A obra de Frei José de Santo António Ferreira Vilaça na igreja do antigo Mosteiro do Couto de Cucujães

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eva Sofia Trindade Dias
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/a-encomenda.-o-artista.-a-obra/a-obra-de-frei-jose-de-santo-antonio-ferreira-vilaca-na-igreja-do-antigo-mosteiro-do-couto-de-cucujaes
Resumo: <p>O antigo mosteiro beneditino de São Martinho do Couto de Cucujães, situado no concelho e comarca de Oliveira de Azeméis, fundado no século XII, conheceu profundas obras de transformação a partir da primeira metade do século XVII, que se estenderam até ao século XIX. É neste contexto que se insere a obra de Frei José de Santo António Ferreira Vilaça, monge artista que permaneceu no mosteiro, como ele próprio aponta no Livro de Rezam, entre 1792 e 1796. Este monge beneditino constituiu uma figura marcante no quadro da segunda metade do século XVIII bracarense e, enquanto irmão donato, desenvolveu a sua obra em diversos mosteiros da Ordem, sobretudo no domínio da talha e escultura em madeira. As suas realizações podem ser enquadradas em três estilos distintos e apresentam nítidas influências da obra de André Soares e dos códigos estéticos do rocaille, introduzidos em Portugal através das estampas decorativas avulsas, Registos de Santos e da tratadística.</p> <p>Para a igreja do antigo cenóbio cucujanense, Frei Vilaça riscou dois retábulos colaterais, concluídos no triénio de 1783-1786 e dourados no triénio de 1792-1795. Realiza ainda a monumental sanefa do arco cruzeiro, concebida no triénio de 1792- 1795, pintada e dourada no triénio de 1795-1798 que, juntamente com os retábulos colaterais, insere-se no terceiro estilo desenvolvido pelo artista. Para o exterior do mosteiro, Frei Vilaça riscou a fachada principal, iniciada no triénio de 1792-1795 e concluída no triénio de 1795-1798. Estas obras constituem um conjunto que apresenta influências dos tratados que o monge artista possuía na sua biblioteca pessoal, sobretudo os de Charles-Augustin Aviler e Andrea Pozzo, e das estampas avulsas com motivos Rococó, nomeadamente as oriundas de Augsburgo.</p> <p>Estes factos permitem concluir que, apesar da situação ‘periférica’ do antigo Mosteiro de São Martinho do Couto de Cucujães, quando comparado com a localização de outros mosteiros e igrejas onde Frei José de Santo António Ferreira Vilaça laborou, as obras deste monge artista que ele encerra, materializam a base erudita que está por trás da sua concepção e o génio artístico do seu autor.</p>
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