Hipoparatiroidismo iatrogénico: um desafio a vários níveis
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000400009 |
Resumo: | Introdução: O médico de família (MF) é frequentemente confrontado com alterações clínicas pós-operatórias. O hipoparatiroidismo, principal complicação da tiroidectomia total, apresenta um amplo espetro clínico, sendo desafiante o seu tratamento e seguimento. Descrição de caso: Mulher, 70 anos, analfabeta, submetida a tiroidectomia total e paratiroidectomia superior direita em março/2010. Ainda no internamento inicia parestesias periorais e dos membros, secundárias a hipocalcemia, que revertem após um dia. No último dia de internamento, a calcemia é normal e a nota de alta é omissa relativamente à suplementação. No próprio dia da alta, a utente recorre ao serviço de urgência (SU) por reaparecimento das queixas. É medicada com cálcio oral e reavaliada clinicamente, no SU, após uma semana. Nessa reavaliação, por manter hipocalcemia, prossegue suplementação. Na reavaliação clínica com MF (dezoito dias após a cirurgia) foi entregue nota de alta do internamento cirúrgico, não dispondo a utente de qualquer informação escrita sobre observação em SU. Na consulta hospitalar, um mês após a cirurgia, não há registo de hipoparatiroidismo. Em março/2011, a utente refere à MF parestesias esporádicas que foram medicadas com magnésio. Em 2012, após mudança de MF e revisão dos antecedentes, realiza estudo analítico dirigido, sendo detetada hipocalcemia e reinstituída suplementação por três meses. Um ano depois, a utente sofre episódio de «mãos em garra». Novamente perante hipocalcemia faz suplementação no SU, com indicação apenas verbal de continuar em ambulatório. Três meses depois, a utente informa a MF deste episódio, a qual decide realizar reavaliações clínicas e analíticas periódicas e específicas, com o devido tratamento em conformidade. Desde então, a utente permanece assintomática. Comentário: É essencial a articulação eficaz entre cuidados de saúde primários e secundários, bem como a revisão periódica da medicação, além da adequada valorização clínica. O seguimento desta entidade é complexo, implicando correção dos fatores que influenciam os níveis de cálcio, sob pena de o tratamento permanecer ineficaz. |
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