Visões Cruzadas. Um Laboratório de Arquitetura entre Global e Local

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tostões, Ana
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/2984
Resumo: A receção e, hoje em dia, a reinterpretação da arquitetura do Movimento Moderno implica a preservação física, concetual e identitária. Quando falamos da África colonial o paradoxo surge pelo facto da arquitetura do Movimento Moderno conter em si a pulsão de uma afirmação ideológica de liberdade e valores democráticos já que, como considera Udo Kultermann (1927-2013), a “arquitetura do Movimento Moderno fazia parte da ideologia colonial, na medida em que serviu exclusivamente a minoria branca”. A questão é a de compreender como é que esta expressão moderna pôde então ser um veículo de colonização e dominação. Como Anatole Kopp defendeu, a arquitetura moderna não é uma estética, mas a proposta de um melhor quadro de vida para todos.Temos a consciência que vivemos num período pós-colonial. Por outras palavras, somos antigas colónias ou países colonizadores que atravessam uma era pós-colonial. Creio que a mais estimulante aproximação ao tema se faz através de conceitos como identidade, memória e troca. Portugal manteve um regime colonial ao longo do séc. XX até meados dos anos 70. Este passado colonial talvez seja ainda muito recente, até agora, demasiado próximo para uma adequada análise crítica e histórica. Talvez por isso, em termos de bibliografia, a experiência da moderna arquitetura nas colónias portuguesas começa agora a ser estudada para além das fronteiras atuais do país.
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