Sexism free night : contributo para a caracterização do assédio e violência sexual em ambientes recreativos noturnos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Maria Luísa Pinto Falcão
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/33627
Resumo: O presente estudo visa explorar e descrever os consumos de substâncias psicoativas e a ocorrência de violência sexual que têm lugar em ambientes recreativos noturnos em Portugal. O principal objetivo é perceber de que forma é que o consumo de substâncias psicoativas e os diferentes tipos de violência sexual estão presentes nestes ambientes. Neste sentido, definiram-se os seguintes objetivos específicos: 1) descrever as características sociodemográficas dos frequentadores dos ambientes recreativos noturnos; 2) descrever a frequência e os padrões de consumo de SPAs em ambientes recreativos noturnos; 3) descrever a frequência e a predominância dos diferentes tipos de violência sexual nos ambientes recreativos noturnos; 4) descrever a perceção dos inquiridos face ao estado de consumo dos intervenientes de atos de violência sexual. Nos últimos 30 anos, os ambientes recreativos noturnos têm vindo a afirmar-se como importantes espaços-tempo de lazer nos estilos de vida pós-modernos e nas cidades globais. Estes ambientes reproduzem crenças que têm por base normas sociais hegemónicas baseadas num imaginário patriarcal e, muitas vezes, exacerbam desigualdades sociais e de género. Assim, estes, aliados aos consumos de substâncias psicoativas, atuam como facilitadores de violência de género e sexual que se encontra naturalizada, normalizada e generalizada, através do uso recorrente de imagens hipersexualizadas e estereotipadas de mulheres. Por ser um tema que pode causar alguns constrangimentos ao nível da obtenção de respostas sinceras, optou-se por uma metodologia quantitativa, recolhendo dados através de um questionário administrado online, dividido em 5 partes. Concluímos que o consumo de SPAs está bastante presente neste tipo de ambientes, nomeadamente o consumo de álcool onde 71,3% dos inquiridos afirmam consumir “sempre” e 68,2% “muitas vezes”. No que diz respeito à violência sexual observamos que a sua presença significativa nos ambientes recreativos noturnos portugueses, destacando-se os tipos de violência sexual considerados menos graves, como os “comentários sexuais incómodos” – (97,2%) ou a “insistência face a um não” – (90%) e registando-se alguns casos de violência considerada muito grave, como “atos sexuais com penetração com força física” (7,7%). Quanto aos “atos sexuais sem força física”, a percentagem sobe para o dobro, com 14,5% dos inquiridos a afirmarem que presenciaram situações deste tipo. Importa também referir que os frequentadores destes ambientes quando questionados sobre os estado dos intervenientes de atos de violência sexual, reportam que estes consumiram “pouco ou nada”. No entanto, a diferença é mais subtil na situação de “insistência face a um não”.
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Neste sentido, definiram-se os seguintes objetivos específicos: 1) descrever as características sociodemográficas dos frequentadores dos ambientes recreativos noturnos; 2) descrever a frequência e os padrões de consumo de SPAs em ambientes recreativos noturnos; 3) descrever a frequência e a predominância dos diferentes tipos de violência sexual nos ambientes recreativos noturnos; 4) descrever a perceção dos inquiridos face ao estado de consumo dos intervenientes de atos de violência sexual. Nos últimos 30 anos, os ambientes recreativos noturnos têm vindo a afirmar-se como importantes espaços-tempo de lazer nos estilos de vida pós-modernos e nas cidades globais. Estes ambientes reproduzem crenças que têm por base normas sociais hegemónicas baseadas num imaginário patriarcal e, muitas vezes, exacerbam desigualdades sociais e de género. Assim, estes, aliados aos consumos de substâncias psicoativas, atuam como facilitadores de violência de género e sexual que se encontra naturalizada, normalizada e generalizada, através do uso recorrente de imagens hipersexualizadas e estereotipadas de mulheres. Por ser um tema que pode causar alguns constrangimentos ao nível da obtenção de respostas sinceras, optou-se por uma metodologia quantitativa, recolhendo dados através de um questionário administrado online, dividido em 5 partes. Concluímos que o consumo de SPAs está bastante presente neste tipo de ambientes, nomeadamente o consumo de álcool onde 71,3% dos inquiridos afirmam consumir “sempre” e 68,2% “muitas vezes”. No que diz respeito à violência sexual observamos que a sua presença significativa nos ambientes recreativos noturnos portugueses, destacando-se os tipos de violência sexual considerados menos graves, como os “comentários sexuais incómodos” – (97,2%) ou a “insistência face a um não” – (90%) e registando-se alguns casos de violência considerada muito grave, como “atos sexuais com penetração com força física” (7,7%). Quanto aos “atos sexuais sem força física”, a percentagem sobe para o dobro, com 14,5% dos inquiridos a afirmarem que presenciaram situações deste tipo. Importa também referir que os frequentadores destes ambientes quando questionados sobre os estado dos intervenientes de atos de violência sexual, reportam que estes consumiram “pouco ou nada”. No entanto, a diferença é mais subtil na situação de “insistência face a um não”.This study aims to explore and describe the consumption of psychoactive substances and the occurrence of sexual violence that takes place in nighttime recreational environments in Portugal. The main objective is to understand how the consumption of psychoactive substances and the different types of sexual violence are present in these environments. In this sense, the following specific objectives were defined: 1) to know the sociodemographic characteristics of those who frequent night recreational environments; 2) know the frequency and consumption patterns of SPAs in nighttime recreational environments; 3) know the frequency and prevalence of different types of sexual violence in nighttime recreational environments; 4) know the respondents' perception regarding the consumption status of those involved in acts of sexual violence. Over the past 30 years, nighttime recreational environments have been asserting themselves as important leisure time-spaces in postmodern lifestyles and in global cities. These environments reproduce beliefs that are based on hegemonic social norms based on a patriarchal imagination and often exacerbate social and gender inequalities. Thus, these allies with the consumption of psychoactive substances, act as facilitators of gender and sexual violence that is naturalized, normalized and generalized, through the recurrent use of hypersexualized and stereotyped images of women. Thus, because it is a topic that could cause some constraints in terms of obtaining sincere answers, a quantitative methodology was chosen, collecting data through a questionnaire administered online, divided into 5 parts. We conclude that the consumption of SPAs is very present in these types of environments, namely the consumption of alcohol, where 71.3% of the respondents claim to consume "always" and 68.2% "often". With regard to sexual violence, we observed that its significant presence in Portuguese nighttime recreational environments, highlighting the types of sexual violence considered less serious, such as “uncomfortable sexual comments” - (97.2%) or “insistence on face to a no ”- (90%) and registering some cases of violence considered to be very serious, such as“ sexual acts with penetration with physical force ”(7.7%). As for “sexual acts without physical force”, the percentage rises to double, with 14.5% of respondents saying that they witnessed situations of this type. It is also important to mention that the users of these environments, when asked about the state of the actors of acts of sexual violence, report that they consumed “little or nothing”. However, the difference is more subtle in the situation of "insistence in the face of no".Carvalho, Maria CarmoPires, CristianaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaFerreira, Maria Luísa Pinto Falcão2021-06-14T13:14:24Z2020-07-1320202020-07-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/33627TID:202646661porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:38:37Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/33627Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:26:45.075992Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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