O chocolate e a resposta sexual da mulher
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/7077 |
Resumo: | Tem sido considerada a existência de uma correlação positiva entre a ingestão de chocolate e a resposta sexual da mulher. Porém, os estudos até agora realizados são dispersos e pouco conclusivos. Neste trabalho exploratório é utilizada uma metodologia experimental em que são comparados vários parâmetros da resposta sexual feminina, considerando três situações controladas: [a] resposta sexual sem consumo de chocolate, [b] resposta sexual com consumo de chocolate imediatamente antes do início da relação sexual e [c] resposta sexual com consumo de chocolate uma hora antes da relação sexual. O tipo e a quantidade de chocolate consumido foram padronizados. A escolha das participantes no estudo obedeceu também a um conjunto de critérios de seleção. É de realçar que o presente trabalho deve ser considerado exploratório, dados os enviesamento da amostra, bem como o seu efectivo reduzido. Contudo, os resultados fornecem alguns indícios interessantes, a explorar futuramente neste tipo de investigação. Assim, sugere-se um efeito significativo do consumo de chocolate na resposta sexual da mulher, em particular quando metabolizado [consumido uma hora antes], nos seguintes parâmetros: [1] lubrificação vaginal antes da relação sexual, [2] excitação global antes e durante a relação sexual, [3] desejo, [4] sensibilidade, [5] duração da relação sexual, [6] intensidade da relação sexual e [7] vontade de repetir. Sugere-se que os princípios biologicamente ativos presentes no chocolate influenciem a resposta sexual. Coloca-se a hipótese de que, provavelmente, estas diferenças possam ser influenciadas principalmente pela PEA presente no chocolate, uma vez que esta parece justificar o aumento da maioria dos parâmetros, embora a cafeína e as N-aciletanolaminas também possam ter um papel nestes aumentos. A ‘vontade de repetir’ e a ‘intensidade da relação’ também poderão ter sido influenciadas por um aumento dos níveis de oxitocina induzidos pela PEA e/ou pelas N- aciletanolaminas. A neurotransmissão oxitocinérgica aumenta fortemente durante o orgasmo e parece estar relacionada com a ligação afetiva e com a intimidade em relação ao parceiro, o que pode funcionar como uma das principais recompensas da relação sexual e, portanto, como um reforço positivo para além de poder levar a que as mulheres interpretem a relação como mais intensa, mais prazerosa. Em relação à ´vontade de repetir’, o aumento significativo na condição ‘chocolate 1h antes’ poderia resultar do aumento da atividade dopaminérgica no corpo estriado e no núcleo accumbens, importante nos fenómenos de reforço e recompensa, e que parece ser uma das principais ações da PEA ao nível do sistema nervoso. Por outro lado, a maior atividade no núcleo accumbens durante o orgasmo poderia sofrer um aumento por ação da PEA presente no chocolate provocando orgasmos mais intensos na condição ‘chocolate 1h antes’, aumentando assim o valor compensatório do orgasmo e, portanto, a vontade de repetir. |
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É de realçar que o presente trabalho deve ser considerado exploratório, dados os enviesamento da amostra, bem como o seu efectivo reduzido. Contudo, os resultados fornecem alguns indícios interessantes, a explorar futuramente neste tipo de investigação. Assim, sugere-se um efeito significativo do consumo de chocolate na resposta sexual da mulher, em particular quando metabolizado [consumido uma hora antes], nos seguintes parâmetros: [1] lubrificação vaginal antes da relação sexual, [2] excitação global antes e durante a relação sexual, [3] desejo, [4] sensibilidade, [5] duração da relação sexual, [6] intensidade da relação sexual e [7] vontade de repetir. Sugere-se que os princípios biologicamente ativos presentes no chocolate influenciem a resposta sexual. Coloca-se a hipótese de que, provavelmente, estas diferenças possam ser influenciadas principalmente pela PEA presente no chocolate, uma vez que esta parece justificar o aumento da maioria dos parâmetros, embora a cafeína e as N-aciletanolaminas também possam ter um papel nestes aumentos. A ‘vontade de repetir’ e a ‘intensidade da relação’ também poderão ter sido influenciadas por um aumento dos níveis de oxitocina induzidos pela PEA e/ou pelas N- aciletanolaminas. A neurotransmissão oxitocinérgica aumenta fortemente durante o orgasmo e parece estar relacionada com a ligação afetiva e com a intimidade em relação ao parceiro, o que pode funcionar como uma das principais recompensas da relação sexual e, portanto, como um reforço positivo para além de poder levar a que as mulheres interpretem a relação como mais intensa, mais prazerosa. Em relação à ´vontade de repetir’, o aumento significativo na condição ‘chocolate 1h antes’ poderia resultar do aumento da atividade dopaminérgica no corpo estriado e no núcleo accumbens, importante nos fenómenos de reforço e recompensa, e que parece ser uma das principais ações da PEA ao nível do sistema nervoso. Por outro lado, a maior atividade no núcleo accumbens durante o orgasmo poderia sofrer um aumento por ação da PEA presente no chocolate provocando orgasmos mais intensos na condição ‘chocolate 1h antes’, aumentando assim o valor compensatório do orgasmo e, portanto, a vontade de repetir.It has been suggested the existence of a positive correlation between chocolate intake and the woman's sexual response. However, studies carried out so far are dispersed and inconclusive In this exploratory work it is essayed an experimental method in which various parameters of the female sexual response are compared, considering three controlled conditions: [a] sexual response without consumption of chocolate, [b] sexual response with chocolate consumption immediately before sexual intercourse and [c] sexual response with consumption of chocolate an hour before intercourse. The type and amount of chocolate consumed has been standardized. The choice of the participants in the study also followed a set of selection criteria. It is noteworthy that this study should be considered exploratory, given the bias of the sample as well as its reduced active. However, the results provide some interesting clues, to be explored in this type of research in the future. Thus, it is suggested a significant effect of chocolate consumption on sexual response of women, especially when metabolized [consumed one hour before intercourse], the following parameters: [1] vaginal lubrication before intercourse, [2] global excitement before and during intercourse, [3] desire, [4] sensitivity [5] duration of intercourse, [6] intensity of sexual intercourse and [7] drive to repeat. It is suggested that the biologically active ingredients present in chocolate influence the sexual response. This raises the possibility that probably these differences can be influenced mainly by the PEA present in chocolate, since this seems to justify the increase in most parameters, although caffeine and N-aciletanolamines may also play a role in these increases. The 'drive to repeat' and 'intensity of sexual intercourse' may also have been influenced by increased levels of oxytocin induced by PEA and/or the N-aciletanolamines. The oxytocinergic neurotransmission increases strongly during orgasm and seems to be related to the emotional attachment and intimacy toward the partner, which may function as one of the main rewards of intercourse and therefore as a positive reinforcement and, in addition, to be able to make that women interpret the relationship as more intense, more pleasurable. Regarding 'drive to repeat', the significant increase in the condition 'chocolate 1h before' could result from increased dopaminergic activity in the striatum body and in the nucleus accumbens, important in phenomena of reinforcement and reward, and that seems to be one of the main actions of the PEA in the nervous system. On the other hand, the increased activity in the nucleus accumbens during orgasm could be increased by the action of PEA present in chocolate causing more intense orgasms on condition 'chocolate 1h before', thus increasing the value of the compensatory orgasm and therefore the drive to repeat.2016-06-07T12:36:23Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/7077TID:201326663porPiçarra, Ana Cristina do Espirito Santoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:08:33Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/7077Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:15:43.151772Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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