Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Hermínio
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/2895
Resumo: Actualmente, a natureza polimórfica e imprevisível do fenómeno terrorista internacional constitui um desafio ao desenho e implementa- ção de estratégias de prevenção e resposta contraterrorista por parte dos Estados, ou mesmo no âmbito da cooperação internacional, uma vez que na problemática da resposta parece residir, ab initio, a impossibilidade, até ao momento, de uma definição, consensual e universalmente aceite, do próprio fenómeno. A partir da década de noventa do passado século, com a disseminação de acções terroristas à escala global, o conceito de terrorismo tornou-se tão “elástico” que passou a ser possíveis incluir neste os mais amplos e diversificados fenómenos, ainda que de forma errónea, com vista à sua nomeação (Guelke, 1998). O terrorismo é, antes de mais, um método de acção e não apenas uma categoria de indivíduos, grupos ou organizações que o executam, ou das causas e motivos que lhes assiste (Pillar: 2003; Matos: 2012b). O fenómeno tem, “ao nível do impacto na sociedade, custos diferenciados. O número de vítimas e os danos materiais são apenas os mais facilmente mensuráveis” (Pillar, 2003: p.18). De acordo com Abrahms (2008: 82), citando um relatório da Rand Corporation1 , “os terroristas têm sido incapazes de traduzir as consequências do terrorismo em ganhos políticos concretos”. Não parece ser esse, hoje, o objectivo central do terrorismo de matriz islamita, em especial o que se relaciona com a al-Qaeda e os movimentos a esta associados, pois que a nenhum Estado em concreto se reconhece, nem o papel central de seu patrocinador, nem o da sede do poder estratégico da organização ou, mais prosaicamente, do “movimento jihadista global” que a enforma.
id RCAP_851f541e519260d72327b6080cbc712f
oai_identifier_str oai:repositorio.ual.pt:11144/2895
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?Relações internacionaisTerrorismoRadicalizaçãoActualmente, a natureza polimórfica e imprevisível do fenómeno terrorista internacional constitui um desafio ao desenho e implementa- ção de estratégias de prevenção e resposta contraterrorista por parte dos Estados, ou mesmo no âmbito da cooperação internacional, uma vez que na problemática da resposta parece residir, ab initio, a impossibilidade, até ao momento, de uma definição, consensual e universalmente aceite, do próprio fenómeno. A partir da década de noventa do passado século, com a disseminação de acções terroristas à escala global, o conceito de terrorismo tornou-se tão “elástico” que passou a ser possíveis incluir neste os mais amplos e diversificados fenómenos, ainda que de forma errónea, com vista à sua nomeação (Guelke, 1998). O terrorismo é, antes de mais, um método de acção e não apenas uma categoria de indivíduos, grupos ou organizações que o executam, ou das causas e motivos que lhes assiste (Pillar: 2003; Matos: 2012b). O fenómeno tem, “ao nível do impacto na sociedade, custos diferenciados. O número de vítimas e os danos materiais são apenas os mais facilmente mensuráveis” (Pillar, 2003: p.18). De acordo com Abrahms (2008: 82), citando um relatório da Rand Corporation1 , “os terroristas têm sido incapazes de traduzir as consequências do terrorismo em ganhos políticos concretos”. Não parece ser esse, hoje, o objectivo central do terrorismo de matriz islamita, em especial o que se relaciona com a al-Qaeda e os movimentos a esta associados, pois que a nenhum Estado em concreto se reconhece, nem o papel central de seu patrocinador, nem o da sede do poder estratégico da organização ou, mais prosaicamente, do “movimento jihadista global” que a enforma.OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa2017-01-20T16:13:27Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11144/2895por978-989-8191-62-5Matos, Hermínioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-11T02:28:16Zoai:repositorio.ual.pt:11144/2895Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:35:45.913966Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
title Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
spellingShingle Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
Matos, Hermínio
Relações internacionais
Terrorismo
Radicalização
title_short Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
title_full Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
title_fullStr Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
title_full_unstemmed Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
title_sort Contraterrorismo e contrarradicalização: mitigar ou exacerbar da violência?
author Matos, Hermínio
author_facet Matos, Hermínio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Matos, Hermínio
dc.subject.por.fl_str_mv Relações internacionais
Terrorismo
Radicalização
topic Relações internacionais
Terrorismo
Radicalização
description Actualmente, a natureza polimórfica e imprevisível do fenómeno terrorista internacional constitui um desafio ao desenho e implementa- ção de estratégias de prevenção e resposta contraterrorista por parte dos Estados, ou mesmo no âmbito da cooperação internacional, uma vez que na problemática da resposta parece residir, ab initio, a impossibilidade, até ao momento, de uma definição, consensual e universalmente aceite, do próprio fenómeno. A partir da década de noventa do passado século, com a disseminação de acções terroristas à escala global, o conceito de terrorismo tornou-se tão “elástico” que passou a ser possíveis incluir neste os mais amplos e diversificados fenómenos, ainda que de forma errónea, com vista à sua nomeação (Guelke, 1998). O terrorismo é, antes de mais, um método de acção e não apenas uma categoria de indivíduos, grupos ou organizações que o executam, ou das causas e motivos que lhes assiste (Pillar: 2003; Matos: 2012b). O fenómeno tem, “ao nível do impacto na sociedade, custos diferenciados. O número de vítimas e os danos materiais são apenas os mais facilmente mensuráveis” (Pillar, 2003: p.18). De acordo com Abrahms (2008: 82), citando um relatório da Rand Corporation1 , “os terroristas têm sido incapazes de traduzir as consequências do terrorismo em ganhos políticos concretos”. Não parece ser esse, hoje, o objectivo central do terrorismo de matriz islamita, em especial o que se relaciona com a al-Qaeda e os movimentos a esta associados, pois que a nenhum Estado em concreto se reconhece, nem o papel central de seu patrocinador, nem o da sede do poder estratégico da organização ou, mais prosaicamente, do “movimento jihadista global” que a enforma.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-01-01T00:00:00Z
2014
2017-01-20T16:13:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11144/2895
url http://hdl.handle.net/11144/2895
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 978-989-8191-62-5
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa
publisher.none.fl_str_mv OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136833071742976