Estudo da influência da satisfação com o casamento na qualidade de vida e no processo de luto em viúvos

• Autor(a) principal: Dias, Cristiana Isabel Freitas
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/7484
• topic: Gerontologia; Envelhecimento; Viuvez; Solidão; Qualidade de vida

O envelhecimento mundial é considerado um dos grandes desafios deste século. O aumento da esperança média de vida e a diminuição da morbilidade acarretam consequências: o aumento do número de pessoas mais velhas e, por sua vez, o aparecimento de mais viúvos. A perda da pessoa amada, companheira de uma vida, é um acontecimento que provoca um sofrimento indescritível, contudo é um acontecimento normativo do ciclo de vida. Ficar viúvo, enviuvar, é acolher novos desafios e criar uma adaptação saudável à nova fase da vida, este período de tempo a seguir à perda onde existe uma luta constante contra sentimentos de solidão e tristeza denomina-se de luto. O luto é um mecanismo universal e individual, cada indivíduo experiencia o luto de acordo com os seus valores e experiências. Progressivamente, o viúvo, aceita a perda como algo real da sua vida e, nesse momento, está preparado para retomar a sua vida habitual. A solidão é muitas vezes associada ao estado civil de viúvo/a, este sentimento passa por ser um conceito subjetivo e sentido de forma individual e são vários os autores que o tentam definir. A conceção de qualidade de vida é ampla, assim como a solidão, porém ela é necessária para que possamos concluir o ciclo de vida da melhor forma possível. Assim, este estudo tem como entender de que forma é que a satisfação com o casamento e condição de viuvez influenciam o processo de luto, o aparecimento de sentimentos de solidão, o estilo e a qualidade de vida. No que concerne à metodologia, a amostra foi constituída por 101 indivíduos viúvos, dos 26 aos 89 anos e utilizaram-se vários instrumentos: a ficha de dados sociodemográficos, o questionário sobre o luto, a escala de solidão, a escala de estilos de vida e o WHOQOL-bref. Depois de feita a recolha de dados procedeu-se a uma análise descritiva e inferencial. A amostra de 101 participantes divide-se em 76 indivíduos do sexo feminino e 25 indivíduos do sexo masculino. Da amostra total, 30 indivíduos possuem idade inferior a 65 anos e 71 indivíduos desfrutam de idades superiores a 65 anos. Desta investigação destaca-se o facto de existirem mais mulheres que homens viúvos mas que são os homens quem vive mais feliz durante o casamento. No entanto, na viuvez, são os mais jovens que apresentam maiores valores de solidão suplantando os indivíduos mais velhos.