Disposição para a Mudança de Alcoólicos em Internamento: relação com personalidade, variáveis emocionais (autocompaixão, autocriticismo e vergonha) e sintomatologia psicopatológica
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://repositorio.ismt.pt/jspui/handle/123456789/1394 |
Resumo: | Objetivos: Conscientes de que o álcool é uma dependência, ao ambicionar atingir a abs tinência, o doente depende de uma série de variáveis às quais a motivação se encontra intimamente ligada. Assim, tornasem pertinente perceber a personalidade, os níveis de autocompaixão, autocriticismo, vergonha e sintomatologia psicopatológica do indivíduo em contexto de internamento, relacionando assim com a disposição para a mudança. Metodologia: Foram avaliados com recurso ao Questionário Sociodemográfico, RCQ (Questionário da Disposição para a Mudança), NEO-FFI (Inventário dos Cinco Fatores), SELFCS (Escala de Autocompaixão), FSCRS (Escala das Funções do Autocriticismo), EVEI (Escala da Vergonha Externa e Vergonha Interna) e BSI (Inventário de Sintomas Psicopatológicos), 100 pessoas, dos 20 aos 69 anos, com a faixa etária mais prevalecente dos 40 aos 69 anos (86,0%), maioria do sexo masculino (81%), internadas na Unidade de Alcoologia de Coimbra (UAC: n = 55) e em Comunidade Terapêutica (CT: n = 45). Resultados: Na sua maioria, os sujeitos eram maioritariamente homens, com 40-69 anos, solteiros, com o ensino básico, iniciaram os consumos excessivos entre os 20-39 anos, por motivos sociais, tomaram a iniciativa do tratamento, tiveram 1 a 2 internamentos prévios, tinham familiares com problemas de álcool, não tinham outras perturbações psiquiátricas e tinham acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Identificam-se associações estatisticamente significativas entre o sexo, a faixa etária, o estado civil, o acompanhamento psiquiátrico e psicológico com o tipo de internamento (UAC e CT), sendo que a maioria se encontrava no estádio reflexão e ação. Ao comparar os estádios de mudança reflexão e ação, estes não se relacionaram de forma estatisticamente significativa com as variáveis sociodemográficas e clínicas. Ao correlacionar a disposição para a mudança e os restantes construtos, identificou-se apenas uma correlação estatisticamente significativa entre o estádio ação e a amabilidade (personalidade), ou seja, quanto maior a amabilidade, maior a ação para a mudança. Conclusão: Dado que os doentes ainda não se encontram ainda na total predisposição para a mudança, torna-se pertinente promover intervenções como por exemplo a prevenção da recaída, a abordagem motivacional, treino de competências, técnicas de relaxamento, reuniões de grupo, sessões psicoeducativas, a autoaceitação, trabalhando o nível afetivo, o stress, ansiedade, sintomas depressivos, a vergonha, o autocriticismo, promovendo a autotranquilização e compaixão pelo eu. / Objectives: Aware that alcohol is an addiction, when striving to achieve abstinence, the patient depends on a series of variables to which motivation is intimately linked. Thus, it becomes pertinent to understand the personality, levels of self-compassion, self-criticism, shame and psychopathological symptomatology of the individual in the inpatient context, thus relating it to the readiness to change. Method: They were assessed using the Sociodemographic Questionnaire, RCQ (Readiness to Change Questionnaire), NEO-FFI (Five Factor Inventory), SELFCS (Self-Compassion Scale), FSCRS (Self-Criticism Functions Scale), EVEI (Internal and External Shame Scale) e BSI (Brief Symptom Inventory), 100 people, aged between 20 and 69 years, with the most prevalent age range of 40 to 69 years (86.0%), mostly male (81%), admitted to the Unit of Alcohology of Coimbra (UAC: n = 55) and in Therapeutic Community (TC: n = 45). Results: Most of the subjects were male, aged 40-69, single, with basic education, started heavy drinking between the ages of 20-39, for social reasons, took the initiative in treat ment, had 1 to 2 previous hospitalisations, had family members with alcohol problems, had no other psychiatric disorders and had psychological and psychiatric follow-up. Statistically significant associations were identified between gender, age group, marital status, psychiatric and psychological follow-up and type of hospitalisation (UAC and TC), with the majority being at the reflection and action stage. When comparing the stages of change reflection and action, these were not statistically significantly related to the sociodemographic and clinical variables. When correlating the readiness for change and the remaining constructs, only a statistically significant correlation was identified between the action stage and friendliness (personality), that is, the greater the friendliness, the greater the action for change. Conclusion: As patients are not yet fully predisposed to change, it is important to promote interventions such as relapse prevention, the motivational approach, skills training, relaxation techniques, group meetings, psychoeducational sessions, self-acceptance, working on the affective level, stress, anxiety, depressive symptoms, shame, self-criticism, promoting self-tranquilization and compassion for the self. |
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Disposição para a Mudança de Alcoólicos em Internamento: relação com personalidade, variáveis emocionais (autocompaixão, autocriticismo e vergonha) e sintomatologia psicopatológicaPerturbação de uso de Álcool - Alcohol use disorderDisposição para a mudança - Readiness to changePersonalidade - PersonalityAutocompaixão - Self-compassionAutocriticismo - Self-criticismVergonha - ShameSintomatologia psicopatológica - Psychopathological symptomatologyObjetivos: Conscientes de que o álcool é uma dependência, ao ambicionar atingir a abs tinência, o doente depende de uma série de variáveis às quais a motivação se encontra intimamente ligada. Assim, tornasem pertinente perceber a personalidade, os níveis de autocompaixão, autocriticismo, vergonha e sintomatologia psicopatológica do indivíduo em contexto de internamento, relacionando assim com a disposição para a mudança. Metodologia: Foram avaliados com recurso ao Questionário Sociodemográfico, RCQ (Questionário da Disposição para a Mudança), NEO-FFI (Inventário dos Cinco Fatores), SELFCS (Escala de Autocompaixão), FSCRS (Escala das Funções do Autocriticismo), EVEI (Escala da Vergonha Externa e Vergonha Interna) e BSI (Inventário de Sintomas Psicopatológicos), 100 pessoas, dos 20 aos 69 anos, com a faixa etária mais prevalecente dos 40 aos 69 anos (86,0%), maioria do sexo masculino (81%), internadas na Unidade de Alcoologia de Coimbra (UAC: n = 55) e em Comunidade Terapêutica (CT: n = 45). Resultados: Na sua maioria, os sujeitos eram maioritariamente homens, com 40-69 anos, solteiros, com o ensino básico, iniciaram os consumos excessivos entre os 20-39 anos, por motivos sociais, tomaram a iniciativa do tratamento, tiveram 1 a 2 internamentos prévios, tinham familiares com problemas de álcool, não tinham outras perturbações psiquiátricas e tinham acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Identificam-se associações estatisticamente significativas entre o sexo, a faixa etária, o estado civil, o acompanhamento psiquiátrico e psicológico com o tipo de internamento (UAC e CT), sendo que a maioria se encontrava no estádio reflexão e ação. Ao comparar os estádios de mudança reflexão e ação, estes não se relacionaram de forma estatisticamente significativa com as variáveis sociodemográficas e clínicas. Ao correlacionar a disposição para a mudança e os restantes construtos, identificou-se apenas uma correlação estatisticamente significativa entre o estádio ação e a amabilidade (personalidade), ou seja, quanto maior a amabilidade, maior a ação para a mudança. Conclusão: Dado que os doentes ainda não se encontram ainda na total predisposição para a mudança, torna-se pertinente promover intervenções como por exemplo a prevenção da recaída, a abordagem motivacional, treino de competências, técnicas de relaxamento, reuniões de grupo, sessões psicoeducativas, a autoaceitação, trabalhando o nível afetivo, o stress, ansiedade, sintomas depressivos, a vergonha, o autocriticismo, promovendo a autotranquilização e compaixão pelo eu. / Objectives: Aware that alcohol is an addiction, when striving to achieve abstinence, the patient depends on a series of variables to which motivation is intimately linked. Thus, it becomes pertinent to understand the personality, levels of self-compassion, self-criticism, shame and psychopathological symptomatology of the individual in the inpatient context, thus relating it to the readiness to change. Method: They were assessed using the Sociodemographic Questionnaire, RCQ (Readiness to Change Questionnaire), NEO-FFI (Five Factor Inventory), SELFCS (Self-Compassion Scale), FSCRS (Self-Criticism Functions Scale), EVEI (Internal and External Shame Scale) e BSI (Brief Symptom Inventory), 100 people, aged between 20 and 69 years, with the most prevalent age range of 40 to 69 years (86.0%), mostly male (81%), admitted to the Unit of Alcohology of Coimbra (UAC: n = 55) and in Therapeutic Community (TC: n = 45). Results: Most of the subjects were male, aged 40-69, single, with basic education, started heavy drinking between the ages of 20-39, for social reasons, took the initiative in treat ment, had 1 to 2 previous hospitalisations, had family members with alcohol problems, had no other psychiatric disorders and had psychological and psychiatric follow-up. 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Objetivos: Conscientes de que o álcool é uma dependência, ao ambicionar atingir a abs tinência, o doente depende de uma série de variáveis às quais a motivação se encontra intimamente ligada. Assim, tornasem pertinente perceber a personalidade, os níveis de autocompaixão, autocriticismo, vergonha e sintomatologia psicopatológica do indivíduo em contexto de internamento, relacionando assim com a disposição para a mudança. Metodologia: Foram avaliados com recurso ao Questionário Sociodemográfico, RCQ (Questionário da Disposição para a Mudança), NEO-FFI (Inventário dos Cinco Fatores), SELFCS (Escala de Autocompaixão), FSCRS (Escala das Funções do Autocriticismo), EVEI (Escala da Vergonha Externa e Vergonha Interna) e BSI (Inventário de Sintomas Psicopatológicos), 100 pessoas, dos 20 aos 69 anos, com a faixa etária mais prevalecente dos 40 aos 69 anos (86,0%), maioria do sexo masculino (81%), internadas na Unidade de Alcoologia de Coimbra (UAC: n = 55) e em Comunidade Terapêutica (CT: n = 45). Resultados: Na sua maioria, os sujeitos eram maioritariamente homens, com 40-69 anos, solteiros, com o ensino básico, iniciaram os consumos excessivos entre os 20-39 anos, por motivos sociais, tomaram a iniciativa do tratamento, tiveram 1 a 2 internamentos prévios, tinham familiares com problemas de álcool, não tinham outras perturbações psiquiátricas e tinham acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Identificam-se associações estatisticamente significativas entre o sexo, a faixa etária, o estado civil, o acompanhamento psiquiátrico e psicológico com o tipo de internamento (UAC e CT), sendo que a maioria se encontrava no estádio reflexão e ação. Ao comparar os estádios de mudança reflexão e ação, estes não se relacionaram de forma estatisticamente significativa com as variáveis sociodemográficas e clínicas. Ao correlacionar a disposição para a mudança e os restantes construtos, identificou-se apenas uma correlação estatisticamente significativa entre o estádio ação e a amabilidade (personalidade), ou seja, quanto maior a amabilidade, maior a ação para a mudança. Conclusão: Dado que os doentes ainda não se encontram ainda na total predisposição para a mudança, torna-se pertinente promover intervenções como por exemplo a prevenção da recaída, a abordagem motivacional, treino de competências, técnicas de relaxamento, reuniões de grupo, sessões psicoeducativas, a autoaceitação, trabalhando o nível afetivo, o stress, ansiedade, sintomas depressivos, a vergonha, o autocriticismo, promovendo a autotranquilização e compaixão pelo eu. / Objectives: Aware that alcohol is an addiction, when striving to achieve abstinence, the patient depends on a series of variables to which motivation is intimately linked. Thus, it becomes pertinent to understand the personality, levels of self-compassion, self-criticism, shame and psychopathological symptomatology of the individual in the inpatient context, thus relating it to the readiness to change. Method: They were assessed using the Sociodemographic Questionnaire, RCQ (Readiness to Change Questionnaire), NEO-FFI (Five Factor Inventory), SELFCS (Self-Compassion Scale), FSCRS (Self-Criticism Functions Scale), EVEI (Internal and External Shame Scale) e BSI (Brief Symptom Inventory), 100 people, aged between 20 and 69 years, with the most prevalent age range of 40 to 69 years (86.0%), mostly male (81%), admitted to the Unit of Alcohology of Coimbra (UAC: n = 55) and in Therapeutic Community (TC: n = 45). Results: Most of the subjects were male, aged 40-69, single, with basic education, started heavy drinking between the ages of 20-39, for social reasons, took the initiative in treat ment, had 1 to 2 previous hospitalisations, had family members with alcohol problems, had no other psychiatric disorders and had psychological and psychiatric follow-up. Statistically significant associations were identified between gender, age group, marital status, psychiatric and psychological follow-up and type of hospitalisation (UAC and TC), with the majority being at the reflection and action stage. When comparing the stages of change reflection and action, these were not statistically significantly related to the sociodemographic and clinical variables. When correlating the readiness for change and the remaining constructs, only a statistically significant correlation was identified between the action stage and friendliness (personality), that is, the greater the friendliness, the greater the action for change. Conclusion: As patients are not yet fully predisposed to change, it is important to promote interventions such as relapse prevention, the motivational approach, skills training, relaxation techniques, group meetings, psychoeducational sessions, self-acceptance, working on the affective level, stress, anxiety, depressive symptoms, shame, self-criticism, promoting self-tranquilization and compassion for the self. |
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