Efeito crónico da heroína e do peróxido de hidrogénio em células PC12

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha-Oliveira, Teresa
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Rego, A. Cristina, Morgadinho, M. Teresa, Macedo, Tice R., Oliveira, Catarina R.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/18520
Resumo: O consumo repetido de drogas, nomeadamente opióides, conduz ao desenvolvimento de dependência. Entre os mecanismos envolvidos neste processo, comuns à maioria das drogas de abuso, destaca-se a activação da neurotransmissão dopaminérgica em zonas específicas do cérebro. O metabolismo oxidativo da dopamina confere-lhe um potencial neurotóxico devido à formação de espécies reactivas de oxigénio, nomeadamente peróxido de hidrogénio (H2O2). Neste trabalho avaliou-se o efeito da exposição crónica de células PC12 à “heroína de rua” ou ao H2O2 na resposta destas células a uma exposição aguda a estes compostos, em comparação com células PC12 “naïve” (sem exposição prévia aos compostos). As células cronicamente expostas à heroína ou ao H2O2 apresentaram-se parcial ou totalmente resistentes, respectivamente, a uma exposição aguda ao H2O2. Este efeito correlacionou-se com a manutenção dos níveis de ATP após exposição aguda ao H2O2, em contraste com as células “naïve”. Para além disso, observou-se que a viabilidade das células cronicamente expostas à heroína e ao H2O2 era mais afectada pela heroína, comparativamente às células “naïve”. Esta sensibilização poderá ser explicada pelo aumento da acumulação extracelular de dopamina, induzida por estes compostos. Por outro lado, a exposição aguda à heroína de células já cronicamente expostas a esta droga de abuso induziu uma maior susceptibilidade comparativamente a células cronicamente expostas ao H2O2. Esta observação poderá ser explicada por um decréscimo dos níveis intracelulares de ATP e ADP induzido pela incubação crónica com “heroína de rua”, o que indicia um compromisso energético destas células. Em resumo, a exposição crónica à “heroína de rua” altera os níveis energéticos celulares, os níveis extracelulares de dopamina e a resposta a estímulos citotóxicos, evidenciando-se o papel nocivo do consumo regular desta droga por toxicodependentes.
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