O passivo mineiro dos Verdes, Amonde, Viana do Castelo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/83182 |
Resumo: | Dissertação de mestrado em Geociências (especialização em Valorização de Recursos Geológicos) |
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O passivo mineiro dos Verdes, Amonde, Viana do CasteloVerdes mining heritage, Amonde, Viana do CasteloPassivo mineiroPotencialidade económicaRochas exóticasScheeliteEspeleotemasValorização patrimonialCentro Interpretativo dos VerdesMining liabilitiesEconomic potentialityExotic rocksSpeleothemsPatrimonial valueInterpretative Center of Verdes (ICV)Ciências Naturais::Ciências da Terra e do AmbienteDissertação de mestrado em Geociências (especialização em Valorização de Recursos Geológicos)O presente estudo incide sobre um passivo mineiro no setor SW da Região Mineira de Arga, Viana do Castelo, nomeadamente na área dos Verdes, freguesia de Amonde, onde operou um dos principais centros de processamento mineral desta região. Neste tem principal destaque a lavaria dos “Verdes”, infraestrutura onde o “tout-venan” do Couto Mineiro da Agueira (C9) era recebido, reduzido e separado. A constituição formal enquanto área de exploração e Couto Mineiro mineira iniciou-se na década nos anos 20, para aproveitamento de estanho. Foi ampliada em 1947 e, em 1954, há registo de um pedido de averbamento para exploração e processamento de tungsténio, concretamente de scheelite, que neste estudo se revelou como recurso paradigmático. Com o decréscimo acentuado na actividade extrativa a partir da década de 60 dá-se a revogação da maioria das concessões. Desde então, todo o espaço mineiro ficou também sujeito a abandono, sem qualquer intervenção sobre as infraestruturas, nomeadamente: as galerias, os poços/chaminés e os edifícios destinados ao processamento de minério, como a lavaria ou os vários edifícios de apoio. Neste trabalho optou-se por uma abordagem geológica multidisciplinar tanto na análise do depósito mineral e recursos-alvo, como na apreciação das duas componentes patrimoniais: 1) natural (da petrografia, mineralogia e mineralometria de minérios, até às neoformações espeleológicas) e 2) património industrial mineiro (do acervo documental, aos vestígiosin situ de infraestruturas de exploração e tratamento do depósito primário, como de placers). Os objetivos norteadores foram a caracterização dos recursos remanescentes – concretamente a dispersão de cassiterite em linhas de água e a ocorrência de sheelite reconhecida in situ, com a revisão dos modelos genéticos dos depósitos portadores; a caracterização do património geológico e mineiro; e o estudo do impacto ambiental decorrente dos vestígios extrativos. Para a preparação de jornadas de campo e a identificação de vestígios mineiros mais ou mais discretos na paisagem desenvolveu-se uma metodologia inovadora, que partiu da análise remota de imagens satélite e a modelação digital do terreno, sobrepondo-lhe dados de hidrografia obtidos por métodos clássicos. Desta forma, foi possível identificar trabalhos em aluvião e identificar infraestruturas mineiras com base na sua localização relativamente às linhas de água. Na caracterização espacial deste passivo mineiro foram produzidos mapas temáticos com a implantação dos elementos topográficos, mineiros e geológicos mais pertinentes (infraestruturas identificadas in situ, corpos mineralizados remanescentes, estruturas associadas). Partindo destes mapas foi possível decidir pontos e materiais de amostragem tanto no exterior de trabalhos subterrâneos (amostras de sedimentos para apuramento de fases densas, amostras de solos para exame de lixiviação), como no interior (amostras litológicas para estudo petrológico, neoformações amorfas e cristalinas para análise DRX). Foi possível ainda selecionar pontos críticos para a análise in situ de parâmetros físico-quimicos (pH, CE, T e KH, GH) em drenagens mineiras. Do estudo dos materiais amostrados em afloramento, frentes de desmonte e escombreiras foi possível proceder à inventariação de minerais e paragéneses com interesse económico, dando-se destaque à ocorrência de scheelite em fomações descritas como exóticas que incluem fácies metavulcânicas e exalativas. Pôs-se em evidência a evolução supergénica de produtos neoformados em espeleotemas, destacando-se a sua diversidade e singularidade tipológica (da morfologia à cristalinidade), permitindo aferir ainda a baixa potencialidade contaminante. Sobre os efluentes mineiros, reconheceu-se que a evolução e interação com as paragéneses carbonatas e calcossilicatadas leva a um processo de alcalinização e precipitação de metais em suspensão sob a forma de óxidos, corroborando uma baixa contaminação. Do reconhecimento e apreciação dos diferentes elementos de valor científico e patrimonial presentes no Espaço Mineiro dos Verdes elaborou-se uma proposta de valorização do passivo mineiro que inclui a criação do “Centro Interpretativo dos Verdes” (CIV). Este teria como finalidade a reabilitação imperativa das infraestruturas mineiras devolutas para exposição do património geológico e mineiro, assegurando a sua preservação a par da produção e promoção de conteúdos das geociências. Desta forma, restitui-se o princípio mineiro catalisador de desenvolvimento social e cultural, bem como, o aumento da literacia científica, o combate ao abandono rural e a promoção da memória mineira coletiva, como registo patrimonial intangível.This study is centered around the Arga Mining Region located in and around in the south-western region of Agra, Viana do Castelo, Portugal. The development of this study was focused on the historical mining liabilities and contemporaneous implications of the mining industry over the years. This body of work primarily consists of data, diversified samples and evidence drawn from the Verdes Washing plant, which housed one of the main mineral processing centers in the region where the "tout-venan" of virtually the entire mining area of Agueira (C9) was received, reduced and separated. The region of Agra and its formal constitution as a mining area began in the 1920s, for the exploitation of tin. In 1947 and then again in 1954, the area was subject to expansion, following the approval of a request to begin processing tungsten, specifically scheelite- which this study has proven to be a paradigmatic resource. With the sharp decrease in extractive activity from the 1960s on, most of the concessions were revoked. Since then, the entire mining area was also abandoned, without any type of proper interventions on the infrastructures and facilities, namely: the galleries, the shafts, and the buildings used for ore processing, such as the washing plant. The analytical contribution of this work comes with a multidisciplinary geological approach for the appreciation of the patrimonial components: 1) natural (from petrography, mineralogy and mineralometry of ores, to the speleological neoformations) and 2) the industrial mining component (documentary collection, traces of exploration and processing infrastructures, both from the primary deposit and from placers). The primary objectives being to research the characterization of the remaining resources of the geological and mining heritage, as well as, the study of the direct and indirect impact on the environment from the extractive activity. A relatively innovative methodology was developed, with the preparation of field days for the identification of traces, based on remote analysis of satellite images and digital terrain modeling, along with classic hydrographic methods to identify more discrete traces in the landscape, including old alluvial works while identifying the mining infrastructures based on their location relative to water lines. In the study and characterization of the mining remnants, thematic maps were developed by implementing the more pertinent topographic, geological and mining elements(identifiable infrastructures in situ, remnant mineral-ore bodies, and associated structures). Utilizing these maps and subsequent results obtained from the sampling campaign carried out outside the main underground workings (sediment samples for the determination of dense phases, soil samples for leaching examination) as well as inside (lithological samples for petrological study, amorphous and crystalline neoformations for DRX analysis). It was also possible to select specific critical points for in situ analysis of physical-chemical parameters (pH, EC, T and KH, GH) in mining drainages. From studying the samples collected inside the underground mining network and tailings, a cataloging process began where in which it was understood that the systematic mineral and progenesis might have some significant economic value. It was also evident from studying the products of supergene evolution process in speleothems and heap materials, that the area is rich in its diversity and equally singular in its typology (consistent crystalline morphology), resulting in low contaminant potentiality. In regards to the effluent mining drainage, it was revealed that the interaction between the carbonate and the calcsilicate lithologies, is due to the process of alkalinization and precipitation of metals in suspension in the form of oxides, also constituting an element of low contaminant potentiality. In resume, the recognition and appreciation of the intrinsic elements of both scientific and patrimonial value present in the mining area of Verdes supports the implementation of a heritage conservation project through the creation of the interpretive center of Verdes (ICV). Thus, being based on the rehabilitation of abandoned mining infrastructures to expose the geological and mining patrimony by various points of visit. Applying the dissemination of geosciences in favor of social improvement and increased scientific literacy, contributing to the fight against rural abandonment and promotion of mining history as a record of an intangible cultural landmark.A presente dissertação de mestrado beneficiou da co-orientação facultada pelos Recursos Humanos da empresa Mercado da Pedra – Comercio e Transformação de Rochas Ornamentais, Lda. do Grupo António Longarito, no âmbito do seu programa de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), bem como, da cedência de informação e referências comparativas de rochas exóticas nacionais e internacionais.Gomes, C. LealBrito, Raquel Maria Cepeda Alves Silveira deUniversidade do MinhoFernandes, Gustavo José de Sousa2022-04-192022-04-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/83182por203053605info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:15:49Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/83182Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:08:18.435316Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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