Design e cultura visual na comunicação em saúde: um estudo para a literacia em saúde na resistência a antibióticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/32439 |
Resumo: | O desenvolvimento e a inovação tecnológica ainda não permitem que a prestação de cuidados de saúde, como por exemplo tratamentos médicos ou medicamentosos, previnam totalmente a existência de efeitos indesejados para a saúde. Destaca-se nesse contexto a utilização de antibióticos e as atuais resistências aos antimicrobianos. Embora existam esforços de comunicação em saúde para o público, no sentido de melhorar a utilização dos antibióticos e garantir a saúde pública, tal continua a ser um problema na sociedade. A ausência de orientações para o design de campanhas na área da saúde através de comunicação assente na cultura visual, orientadas para a melhoria da literacia e as consequentes alterações dos comportamentos da população, orientou o presente estudo. O caso de estudo fundamentou-se na análise da última campanha lançada em Portugal pela Direção-Geral da Saúde sobre a resistência aos antibióticos, partindo de uma infografia da campanha. O presente estudo, que decorreu entre maio e outubro de 2019, é de natureza exploratória e adotou uma abordagem de design thinking e User Centered Design (UCD). O seu delineamento metodológico integrou a triangulação de instrumentos, designadamente um questionário a uma amostra casual de utilizadores de redes sociais online e entrevistas por questionário a dois grupos de peritos, em design e em saúde. Aplicaram-se heurísticas de usabilidade e de interfaces gráficas, de normas de cor, de compreensão da mensagem baseadas na comunicação visual e na hierarquia de informação. Quanto aos resultados dos questionários, o público afirma compreender bem o póster e a sua mensagem, contudo, nas entrevistas destacam-se respostas unânimes dos especialistas em saúde sobre a dificuldade de compreensão da mensagem da campanha pelo público com reduzida literacia em saúde. De igual forma, os especialistas em design salientaram que a hierarquia visual e o formato da campanha deveriam ser melhorados, para atingir os objetivos esperados, o que demonstra discórdia entre a opinião dos utilizadores e a opinião dos especialistas. Assim, a recente campanha da Direção-Geral da Saúde sobre utilização de antibióticos, representada no presente estudo por uma das suas infografias em póster, tem, na perspetiva dos respondentes ao questionário uma mensagem percetível, compreensível e adequada. No entanto, para os especialistas essa perceção, compreensão e adequação são insuficientes e não produzem as alterações nas atitudes e comportamentos dos destinatários, de forma a garantir o sucesso da campanha e o avanço necessário para a utilização segura de antibióticos por parte dos cidadãos. Como recomendação principal sugere-se a aplicação de uma metodologia de design thinking para o desenvolvimento de novas campanhas. |
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A ausência de orientações para o design de campanhas na área da saúde através de comunicação assente na cultura visual, orientadas para a melhoria da literacia e as consequentes alterações dos comportamentos da população, orientou o presente estudo. O caso de estudo fundamentou-se na análise da última campanha lançada em Portugal pela Direção-Geral da Saúde sobre a resistência aos antibióticos, partindo de uma infografia da campanha. O presente estudo, que decorreu entre maio e outubro de 2019, é de natureza exploratória e adotou uma abordagem de design thinking e User Centered Design (UCD). O seu delineamento metodológico integrou a triangulação de instrumentos, designadamente um questionário a uma amostra casual de utilizadores de redes sociais online e entrevistas por questionário a dois grupos de peritos, em design e em saúde. Aplicaram-se heurísticas de usabilidade e de interfaces gráficas, de normas de cor, de compreensão da mensagem baseadas na comunicação visual e na hierarquia de informação. Quanto aos resultados dos questionários, o público afirma compreender bem o póster e a sua mensagem, contudo, nas entrevistas destacam-se respostas unânimes dos especialistas em saúde sobre a dificuldade de compreensão da mensagem da campanha pelo público com reduzida literacia em saúde. De igual forma, os especialistas em design salientaram que a hierarquia visual e o formato da campanha deveriam ser melhorados, para atingir os objetivos esperados, o que demonstra discórdia entre a opinião dos utilizadores e a opinião dos especialistas. Assim, a recente campanha da Direção-Geral da Saúde sobre utilização de antibióticos, representada no presente estudo por uma das suas infografias em póster, tem, na perspetiva dos respondentes ao questionário uma mensagem percetível, compreensível e adequada. No entanto, para os especialistas essa perceção, compreensão e adequação são insuficientes e não produzem as alterações nas atitudes e comportamentos dos destinatários, de forma a garantir o sucesso da campanha e o avanço necessário para a utilização segura de antibióticos por parte dos cidadãos. Como recomendação principal sugere-se a aplicação de uma metodologia de design thinking para o desenvolvimento de novas campanhas.Technological development and innovation do not yet allow health care, such as medical or drug treatment, to prevent unwanted health effects. In this context, antimicrobial resistance stands out, even though the health communication efforts for the public to improve the correct use of antibiotics and to ensure public health. The lack of guidelines for the design of health campaigns, aimed to improve literacy and the consequent changes in behavior of the population through communication based on visual culture, conducted the present study to analyze the last campaign launched in Portugal on resistance to antibiotics, starting from one of the campaigns infographic. This study is of exploratory nature and has adopted a design thinking and User Centered Design approach. The study took place between May and October 2019. The methodological design integrated the triangulation of instruments, namely a questionnaire to a random sample of online social network users and an interview to two groups of design and health experts. Usability and graphical interfaces, color standards, message comprehension based on Visual Communication and Information Hierarchy heuristics were applied. As for the results of the questionnaire, the public claims to understand the poster and its message well, although the interviews highlight unanimous responses from health experts about the difficulty of understanding the campaign message by the public with health literacy. Likewise, design experts point out that the visual hierarchy and format of the campaign are the best, to achieve the expected objectives, or that they show discord between users 'opinions and the experts' opinions. It is concluded that the recent campaign of the Directorate General of Health of Portugal (Direção-Geral da Saúde) on the use of antibiotics, represented in the present study by one of its infographics or posters, has in the perspective of the respondents to the questionnaire an understandable perception and adequate message. However, for the experts this perception, understanding and adequacy are insufficient and do not allow to produce changes in the attitudes and behaviors of the observers in order to allow the campaign to be successful and to advance towards the safe use of antibiotics by the citizens. As a final recommendation is suggested that a design thinking approach should be implemented when developing new campaigns.Duarte, EmíliaRepositório ComumSerranheira, Leonor Sousa2020-05-28T12:13:26Z2020-02-01T00:00:00Z2020-02-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/32439202483487porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T14:39:32Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/32439Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:13:26.665245Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O desenvolvimento e a inovação tecnológica ainda não permitem que a prestação de cuidados de saúde, como por exemplo tratamentos médicos ou medicamentosos, previnam totalmente a existência de efeitos indesejados para a saúde. Destaca-se nesse contexto a utilização de antibióticos e as atuais resistências aos antimicrobianos. Embora existam esforços de comunicação em saúde para o público, no sentido de melhorar a utilização dos antibióticos e garantir a saúde pública, tal continua a ser um problema na sociedade. A ausência de orientações para o design de campanhas na área da saúde através de comunicação assente na cultura visual, orientadas para a melhoria da literacia e as consequentes alterações dos comportamentos da população, orientou o presente estudo. O caso de estudo fundamentou-se na análise da última campanha lançada em Portugal pela Direção-Geral da Saúde sobre a resistência aos antibióticos, partindo de uma infografia da campanha. O presente estudo, que decorreu entre maio e outubro de 2019, é de natureza exploratória e adotou uma abordagem de design thinking e User Centered Design (UCD). O seu delineamento metodológico integrou a triangulação de instrumentos, designadamente um questionário a uma amostra casual de utilizadores de redes sociais online e entrevistas por questionário a dois grupos de peritos, em design e em saúde. Aplicaram-se heurísticas de usabilidade e de interfaces gráficas, de normas de cor, de compreensão da mensagem baseadas na comunicação visual e na hierarquia de informação. Quanto aos resultados dos questionários, o público afirma compreender bem o póster e a sua mensagem, contudo, nas entrevistas destacam-se respostas unânimes dos especialistas em saúde sobre a dificuldade de compreensão da mensagem da campanha pelo público com reduzida literacia em saúde. De igual forma, os especialistas em design salientaram que a hierarquia visual e o formato da campanha deveriam ser melhorados, para atingir os objetivos esperados, o que demonstra discórdia entre a opinião dos utilizadores e a opinião dos especialistas. Assim, a recente campanha da Direção-Geral da Saúde sobre utilização de antibióticos, representada no presente estudo por uma das suas infografias em póster, tem, na perspetiva dos respondentes ao questionário uma mensagem percetível, compreensível e adequada. No entanto, para os especialistas essa perceção, compreensão e adequação são insuficientes e não produzem as alterações nas atitudes e comportamentos dos destinatários, de forma a garantir o sucesso da campanha e o avanço necessário para a utilização segura de antibióticos por parte dos cidadãos. Como recomendação principal sugere-se a aplicação de uma metodologia de design thinking para o desenvolvimento de novas campanhas. |
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