Cultura de segurança percecionada por enfermeiros no cuidado à pessoa em situação crítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Godinho , José Carlos Costa
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/10348/12110
Resumo: Este relatório de estágio cristaliza o percurso realizado no Mestrado em Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica, englobando a análise e o desenvolvimento de competências ao longo de um estágio num serviço de urgência polivalente, assim como a realização do trabalho de investigação com enfoque na cultura de segurança da pessoa em situação crítica. O serviço de urgência constitui um local de alto risco para a ocorrência de erros, dado o dinamismo constante do seu ambiente de trabalho e a ocorrência de eventos complexos ou críticos. A avaliação da cultura de segurança nestes serviços é determinante para nortear a implementação de estratégias de melhoria da qualidade e, em última análise, do cuidado à pessoa em situação crítica. Foi realizado um estudo de natureza quantitativa, transversal, de carácter descritivocorrelacional (n=22), com o intuito de analisar o grau de cultura de segurança, na perspetiva dos enfermeiros do serviço de urgência, através de um questionário que engloba a escala Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC). Foi elaborado um diagnóstico da cultura de segurança da pessoa em situação crítica, de acordo com as doze dimensões que integram esta escala. O “Trabalho em equipa” (76,5%) foi identificado como uma dimensão forte no referido serviço de urgência. Em consonância, entre as dimensões problemáticas identificadas elencaram-se a “Dotação de profissionais” (14,8%), “Resposta não punitiva ao erro” (30,3%), “Apoio à segurança do doente pela gestão” (22,7%), “Perceções gerais sobre a segurança do doente” (22,7%), “Frequência de notificação de eventos” (12,1%) e Aprendizagem organizacional – melhoria continua” (28,8%). Estes resultados sugerem que existe uma cultura de culpabilização no serviço de urgência em estudo, o que minimiza a probabilidade de que os erros sejam reportados, analisados e valorizados na aprendizagem organizacional, com a implementação de medidas corretivas e preventivas, num contexto em que existe uma desproporção entre o fluxo de doentes e o número de enfermeiros disponíveis, condicionando uma cultura de segurança pouco robusta para a pessoa em situação crítica. Paralelamente, foi percetível que determinados fatores da formação e experiência profissional dos enfermeiros do serviço de urgência, particularmente, se detinham formação sobre segurança do doente, se realizaram uma pós-graduação e se trabalharam um menor número de horas suplementares, parecem ser fatores associados e protetores de uma melhor perceção da cultura de segurança da pessoa em situação crítica.
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Foi realizado um estudo de natureza quantitativa, transversal, de carácter descritivocorrelacional (n=22), com o intuito de analisar o grau de cultura de segurança, na perspetiva dos enfermeiros do serviço de urgência, através de um questionário que engloba a escala Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC). Foi elaborado um diagnóstico da cultura de segurança da pessoa em situação crítica, de acordo com as doze dimensões que integram esta escala. O “Trabalho em equipa” (76,5%) foi identificado como uma dimensão forte no referido serviço de urgência. Em consonância, entre as dimensões problemáticas identificadas elencaram-se a “Dotação de profissionais” (14,8%), “Resposta não punitiva ao erro” (30,3%), “Apoio à segurança do doente pela gestão” (22,7%), “Perceções gerais sobre a segurança do doente” (22,7%), “Frequência de notificação de eventos” (12,1%) e Aprendizagem organizacional – melhoria continua” (28,8%). Estes resultados sugerem que existe uma cultura de culpabilização no serviço de urgência em estudo, o que minimiza a probabilidade de que os erros sejam reportados, analisados e valorizados na aprendizagem organizacional, com a implementação de medidas corretivas e preventivas, num contexto em que existe uma desproporção entre o fluxo de doentes e o número de enfermeiros disponíveis, condicionando uma cultura de segurança pouco robusta para a pessoa em situação crítica. Paralelamente, foi percetível que determinados fatores da formação e experiência profissional dos enfermeiros do serviço de urgência, particularmente, se detinham formação sobre segurança do doente, se realizaram uma pós-graduação e se trabalharam um menor número de horas suplementares, parecem ser fatores associados e protetores de uma melhor perceção da cultura de segurança da pessoa em situação crítica.This internship learning report crystallizes the path taken along the Master's in MedicalSurgical Nursing – Critical Care, encompassing the analysis and development of specialist skills during a placement in an accident and emergency unit, as well as a research work carried out with a focus on safety culture related to the care for the people in critical situation. The accident and emergency unit represents a high-risk setting for the occurrence of errors, given its constant dynamism and the frequent occurrence of life-threatening events. The evaluation of the safety culture in these services is crucial to guide the implementation of quality improvement strategies, ultimately, to enhance the care for the person in critical situation. A quantitative, cross-sectional, descriptive-correlational study (n=22) was implemented, with the aim of analyzing the degree of safety culture, from the perspective of emergency nurses, through a questionnaire that includes the Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC). A diagnosis related to the person in critical situation safety culture was performed, according to the twelve dimensions that make up this survey. “Teamwork within units” (76.5%) was identified as a strong dimension in the aforementioned accident and emergency unit. On the contrary, among the problematic dimensions identified were "Staffing" (14.8%), "Non-punitive response to errors" (30.3%), "Management support for patient safety" (22,7%), “Overall perceptions of patient safety” (22.7%), “Frequency of events reported” (12.1%) and Organizational learning – continuous improvement” (28.8%). These results suggest that there is a culture of blame in the accident and emergency studied, which prevents that errors are reported, analyzed and valued in organizational learning, with the consequent implementation of corrective and preventive measures, in a context where there is a disproportion between the flow of patients and the number of nurses available, which results in a safety culture that is not very robust for the person in a critical situation. At the same time, it was noticeable that certain factors related to the training and experience of emergency nurses, particularly if they had patient safety training, if they had completed a postgraduate course and if they worked a smaller number of overtime hours, it seems to be associated to a better perception about safety culture related to critical care.2024-02-08T15:13:01Z2023-06-27T00:00:00Z2023-06-272023-07-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/10348/12110porGodinho , José Carlos Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-18T02:01:29Zoai:repositorio.utad.pt:10348/12110Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:37:41.213144Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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