Abcessos hepáticos piogénicos: a perspectiva do radiologista de intervenção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, E
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Sousa, M, Costa, A
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/970
Resumo: O abcesso hepático piogénico é uma entidade pouco frequente embora fatal quando não tratada. Historicamente estes abcessos estavam relacionados com infecções intra-abdominais mas a evolução da antibioterapia tornou a patologia hepatobiliar, nomeadamente as neoplasias malignas, no grupo mais prevalente. As neoplasias hepáticas são simultaneamente um factor de risco e de mau prognóstico nestes casos e, ao contrário da população em geral, são mais frequentemente primárias que secundárias. A sua exclusão clínica é obrigatória. Cerca de metade dos casos são criptogénicos, apesar de associados a infecção monomicrobiana a K.pneumoniae, a diabetes mellitus ou a patologia subclínica do cólon, incluindo carcinoma. Alguns autores recomendam, por este facto, a colonoscopia, por rotina, a doentes com abcessos hepáticos piogénicos de repetição. Os agentes patogénicos mais frequentes em todo o mundo são a E. coli, Enterococcus e Streptococcus, sendo frequentemente polimicrobiana em doentes oncológicos. A infecção por K pneumoniae é a mais prevalente na Ásia e tem vindo a aumentar nas populações ocidentais. Isto é importante porque apesar de abcessos hepáticos associados a K.pneumoniae terem, em geral, um curso mais indolente, apresentam risco de infecção metastática, com elevada taxa de mortalidade, e resistência intrínseca à ampicilina. Não existem características patognomónicas que permitam a distinção entre agentes, mas o aspecto imagiologicamente imaturo da coleção é característico de K.pneumoniae. No âmbito da abordagem multidisciplinar, o radiologista de intervenção tem um papel central no diagnóstico, confirmação microbiológica e tratamento destes casos, evitando intervenções cirúrgicas com maior morbilidade. A avaliação imagiológica permite ainda identificar casos com baixa probabilidade de sucesso por abordagem percutânea e que deverão ser operados precocemente. Propomos uma revisão sistemática da literatura científica demonstrando o atual estado da arte e melhores práticas nestes doentes.
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