Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Sandra
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/10685
Resumo: O sacarrabos (Herpestes ichneumon) é um predador que desempenha um papel essencial na cadeia alimentar terrestre. A sua introdução e rápida proliferação pelo território português levaram à necessidade da sua caça como controlo de predadores. Estudos em espécies predadoras terrestres ainda são escassos, pelo que o presente trabalho representa uma mais-valia para um melhor entendimento da acumulação de contaminantes em níveis tróficos superiores. Existem vários contaminantes que representam uma constante preocupação para o ambiente; entre eles, o mercúrio tem tido uma atenção acrescida devido à sua persistência e toxicidade. Estudos no meio terrestre são importantes para um melhor entendimento da forma como se acumula neste meio, para a preservação da vida selvagem mas também para prevenir a exposição humana ao mercúrio. Este estudo teve como principal objectivo avaliar os padrões de acumulação de mercúrio nos tecidos do H. ichneumon, tendo em atenção factores como o género e a idade. H. ichneumon de localizações diferentes foram analisados de forma a avaliar a variação geográfica dos níveis de mercúrio em território Português. Músculo, fígado, pulmão, coração, baço, rins, sangue, cérebro, gordura e pêlo de 29 indivíduos provenientes de 14 localizações foram analisados (Évora, Soure, Ferreira do Zêzere, Castelo Branco, Mértola, Torres Novas, Tondela, Lousã, Coimbra, Montemor-o-Novo, Castro Daire, Olhão, Moura e Coruche). Além disso, de forma a estudar diferenças entre machos e fêmeas ao longo do ciclo de vida da espécie, 25 indivíduos provenientes de Serpa foram analisados. Os níveis de mercúrio nos diferentes órgãos variaram entre 0.01 e 12.7 μg g-1 peso seco, e seguiram geralmente a seguinte ordem, do menos para o mais contaminado: Gordura <Cérebro <Pulmão <Coração <Baço <Músculo <Rins <Fígado <Pêlo <Sangue. Diferenças entre machos e fêmeas foram apenas significativas para dois tecidos, o sangue e o cérebro. Diferenças entre idades apenas foram verificadas para crias machos, sendo que estas se distinguem dos juvenis, subadultos e adultos. Nos machos, todos os tecidos (exceto a gordura) evidenciaram ter uma regressão linear entre as concentrações de mercúrio e as idades, com coeficientes de correlação elevados (> 0.74). Verificou-se que os níveis de mercúrio no sangue e no fígado estão fortemente correlacionados (r=0.998). O mercúrio orgânico presente no tecido muscular dos machos e das fêmeas foi analisado e a sua percentagem variou entre 77 e 98%. A correlação entre mercúrio orgânico e total nos machos foi de 1.000 e de 0.986 nas fêmeas. Nenhum dos níveis de mercúrio atingiu valores considerados letais ou tóxicos para predadores terrestres (20 a 100 μg g-1 peso seco).
id RCAP_84289e23bf5f4b90f7d69e29aab64c0c
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/10685
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)Química analíticaBioacumulação: Mercúrio (Metal)Mercúrio (Metal): ToxicidadeEcotoxicologiaInteracções tróficasIndicadores biológicosO sacarrabos (Herpestes ichneumon) é um predador que desempenha um papel essencial na cadeia alimentar terrestre. A sua introdução e rápida proliferação pelo território português levaram à necessidade da sua caça como controlo de predadores. Estudos em espécies predadoras terrestres ainda são escassos, pelo que o presente trabalho representa uma mais-valia para um melhor entendimento da acumulação de contaminantes em níveis tróficos superiores. Existem vários contaminantes que representam uma constante preocupação para o ambiente; entre eles, o mercúrio tem tido uma atenção acrescida devido à sua persistência e toxicidade. Estudos no meio terrestre são importantes para um melhor entendimento da forma como se acumula neste meio, para a preservação da vida selvagem mas também para prevenir a exposição humana ao mercúrio. Este estudo teve como principal objectivo avaliar os padrões de acumulação de mercúrio nos tecidos do H. ichneumon, tendo em atenção factores como o género e a idade. H. ichneumon de localizações diferentes foram analisados de forma a avaliar a variação geográfica dos níveis de mercúrio em território Português. Músculo, fígado, pulmão, coração, baço, rins, sangue, cérebro, gordura e pêlo de 29 indivíduos provenientes de 14 localizações foram analisados (Évora, Soure, Ferreira do Zêzere, Castelo Branco, Mértola, Torres Novas, Tondela, Lousã, Coimbra, Montemor-o-Novo, Castro Daire, Olhão, Moura e Coruche). Além disso, de forma a estudar diferenças entre machos e fêmeas ao longo do ciclo de vida da espécie, 25 indivíduos provenientes de Serpa foram analisados. Os níveis de mercúrio nos diferentes órgãos variaram entre 0.01 e 12.7 μg g-1 peso seco, e seguiram geralmente a seguinte ordem, do menos para o mais contaminado: Gordura <Cérebro <Pulmão <Coração <Baço <Músculo <Rins <Fígado <Pêlo <Sangue. Diferenças entre machos e fêmeas foram apenas significativas para dois tecidos, o sangue e o cérebro. Diferenças entre idades apenas foram verificadas para crias machos, sendo que estas se distinguem dos juvenis, subadultos e adultos. Nos machos, todos os tecidos (exceto a gordura) evidenciaram ter uma regressão linear entre as concentrações de mercúrio e as idades, com coeficientes de correlação elevados (> 0.74). Verificou-se que os níveis de mercúrio no sangue e no fígado estão fortemente correlacionados (r=0.998). O mercúrio orgânico presente no tecido muscular dos machos e das fêmeas foi analisado e a sua percentagem variou entre 77 e 98%. A correlação entre mercúrio orgânico e total nos machos foi de 1.000 e de 0.986 nas fêmeas. Nenhum dos níveis de mercúrio atingiu valores considerados letais ou tóxicos para predadores terrestres (20 a 100 μg g-1 peso seco).The Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon), a terrestrial predatory species, has an essential role in the terrestrial food chain. Their introduction in Portugal and rapid proliferation throughout Portuguese territory led to the necessity of their hunt as predator control measure. Studies in terrestrial predatory species are sparse; thereby, the present study is an asset for a better understanding of contaminants accumulation in higher trophic levels. Many contaminants are of environmental concern; mercury has had increased attention due to its persistence and toxicity. Studies have been mostly directed to aquatic wildlife due to the fact that fish consumption is considered to be the principal route of human exposure to mercury. However, terrestrial wildlife studies are also important for a better understanding of mercury accumulation, wildlife preservation and also for preventing human exposure to mercury. The main purpose of this study was to evaluate the different tissue accumulation in H. ichneumon, as well as differences between males and females, throughout the lifespan of the species. H. ichneumons from different locations were also analyzed in order to compare levels throughout Portuguese territory. Muscle, liver, lungs, heart, spleen, kidneys, blood, brain, fat and pelage were analyzed for 29 H. ichneumon from 14 locations (Évora, Soure, Ferreira do Zêzere, Castelo Branco, Mértola, Torres Novas, Tondela, Lousã, Coimbra, Montemor-o-Novo, Castro Daire, Olhão, Moura and Coruche). In order to study differences between ages, males and females, 25 individuals from Serpa were analyzed. Total mercury concentrations in H. ichneumon tissue samples ranged between 0.01 to 12.7 μg g-1 dw, and followed the order, from least to most contaminated: Fat <Brain <Lungs <Heart <Spleen <Muscle <Kidneys <Liver <Pelage <Blood. Differences between males and females were only significant for blood and brain mercury levels. Differences between ages only were significant for males, in cubs towards juveniles, subadults and adults. With the exception of fat, all the tissues of H. ichneumon males revealed a linear regression between mercury concentrations and age, with high correlation coefficients (> 0.74), not visible in females. Moreover, correlations between organs showed that blood and liver were highly correlated (r=0.999). Organic mercury in muscle tissue of males and females was analyzed and its percentage ranged from 77% to 98%. Correlation between organic and total mercury in males was 1.000 and 0.995 for females. None of the mercury levels reached the lethal or toxic values established for terrestrial predators (20 to 100 μg g-1 ww).Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:39Z2012-07-30T00:00:00Z2012-07-302014-07-24T10:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/10685engRodrigues, Sandrainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:18:45Zoai:ria.ua.pt:10773/10685Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:12.409585Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
title Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
spellingShingle Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
Rodrigues, Sandra
Química analítica
Bioacumulação: Mercúrio (Metal)
Mercúrio (Metal): Toxicidade
Ecotoxicologia
Interacções tróficas
Indicadores biológicos
title_short Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
title_full Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
title_fullStr Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
title_full_unstemmed Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
title_sort Mercury bioaccumulation in the Egyptian mongoose (Herpestes ichneumon)
author Rodrigues, Sandra
author_facet Rodrigues, Sandra
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigues, Sandra
dc.subject.por.fl_str_mv Química analítica
Bioacumulação: Mercúrio (Metal)
Mercúrio (Metal): Toxicidade
Ecotoxicologia
Interacções tróficas
Indicadores biológicos
topic Química analítica
Bioacumulação: Mercúrio (Metal)
Mercúrio (Metal): Toxicidade
Ecotoxicologia
Interacções tróficas
Indicadores biológicos
description O sacarrabos (Herpestes ichneumon) é um predador que desempenha um papel essencial na cadeia alimentar terrestre. A sua introdução e rápida proliferação pelo território português levaram à necessidade da sua caça como controlo de predadores. Estudos em espécies predadoras terrestres ainda são escassos, pelo que o presente trabalho representa uma mais-valia para um melhor entendimento da acumulação de contaminantes em níveis tróficos superiores. Existem vários contaminantes que representam uma constante preocupação para o ambiente; entre eles, o mercúrio tem tido uma atenção acrescida devido à sua persistência e toxicidade. Estudos no meio terrestre são importantes para um melhor entendimento da forma como se acumula neste meio, para a preservação da vida selvagem mas também para prevenir a exposição humana ao mercúrio. Este estudo teve como principal objectivo avaliar os padrões de acumulação de mercúrio nos tecidos do H. ichneumon, tendo em atenção factores como o género e a idade. H. ichneumon de localizações diferentes foram analisados de forma a avaliar a variação geográfica dos níveis de mercúrio em território Português. Músculo, fígado, pulmão, coração, baço, rins, sangue, cérebro, gordura e pêlo de 29 indivíduos provenientes de 14 localizações foram analisados (Évora, Soure, Ferreira do Zêzere, Castelo Branco, Mértola, Torres Novas, Tondela, Lousã, Coimbra, Montemor-o-Novo, Castro Daire, Olhão, Moura e Coruche). Além disso, de forma a estudar diferenças entre machos e fêmeas ao longo do ciclo de vida da espécie, 25 indivíduos provenientes de Serpa foram analisados. Os níveis de mercúrio nos diferentes órgãos variaram entre 0.01 e 12.7 μg g-1 peso seco, e seguiram geralmente a seguinte ordem, do menos para o mais contaminado: Gordura <Cérebro <Pulmão <Coração <Baço <Músculo <Rins <Fígado <Pêlo <Sangue. Diferenças entre machos e fêmeas foram apenas significativas para dois tecidos, o sangue e o cérebro. Diferenças entre idades apenas foram verificadas para crias machos, sendo que estas se distinguem dos juvenis, subadultos e adultos. Nos machos, todos os tecidos (exceto a gordura) evidenciaram ter uma regressão linear entre as concentrações de mercúrio e as idades, com coeficientes de correlação elevados (> 0.74). Verificou-se que os níveis de mercúrio no sangue e no fígado estão fortemente correlacionados (r=0.998). O mercúrio orgânico presente no tecido muscular dos machos e das fêmeas foi analisado e a sua percentagem variou entre 77 e 98%. A correlação entre mercúrio orgânico e total nos machos foi de 1.000 e de 0.986 nas fêmeas. Nenhum dos níveis de mercúrio atingiu valores considerados letais ou tóxicos para predadores terrestres (20 a 100 μg g-1 peso seco).
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-07-30T00:00:00Z
2012-07-30
2014-07-24T10:00:00Z
2018-07-20T14:00:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/10685
url http://hdl.handle.net/10773/10685
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137523172114432