Envelhecimento bem-sucedido e envolvimento social: um estudo em Universidades Sénior
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/2425 |
Resumo: | Contexto e objetivos. O envelhecimento humano é um fenómeno mundial. Portugal destaca-se como um dos países mais envelhecidos da União Europeia e também um dos que está a envelhecer mais rapidamente. Nas últimas décadas tem havido um interesse crescente, por parte dos investigadores em Gerontologia Social, por uma visão positiva do envelhecimento, concretizada na ideia de Envelhecimento Bem-Sucedido. Salienta-se como os modelos mais relevantes: o modelo biomédico (Rowe & Kahn, 1997), o modelo de otimização seletiva com compensação (SOC; Baltes & Baltes, 1990) e o modelo de proatividade preventiva e corretiva (Kahana & Kahana, 1996). Quanto às políticas sociais e de saúde, destaca-se o quadro de referência do Envelhecimento Ativo (OMS, 2002; ILC-Brasil, 2015) que também veicula uma visão positiva do envelhecimento. Neste contexto, as Universidades Sénior surgem como uma resposta para adultos a partir dos 50 anos com vista a combater o isolamento e a exclusão social, contribuir para a participação na sociedade, diminuir o risco de dependência e promover o convívio (RUTIS, 2017). Neste sentido, torna-se pertinente analisar o Envelhecimento Bem-Sucedido de pessoas que frequentam Universidades Sénior. Deste modo, estabeleceram-se como objetivos deste estudo: (1) descrever as caraterísticas sociodemográficas de adultos que frequentam Universidades Sénior, bem como aspetos do seu envolvimento social; (2) analisar a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais em função das características sociodemográficas. Método. Este estudo de natureza quantitativa transversal contou com 50 participantes, com idades compreendidas entre os 55 e os 84 anos, a viver na comunidade e a frequentar uma Universidade Sénior. A recolha de dados fez-se com base num Questionário Sociodemográfico e de Participação Social – versão para Universidades Sénior (Versão para estudo de Bastos e cols.); versão portuguesa da Escala Breve de Redes Sociais de Lubben (LSNS-6; Lubben et al., 2006; Ribeiro, et al., 2012); versão portuguesa das Escalas de Bem-Estar Psicológico (Ryff-18; Ryff, 1989; Novo, Silva & Peralta, 1997); versão portuguesa do Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF; WHOQOL Group, 1998; Canavarro et al., 2007). Resultados. Os participantes apresentam uma média de idades de 68,2 anos (DP=5,2), são maioritariamente mulheres (68,0%), casados (76,0%), com escolaridade elevada (ensino superior - 64,0%) e pertencentes a agregados familiares com rendimentos mensais superiores a 2000€ (61,7%). Frequentam a Universidade Sénior, em média, há 4,7 anos (DP=3,0; mín.=0,8; máx.=15) e identificaram a aprendizagem/novos conhecimentos, realização pessoal e aumento dos contactos sociais como principais benefícios. Quanto à qualidade de vida, existem diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na qualidade de vida geral em função da idade. Nos domínios da qualidade de vida, observam-se apenas diferenças estatisticamente significativas no domínio do ambiente em função da escolaridade e rendimentos do agregado familiar. No bem-estar psicológico, apenas se observam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na dimensão autonomia em função dos rendimentos, pontuando mais alto as pessoas pertencentes a agregados familiares com rendimentos superiores. Nas redes sociais há diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) quer na escala total quer nas subescalas (amigos, família) em função do género, idade e estado civil. Conclusão. Os resultados sugerem que as Universidades Sénior estão associadas a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais, sendo que menos idade e mais rendimentos são os fatores que mais se relacionam com elas. Dada a pertinência deste tema para o envelhecimento bem-sucedido, recomenda-se a continuação de estudos no domínio. |
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Quanto às políticas sociais e de saúde, destaca-se o quadro de referência do Envelhecimento Ativo (OMS, 2002; ILC-Brasil, 2015) que também veicula uma visão positiva do envelhecimento. Neste contexto, as Universidades Sénior surgem como uma resposta para adultos a partir dos 50 anos com vista a combater o isolamento e a exclusão social, contribuir para a participação na sociedade, diminuir o risco de dependência e promover o convívio (RUTIS, 2017). Neste sentido, torna-se pertinente analisar o Envelhecimento Bem-Sucedido de pessoas que frequentam Universidades Sénior. Deste modo, estabeleceram-se como objetivos deste estudo: (1) descrever as caraterísticas sociodemográficas de adultos que frequentam Universidades Sénior, bem como aspetos do seu envolvimento social; (2) analisar a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais em função das características sociodemográficas. Método. Este estudo de natureza quantitativa transversal contou com 50 participantes, com idades compreendidas entre os 55 e os 84 anos, a viver na comunidade e a frequentar uma Universidade Sénior. A recolha de dados fez-se com base num Questionário Sociodemográfico e de Participação Social – versão para Universidades Sénior (Versão para estudo de Bastos e cols.); versão portuguesa da Escala Breve de Redes Sociais de Lubben (LSNS-6; Lubben et al., 2006; Ribeiro, et al., 2012); versão portuguesa das Escalas de Bem-Estar Psicológico (Ryff-18; Ryff, 1989; Novo, Silva & Peralta, 1997); versão portuguesa do Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF; WHOQOL Group, 1998; Canavarro et al., 2007). Resultados. Os participantes apresentam uma média de idades de 68,2 anos (DP=5,2), são maioritariamente mulheres (68,0%), casados (76,0%), com escolaridade elevada (ensino superior - 64,0%) e pertencentes a agregados familiares com rendimentos mensais superiores a 2000€ (61,7%). Frequentam a Universidade Sénior, em média, há 4,7 anos (DP=3,0; mín.=0,8; máx.=15) e identificaram a aprendizagem/novos conhecimentos, realização pessoal e aumento dos contactos sociais como principais benefícios. Quanto à qualidade de vida, existem diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na qualidade de vida geral em função da idade. Nos domínios da qualidade de vida, observam-se apenas diferenças estatisticamente significativas no domínio do ambiente em função da escolaridade e rendimentos do agregado familiar. No bem-estar psicológico, apenas se observam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na dimensão autonomia em função dos rendimentos, pontuando mais alto as pessoas pertencentes a agregados familiares com rendimentos superiores. Nas redes sociais há diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) quer na escala total quer nas subescalas (amigos, família) em função do género, idade e estado civil. Conclusão. Os resultados sugerem que as Universidades Sénior estão associadas a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais, sendo que menos idade e mais rendimentos são os fatores que mais se relacionam com elas. Dada a pertinência deste tema para o envelhecimento bem-sucedido, recomenda-se a continuação de estudos no domínio.Context and Objetives. Human aging is a worldwide phenomenon. Portugal is one of the countries with the oldest population in the European Union, as well as one of the nations that is aging more rapidly. In recent decades, researchers in the Social Gerontology field have been displaying a growing interest towards a positive perspetive about aging, acknowledged in the idea of Successful Aging. The most relevant theoretical models in this domain are the biomedical model (Rowe & Kahn, 1997), the selective optimization with compensation model (SOC; Baltes & Baltes, 1990) and the preventive and corrective proactivity model (Kahana & Kahana, 1996). In what concerns social and health policies, the Ative Aging policy framework also conveys a positive vision of aging (OMS, 2002; ILC-Brasil, 2015). In this context, Senior Universities emerge as a response for adults aged 50 years and older, which is designed to tackle social exclusion and isolation, promote participation in society, reduce dependency risk and enhance sociability (RUTIS, 2017). Considering this, it is important to analyse Successful Aging in people attending Senior Universities. Therefore, the present study has the following objetives: (1) to describe sociodemographic characteristics in adults attending Senior Universities, as well as aspects concerning their social engagement; (2) to analyse quality of life, psychological well-being and social network according to sociodemographic characteristics. Methods: The present cross-sectional quantitative study includes 50 community-dwelling participants, aged between 55 and 84 years old, attending a Senior University. Data collection was based on a Sociodemographic and Social Participation Questionnaire – Senior Universities version; Portuguese version of the Lubben Social Network Scale – 6 Item Version (LSNS-6; Lubben et al., 2006; Ribeiro, et al., 2012); Portuguese version of the Psychological Well-being Scales (Ryff-18; Ryff, 1989; Novo, Silva & Peralta, 1997); Portuguese version of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assessment (WHOQOL-BREF; WHOQOL Group, 1998; Canavarro et al., 2007). Results: Participants have a mean age of 68,2 years (DP=5,2) and the majority are women (68,0%), married (76,0%), with a high level of education (university - 64,0%) and a household monthly income higher than 2000€. The individuals in this study have been attending the Senior University, on average, for 4,7 years (SD=3,0; min.=0,8; max.=15,0) and identified learning/new knowledge, personal fulfilment and the increase of social contacts as the main benefits. Regarding quality of life, there are statistically significant differences (p<0,05) in general quality of life according to age. In specific quality of life domains, the only statistically significant differences occur in the environment domain according to education and family income. In relation to psychological well-being, statistically significant differences (p<0,05) are observed only in the autonomy dimension according to family income, with people in households with higher income displaying better results. Concerning social networks, there are statistically significant differences (p<0,05) both in the total scale and in the subscales (family and friends) according to gender, age and marital status. Conclusion: The results suggest that Senior Universities are associated with quality of life, psychological well-being and social networks, wherein a younger age and a higher income are the factors most related to such variables. Given the relevance of this subject to successful aging, further investigation in this field is recommended.2020-11-13T14:10:19Z2020-02-03T00:00:00Z2020-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2425TID:202471705porOliveira, Joana Isabel Sousainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:35:45Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2425Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:24.868911Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Contexto e objetivos. O envelhecimento humano é um fenómeno mundial. Portugal destaca-se como um dos países mais envelhecidos da União Europeia e também um dos que está a envelhecer mais rapidamente. Nas últimas décadas tem havido um interesse crescente, por parte dos investigadores em Gerontologia Social, por uma visão positiva do envelhecimento, concretizada na ideia de Envelhecimento Bem-Sucedido. Salienta-se como os modelos mais relevantes: o modelo biomédico (Rowe & Kahn, 1997), o modelo de otimização seletiva com compensação (SOC; Baltes & Baltes, 1990) e o modelo de proatividade preventiva e corretiva (Kahana & Kahana, 1996). Quanto às políticas sociais e de saúde, destaca-se o quadro de referência do Envelhecimento Ativo (OMS, 2002; ILC-Brasil, 2015) que também veicula uma visão positiva do envelhecimento. Neste contexto, as Universidades Sénior surgem como uma resposta para adultos a partir dos 50 anos com vista a combater o isolamento e a exclusão social, contribuir para a participação na sociedade, diminuir o risco de dependência e promover o convívio (RUTIS, 2017). Neste sentido, torna-se pertinente analisar o Envelhecimento Bem-Sucedido de pessoas que frequentam Universidades Sénior. Deste modo, estabeleceram-se como objetivos deste estudo: (1) descrever as caraterísticas sociodemográficas de adultos que frequentam Universidades Sénior, bem como aspetos do seu envolvimento social; (2) analisar a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais em função das características sociodemográficas. Método. Este estudo de natureza quantitativa transversal contou com 50 participantes, com idades compreendidas entre os 55 e os 84 anos, a viver na comunidade e a frequentar uma Universidade Sénior. A recolha de dados fez-se com base num Questionário Sociodemográfico e de Participação Social – versão para Universidades Sénior (Versão para estudo de Bastos e cols.); versão portuguesa da Escala Breve de Redes Sociais de Lubben (LSNS-6; Lubben et al., 2006; Ribeiro, et al., 2012); versão portuguesa das Escalas de Bem-Estar Psicológico (Ryff-18; Ryff, 1989; Novo, Silva & Peralta, 1997); versão portuguesa do Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF; WHOQOL Group, 1998; Canavarro et al., 2007). Resultados. Os participantes apresentam uma média de idades de 68,2 anos (DP=5,2), são maioritariamente mulheres (68,0%), casados (76,0%), com escolaridade elevada (ensino superior - 64,0%) e pertencentes a agregados familiares com rendimentos mensais superiores a 2000€ (61,7%). Frequentam a Universidade Sénior, em média, há 4,7 anos (DP=3,0; mín.=0,8; máx.=15) e identificaram a aprendizagem/novos conhecimentos, realização pessoal e aumento dos contactos sociais como principais benefícios. Quanto à qualidade de vida, existem diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na qualidade de vida geral em função da idade. Nos domínios da qualidade de vida, observam-se apenas diferenças estatisticamente significativas no domínio do ambiente em função da escolaridade e rendimentos do agregado familiar. No bem-estar psicológico, apenas se observam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) na dimensão autonomia em função dos rendimentos, pontuando mais alto as pessoas pertencentes a agregados familiares com rendimentos superiores. Nas redes sociais há diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) quer na escala total quer nas subescalas (amigos, família) em função do género, idade e estado civil. Conclusão. Os resultados sugerem que as Universidades Sénior estão associadas a qualidade de vida, bem-estar psicológico e redes sociais, sendo que menos idade e mais rendimentos são os fatores que mais se relacionam com elas. Dada a pertinência deste tema para o envelhecimento bem-sucedido, recomenda-se a continuação de estudos no domínio. |
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