Impacto da diálise na qualidade de vida no doente renal

• Autor(a) principal: Carneiro, Bruno Miguel Vieira
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11075
• topic: Qualidade de vida; Insuficiência renal crónica

Enquadramento: A doença renal é um problema que requer uma equipa multidisciplinar de saúde, o emprego de muito conhecimento tecnológico. Os avanços do conhecimento científico no tratamento dos doentes com insuficiência renal têm vindo a traduzir-se num aumento da sua qualidade de vida e no aumento da esperança média de vida. A insuficiência renal e a consequente necessidade de tratamento dialítico têm largo impacto na qualidade de vida do doente, podendo colocar em causa a sua vida profissional e familiar. Objetivos: O principal objetivo deste estudo consiste em analisar o impacto dos tratamentos de diálise, como hemodiálise ou diálise peritoneal, na qualidade de vida das pessoas com insuficiência renal crónica. Métodos: Estudo descritivo-correlacional, transversal e de abordagem quantitativa, com uma amostra de 30 doentes de um hospital da região norte que frequentaram a consulta de rotina da hemodiálise e diálise peritoneal. A recolha de dados foi suportada num questionário elaborado para o efeito de caracterização sociodemográfica, profissional e clínica e no MOS SF-36, validado para Portugal por Ferreira (1998). O tratamento de dados foi feito com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences (SPSS® ) versão 25.0, com recurso às estatísticas descritiva e inferencial. Resultados: A amostra é igualitariamente constituída por doentes do sexo masculino e feminino (50%, respetivamente), a maioria enquadrava-se no grupo etário >50 anos (36,7%). Apurou-se uma média de 4,52 anos (±3,14 anos) de tempo de diálise, com uma média de 3,38 horas por sessão (±,71); nove doentes já recorrem um mínimo de duas vezes ao hospital por problemas com o seu acesso vascular e um máximo de oito vezes, tendo dez doentes a necessidade de recorrer ao hospital por problemas com o orifício ou peritonite no mínimo uma vez e no máximo 4 vezes; 14 doentes fazem no mínimo 3 tratamentos por dia de diálise peritoneal contínua ambulatória e no máximo 4 vezes ao dia. Os doentes revelaram uma perceção mais positiva da sua qualidade de vida ao nível do funcionamento social, saúde mental, saúde geral e vitalidade. O sexo, a idade e as habilitações literárias foram variáveis sociodemográficas com relevância estatisticamente significativa. Possuir doenças associadas e o facto os doentes terem já tido a necessidade de recorrer ao hospital por problemas com o acesso vascular foram variáveis com interferência estatisticamente significativa. Existem diferenças estatisticamente significativas nos doentes cujo tratamento é a diálise peritoneal, com melhor perceção da sua qualidade de vida nos domínios desempenho físico e desempenho emocional.