Valor do Estudo Urodinâmico no Refluxo Vesico-Ureteral Primário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramalho, Helena
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Rocha, Alberto, Reis, Armando, Pereira, Eloi
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5338
Resumo: Em 1979, após introdução do estudo urodinâmico na prática clínica foi referida pela primeira vez a associação entre o refluxo vesico-ureteral primário e a instabilidade vesical. Com o objectivo de analisar o valor deste exame no seguimento da criança com refluxo vesico-ureteral primário, foi efectuado um estudo retrospectivo de 61 crianças com refluxo vesico-ureteral primário, nas quais foi realizado estudo urodinâmico. A população estudada foi dividida num grupo com estudo urodinâmico normal e noutro grupo com alterações do estudo urodinâmico. Neste último foram analisadas as alterações urodinâmicas, sintomatologia de disfunção vesical, refluxo vesico-ureteral e nefropatia de refluxo. Posteriormente, após exclusão das crianças submetidas a cirurgia de reimplantação foi efectuada uma análise comparativa da evolução entre o Grupo I, com estudo urodinâmico normal e Grupo II, com alteraçõês no estudo urodinâmico e que iniciou terapêutica farmacológica para a sua disfunção vesical. O estudo urodinâmico apresentou alterações em 57% dos doentes, sendo a alteração mais frequente as contracções vesicais não inibidas (57%). Nestes doentes, a sintomatologia de disfunção vesical esteve presente em 60% dos doentes com um predomínio da enurese e incontinência diurna isoladas ou em associação. Na análise comparativa entre os grupos verificou-se um predomínio do sexo feminino em ambos os grupos. A idade média de realização do estudo urodinâmico foi de 7 anos em ambos os grupos. O tempo médio de seguimento foi de 4,0 anos no Grupo I e 4,2 anos no Grupo II. Em relação à evolução clínica, verificou-se uma redução na taxa de infecção urinária recorrente em 31% e 63% dos doentes do Grupo I e II respectivamente (p<0,05). A taxa de resolução do refluxo vesico-ureteral foi de 23,5% e 61%, respectivamente (p<0,05). Este trabalho apoia a ideia, já generalizada de que a instabilidade vesical é um factor prognóstico importante nas crianças com refluxo, a qual quando corrigida farmacologicamente reduz a taxa de infecção urinária recorrente e aumenta a probabilidade de resolução do refluxo. Por tudo isto, os autores aconselham a realização do estudo urodinâmico na avaliação da criança com refluxo vesico-ureteral primário e sintomatologia de disfunção vesical ou infecção urinária de repetição.
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