Classes sociais e voto partidário nos Distritos de Lisboa e de Setúbal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Godoy, Nilton Serras Lopes Caparelli de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/1359
Resumo: Neste trabalho pretende-se analisar a actualidade das classes sociais na explicação do voto partidário. Estuda-se a pertinência do modelo sociológico de comportamento eleitoral e a importância do volume e da estrutura do capital, conceitos retirados dos contributos de Bourdieu, para o comportamento eleitoral em eleições legislativas. A discussão teórica centraliza-se, principalmente, em torno dos contributos de Wright, Bourdieu, de Inglehart e de teorizações mais específicas sobre o comportamento eleitoral. Para alcançar tal objectivo, compararam-se as configurações da estrutura de classes nos concelhos dos Distritos de Lisboa e de Setúbal, nomeadamente a classe social, a estrutura de propriedade, a relação entre proprietários e não-proprietários, qualificados e não qualificados, outras relações, e a respectiva distribuição do voto partidário. Recorrendo à tipologia de classes Almeida, Costa, Machado (ACM), conclui-se que os Empresários, Dirigentes e os Profissionais Liberais, e os Empregados Executantes (ou seja, empregados administrativos, entre outros) parecem constituir padrões de voto relativamente estáveis com orientações partidárias distintas, estando-se possivelmente perante uma política de classes. Os quadros intelectuais e científicos e os técnicos intermédios, os Trabalhadores Independentes e os Agricultores Independentes parecem apresentar uma relativa independência em relação ao voto. O Operariado apresenta um padrão de voto complexo, sendo que diversos factores contribuem para tal. Os Assalariados Agrícolas não têm peso estatístico significativo para se inferirem eventuais conclusões. Destaca-se, então, a centralidade dos empregados do sector terciário na política de classe, sector em expansão contínua nas nossas sociedades, tal como a centralidade da relação Capital – Trabalho no comportamento eleitoral.
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