de 6,8 ± 6,7 dias. O tipo de cateter venoso central mais comum foi de curta duração (45,7%), sendo os locais de inserção mais frequentes a veia subclávia e da flexura braquial (ambos 25,7%). Não ocorreu nenhuma infeção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central durante o período do estudo. Comparando com os controlos históricos, ambos os grupos eram semelhantes relativamente à idade, género, proveniência dos doentes e local de colocação de cateter venoso central. No estudo atual, a duração mediana de internamento foi superior, com tempo de permanência de cateter venoso central (excluindo epicutâneo-cava) semelhante. Não se verificou diferença em relação ao calibre e número de lumens do cateter venoso central utilizado. A percentagem de crianças que colocou cateter venoso central em relação ao total de crianças admitidas no serviço no mesmo período foi menor no estudo atual, não existindo diferença significativa entre colocação de cateter venoso central único ou múltiplo. Discussão: Após implementação da estratégia multidimensional não se registou nos Cuidados Intensivos Pediátricos ocorrência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central. Conclusões: Devem ser encetados esforços para preservar o mesmo grau de prevenção multidimensional, para que se confirme a redução efetiva da taxa de incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central.
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Material e Métodos: Estudo observacional descritivo, com colheita prospetiva de dados, durante cinco meses, após implementação de medidas multidisciplinares. Foram incluídas todas as crianças admitidas na unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, submetidas à colocação de cateter venoso central e foi efetuada comparação com controlos históricos. Resultados: Incluíram-se 75 doentes com idade mediana de 23 meses: 22 (29,3%) recém-nascidos, 28 (37,3%) submetidos a cirurgia e 32 (43,8%) com patologia subjacente. Foram colocados 105 cateteres venosos centrais, com tempo médio de permanência de 6,8 ± 6,7 dias. O tipo de cateter venoso central mais comum foi de curta duração (45,7%), sendo os locais de inserção mais frequentes a veia subclávia e da flexura braquial (ambos 25,7%). Não ocorreu nenhuma infeção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central durante o período do estudo. Comparando com os controlos históricos, ambos os grupos eram semelhantes relativamente à idade, género, proveniência dos doentes e local de colocação de cateter venoso central. No estudo atual, a duração mediana de internamento foi superior, com tempo de permanência de cateter venoso central (excluindo epicutâneo-cava) semelhante. Não se verificou diferença em relação ao calibre e número de lumens do cateter venoso central utilizado. A percentagem de crianças que colocou cateter venoso central em relação ao total de crianças admitidas no serviço no mesmo período foi menor no estudo atual, não existindo diferença significativa entre colocação de cateter venoso central único ou múltiplo. Discussão: Após implementação da estratégia multidimensional não se registou nos Cuidados Intensivos Pediátricos ocorrência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central. Conclusões: Devem ser encetados esforços para preservar o mesmo grau de prevenção multidimensional, para que se confirme a redução efetiva da taxa de incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central.Introduction: To determine the central-line associated bloodstream infection rate after implementation of central venous catheter-care practice bundles and guidelines and to compare it with the previous central-line associated bloodstream infection rate. Material and Methods: A prospective, longitudinal, observational descriptive study with an exploratory component was performed in a Pediatric Intensive Care Unit during five months. The universe was composed of every child admitted to Pediatric Intensive Care Unit who inserted a central venous catheter. A comparative study with historical controls was performed to evaluate the result of the intervention (group 1 versus group 2). Results: Seventy five children were included, with a median age of 23 months: 22 (29.3%) newborns; 28 (37.3%) with recent surgery and 32 (43.8%) with underlying illness. A total of 105 central venous catheter were inserted, the majority a single central venous catheter (69.3%), with a mean duration of 6.8 ± 6.7 days. The most common type of central venous catheter was the short-term, nontunneled central venous catheter (45.7%), while the subclavian and brachial flexure veins were the most frequent insertion sites (both 25.7%). There were no cases of central-line associated bloodstream infection reported during this study. Comparing with historical controls (group 1), both groups were similar regarding age, gender, department of origin and place of central venous catheter insertion. In the current study (group 2), the median length of stay was higher, while the mean duration of central venous catheter (excluding peripherally inserted central line) was similar in both groups. There were no statistical differences regarding central venous catheter caliber and number of lumens. Fewer children admitted to Pediatric Intensive Care Unit had central venous catheter inserted in group 2, with no significant difference between single or multiple central venous catheter. Discussion: After multidimensional strategy implementation there was no reported central-line associated bloodstream infection Conclusions: Efforts must be made to preserve the same degree of multidimensional prevention, in order to confirm the effective reduction of the central-line associated bloodstream infection rate and to allow its maintenance.Ordem dos Medicos2016-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/108411http://hdl.handle.net/10316/108411https://doi.org/10.20344/amp.5558por1646-07580870-399XRodrigues, JorgeDias, AndreaOliveira, GuiomarNeves, José Farelainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-29T11:04:41Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/108411Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:24:42.708058Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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