Riscos dos anticoagulantes orais: análise de reações adversas notificadas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância e interações medicamentosas e medicamentos/plantas medicinais

• Autor(a) principal: Martins, Ana Sofia Vilela
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13967
• topic: Anticoagulantes; Doac; Farmácia Comunitária; Farmácia Hospitalar; Farmacovigilância; Interações; Reações Adversas a Medicamentos; Riscos; Vka; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Ciências Farmacêuticas

O presente trabalho realizado no âmbito da Unidade Curricular “ Estágio”, do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, encontra-se dividido em três capítulos que descrevem respetivamente, o meu trabalho de investigação referente aos anticoagulantes orais, o meu estágio curricular em Farmácia Comunitária e o meu estágio curricular em Farmácia Hospitalar. O primeiro capítulo aborda os riscos associados aos anticoagulantes orais. Em Portugal, estão comercializados os antagonistas da vitamina k, como a varfarina. Porém face às suas limitações, nos últimos anos, foram introduzidos no mercado novos anticoagulantes orais com uma maior especificidade e facilidade de uso. Estes são designados como anticoagulantes orais diretos (rivaroxabano, apixabano, dabigatrano e o edoxabano). Este capítulo destaca o papel notório da Farmacovigilância, na monitorização contínua dos anticoagulantes orais, em prol da saúde pública, uma vez que a Farmacovigilância tem como objetivo fulcral garantir a segurança dos medicamentos com autorização de introdução no mercado, através da recolha e avaliação das Reações adversas a medicamentos (RAM), implementando medidas para reduzir a sua ocorrência. Neste âmbito, foram analisadas as notificações de RAM submetidas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância, entre 2012 e 2021, bem como as interações dos anticoagulantes orais com os medicamentos e com as plantas medicinais. Relativamente às notificações de RAM foram avaliados vários parâmetros, sendo que o anticoagulante mais notificado e com principal destaque nesta análise foi o dabigatrano, com 388 notificações de RAM. Em relação à demografia da população, houve uma maior taxa de notificação na população idosa, sendo o género feminino mais prevalente. A maioria das notificações é referente a RAM graves e verificou-se uma maior taxa de notificação por parte dos médicos, seguidos dos farmacêuticos. Os grupos System Organ Class mais notificados foram “Doenças gastrointestinais” e “Doenças do sistema nervoso”, e o Preferred Term mais notificado foi “Hemorragia gastrointestinal”. Neste capítulo de modo a identificar os riscos referentes aos anticoagulantes orais foi ainda realizada uma pesquisa bibliográfica. A varfarina apresenta interação com vários medicamentos e plantas medicinais, visto que é metabolizada por várias isoformas do citocromo 450, assim os medicamentos e plantas que sejam indutores ou inibidores destas enzimas vão interferir com o seu metabolismo. Apesar dos anticoagulantes orais diretos apresentarem menos interações quando comparados com a varfarina, estes interagem com os indutores fortes da citocromo 3A4, indutores fortes da glicoproteína-P, inibidores fortes da citocromo 3A4 e da glicoproteína-P, consoante o anticoagulante oral direto. Existem algumas plantas com as quais é requerida precaução na sua administração conjunta, nomeadamente as que interferem com a glicoproteína-P e com o citocromo 3A4. Em suma, os anticoagulantes orais apresentam interações e RAM que exigem uma monitorização contínua. Assim, a sua identificação e caracterização são pontos de partida importantes para melhorar a segurança dos anticoagulantes orais na população. O segundo capítulo é referente à realização do estágio curricular em Farmácia Comunitária decorrido entre fevereiro e abril de 2023, na Farmácia Teixeira, sob a orientação da Dr. Edgar Fernandes. Neste capítulo é descrita a minha experiência e todas as atividades e funções inerentes ao exercício da profissão farmacêutica desenvolvidas durante o estágio. Com um principal destaque no aconselhamento farmacêutico e na promoção do uso racional do medicamento. No decurso do estágio curricular apliquei os conhecimentos científicos assimilados durante o curso, tendo obtido novos conhecimentos e competências, no âmbito da interação com o utente. Neste âmbito, verifiquei o papel notório do farmacêutico na sociedade, em prol da saúde pública. O terceiro capítulo detalha o estágio curricular em Farmácia Hospitalar, realizado nos Serviços Farmacêuticos da Unidade Local de Saúde da Guarda, entre maio e junho de 2023, sob orientação do Dr. Jorge Aperta. Neste capítulo encontra-se descrita a minha aprendizagem, bem como todas as tarefas executadas durante este período. Com a realização do estágio curricular consolidei os conhecimentos científicos que adquiri ao longo da minha formação académica, bem como adquiri novas competências no âmbito da Farmácia Hospitalar. Este capítulo destaca ainda o papel do farmacêutico enquanto especialista do medicamento e como parte integrante nas equipas multidisciplinares.