A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ojs.letras.up.pt/index.php/LinguarumArena/article/view/3250 |
Resumo: | O presente texto é resultado de pesquisa motivada pela inquietação das autoras ante o fracasso escolar de crianças em fase de alfabetização. Para perceber se o uso que se faz da língua em sala de aula é artificial e se essa artificialidade pode estar contribuindo negativamente com o processo de ensino-aprendizagem, foi realizada pesquisa numa escola de ensino fundamental localizada em município do Estado de Goiás/Brasil, da rede privada de ensino. A investigação teve como objetivo principal compreender como se desenvolve o uso da língua em sala de aula de alfabetização, não apenas nas interações verbais entre professora e alunos, mas também no material didático adotado. A observação de 15 aulas procurou focalizar: a) o tipo de trabalho realizado pela professora com textos; b) o interesse demonstrado pelos alunos no trabalho com textos; c) o nível de leitura e produção de textos dos alunos; d) a metodologia utilizada pela professora no momento da leitura oral, feita por ela; e) a metodologia utilizada pela professora para a correção das produções orais e escritas dos alunos; f) a organização das aulas, para perceber se seguiam um esquema rígido, previamente planejado, ou se tomavam novos rumos a partir do interesse demonstrado pelos alunos; g) a interlocução em sala de aula. Essa aproximação com o campo permitiu que fossem realizadas, além das observações das aulas, conversas informais com outros membros da equipe educacional, como diretora, coordenadora e outras professoras. Essas observações foram registradas em um Diário de Campo, cujo conteúdo foi objeto de leitura, reflexão e análise por parte das pesquisadoras. A pesquisa de campo se deu por meio de visitas constantes durante um semestre letivo, e esporádicas por mais um semestre. Nessas visitas procurou-se apreender as práticas e concepções que permeavam o cotidiano escolar. Para a discussão teórica sobre concepções de linguagem, buscou-se aporte em Geraldi (1984), Britto (1991), Travaglia (1996), Castilho (1998) e Perfeito (2010). Para esses autores, existem três concepções básicas de linguagem: a linguagem como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como interação. Em Morais (2000), Pinto (2009), Cagliari (2010), Faraco (1994), buscou-se embasamento teórico relacionado ao ensino de Português de forma a não artificializar o uso que se faz da língua na escola. Confrontando as teorias estudadas com a prática de leitura e escrita desenvolvida na sala de aula, percebe-se que a artificialidade no uso da língua aparece em diversos momentos. Os dados aqui apresentados/analisados certamente não são suficientes para a realização de generalizações, mas são, ao menos, suficientes para a compreensão sobre o que acontece num determinado grupo, em determinadas condições de produção de discursos. |
id |
RCAP_820ec29fde852dbda59208be9202f14e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/3250 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no BrasilArtigosO presente texto é resultado de pesquisa motivada pela inquietação das autoras ante o fracasso escolar de crianças em fase de alfabetização. Para perceber se o uso que se faz da língua em sala de aula é artificial e se essa artificialidade pode estar contribuindo negativamente com o processo de ensino-aprendizagem, foi realizada pesquisa numa escola de ensino fundamental localizada em município do Estado de Goiás/Brasil, da rede privada de ensino. A investigação teve como objetivo principal compreender como se desenvolve o uso da língua em sala de aula de alfabetização, não apenas nas interações verbais entre professora e alunos, mas também no material didático adotado. A observação de 15 aulas procurou focalizar: a) o tipo de trabalho realizado pela professora com textos; b) o interesse demonstrado pelos alunos no trabalho com textos; c) o nível de leitura e produção de textos dos alunos; d) a metodologia utilizada pela professora no momento da leitura oral, feita por ela; e) a metodologia utilizada pela professora para a correção das produções orais e escritas dos alunos; f) a organização das aulas, para perceber se seguiam um esquema rígido, previamente planejado, ou se tomavam novos rumos a partir do interesse demonstrado pelos alunos; g) a interlocução em sala de aula. Essa aproximação com o campo permitiu que fossem realizadas, além das observações das aulas, conversas informais com outros membros da equipe educacional, como diretora, coordenadora e outras professoras. Essas observações foram registradas em um Diário de Campo, cujo conteúdo foi objeto de leitura, reflexão e análise por parte das pesquisadoras. A pesquisa de campo se deu por meio de visitas constantes durante um semestre letivo, e esporádicas por mais um semestre. Nessas visitas procurou-se apreender as práticas e concepções que permeavam o cotidiano escolar. Para a discussão teórica sobre concepções de linguagem, buscou-se aporte em Geraldi (1984), Britto (1991), Travaglia (1996), Castilho (1998) e Perfeito (2010). Para esses autores, existem três concepções básicas de linguagem: a linguagem como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como interação. Em Morais (2000), Pinto (2009), Cagliari (2010), Faraco (1994), buscou-se embasamento teórico relacionado ao ensino de Português de forma a não artificializar o uso que se faz da língua na escola. Confrontando as teorias estudadas com a prática de leitura e escrita desenvolvida na sala de aula, percebe-se que a artificialidade no uso da língua aparece em diversos momentos. Os dados aqui apresentados/analisados certamente não são suficientes para a realização de generalizações, mas são, ao menos, suficientes para a compreensão sobre o que acontece num determinado grupo, em determinadas condições de produção de discursos.FLUP2017-12-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://ojs.letras.up.pt/index.php/LinguarumArena/article/view/3250por1647-8770Paniago, Maria de Lourdes Faria dos SantosRocha, Leonor Paniagoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-22T16:19:56Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/3250Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:59:10.292907Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
title |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
spellingShingle |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil Paniago, Maria de Lourdes Faria dos Santos Artigos |
title_short |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
title_full |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
title_fullStr |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
title_full_unstemmed |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
title_sort |
A artificialidade da língua em aula de língua portuguesa no Brasil |
author |
Paniago, Maria de Lourdes Faria dos Santos |
author_facet |
Paniago, Maria de Lourdes Faria dos Santos Rocha, Leonor Paniago |
author_role |
author |
author2 |
Rocha, Leonor Paniago |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Paniago, Maria de Lourdes Faria dos Santos Rocha, Leonor Paniago |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Artigos |
topic |
Artigos |
description |
O presente texto é resultado de pesquisa motivada pela inquietação das autoras ante o fracasso escolar de crianças em fase de alfabetização. Para perceber se o uso que se faz da língua em sala de aula é artificial e se essa artificialidade pode estar contribuindo negativamente com o processo de ensino-aprendizagem, foi realizada pesquisa numa escola de ensino fundamental localizada em município do Estado de Goiás/Brasil, da rede privada de ensino. A investigação teve como objetivo principal compreender como se desenvolve o uso da língua em sala de aula de alfabetização, não apenas nas interações verbais entre professora e alunos, mas também no material didático adotado. A observação de 15 aulas procurou focalizar: a) o tipo de trabalho realizado pela professora com textos; b) o interesse demonstrado pelos alunos no trabalho com textos; c) o nível de leitura e produção de textos dos alunos; d) a metodologia utilizada pela professora no momento da leitura oral, feita por ela; e) a metodologia utilizada pela professora para a correção das produções orais e escritas dos alunos; f) a organização das aulas, para perceber se seguiam um esquema rígido, previamente planejado, ou se tomavam novos rumos a partir do interesse demonstrado pelos alunos; g) a interlocução em sala de aula. Essa aproximação com o campo permitiu que fossem realizadas, além das observações das aulas, conversas informais com outros membros da equipe educacional, como diretora, coordenadora e outras professoras. Essas observações foram registradas em um Diário de Campo, cujo conteúdo foi objeto de leitura, reflexão e análise por parte das pesquisadoras. A pesquisa de campo se deu por meio de visitas constantes durante um semestre letivo, e esporádicas por mais um semestre. Nessas visitas procurou-se apreender as práticas e concepções que permeavam o cotidiano escolar. Para a discussão teórica sobre concepções de linguagem, buscou-se aporte em Geraldi (1984), Britto (1991), Travaglia (1996), Castilho (1998) e Perfeito (2010). Para esses autores, existem três concepções básicas de linguagem: a linguagem como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como interação. Em Morais (2000), Pinto (2009), Cagliari (2010), Faraco (1994), buscou-se embasamento teórico relacionado ao ensino de Português de forma a não artificializar o uso que se faz da língua na escola. Confrontando as teorias estudadas com a prática de leitura e escrita desenvolvida na sala de aula, percebe-se que a artificialidade no uso da língua aparece em diversos momentos. Os dados aqui apresentados/analisados certamente não são suficientes para a realização de generalizações, mas são, ao menos, suficientes para a compreensão sobre o que acontece num determinado grupo, em determinadas condições de produção de discursos. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-12-07T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.letras.up.pt/index.php/LinguarumArena/article/view/3250 |
url |
https://ojs.letras.up.pt/index.php/LinguarumArena/article/view/3250 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1647-8770 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
FLUP |
publisher.none.fl_str_mv |
FLUP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130458205716480 |