Quotidianidade da fronteira na experiência de vida dos saharauís refugiados em Tindouf

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, Rita Marcelino dos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/4988
Resumo: Procura-se perceber a configuração subjectiva e social da fronteira na experiência de vida dos refugiados saharauís que vivem em campos na região de Tindouf, Argélia (o primeiro, onde actualmente vivem cerca de 190 mil pessoas, foi criado em 1976), considerando que são um povo fragmentado, dividido entre o Sahara Ocidental (ocupado por Marrocos) e os acampamentos, ansiando por uma resolução da sua situação, projectando o seu futuro noutras condições, noutro espaço. Considerando que as fronteiras são “regiões de espaços” (Balibar, 2010: 316) geográficos, históricos, sociais e emocionais, com “significados para os actores” (Ortner, 2007: 383), “centros de relações” (Godinho, 2007: 67), produtoras de representações e imagens de pertença e exclusão, o desafio desta investigação é analisar, através do estudo de caso saharauí, as várias intersecções da noção de fronteira: geográfica, a “fortaleza de areia” erguida por Marrocos, espacial (as imediações do campo de refugiados, perceptiva (a fronteira entre serem livres ou viverem aprisionados pelo tempo (Caratini, 2006: 14)), memorial (a distância histórica e as evocações do passado). O futuro aparece projectado no Sahara Ocidental libertado, mesmo para as gerações que nasceram nos acampamentos, e embora esse seja um desejo muito forte, não existe qualquer perspectiva temporal para tal, uma vez que a população espera pela realização de um referendo de autodeterminação, que proporcionaria assim o regresso ao seu território, desde de 1991. Há mais de duas décadas que vivem no suspenso temporal, “trancados numa terra de ninguém” (Friese e Mezzadra, 2010: 304), sem alterações políticas à vista.
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