AVC criptogénico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8352 |
Resumo: | Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se entre as três principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Em Portugal, é a doença cardiovascular mais mortal. Em 30-40% dos casos, a causa do AVC isquémico não é claramente identificável, sendo estes eventos classificados de “criptogénicos”. O cardioembolismo é apontado como o mecanismo etiológico mais provável deste subtipo de AVC. Dada a importância da identificação causal na abordagem, tratamento e prevenção secundária destes doentes e tendo em conta que as taxas de mortalidade e recorrência não são diferentes daquelas dos AVC isquémicos de etiologia determinada, percebe-se a necessidade de melhor avaliar o papel etiológico de possíveis fontes cardioembólicas minor. Objetivos: Caracterizar a amostra em estudo em termos de prevalência do AVC criptogénico e da relação deste subtipo de AVC isquémico com possíveis fontes cardioembólicas minor. Material e métodos: Estudo observacional transversal de uma amostra de 662 doentes internados na unidade de AVC do Centro Hospitalar Cova da Beira por diagnóstico de acidente isquémico transitório ou AVC isquémico, entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010. Os dados referentes às variáveis de estudo foram recolhidos através da consulta de processos clínicos. Foi realizada análise descritiva e inferencial através dos testes estatísticos de correlação de Pearson, Qui-Quadrado e U de Mann-Whitney, para o nível de significância de 5% (?=0,05). Resultados: Dos 662 doentes da amostra, 350 eram homens (53%) e a idade média observada foi de 75 (±12) anos. A hipertensão arterial, presente em 82% dos pacientes, mostrou-se o fator de risco cardiovascular predominante. O subtipo de AVC criptogénico foi o mais prevalente (35%) e o perfil sociodemográfico e de risco cardiovascular destes doentes mostrou-se semelhante ao da amostra total. Quanto aos achados ecocardiográficos e comparativamente ao AVC cardioembólico, o AVC criptogénico apresentou correlação estatisticamente significativa com: fração de ejeção; disfunção diastólica; dilatação da aurícula esquerda; dilatação do ventrículo esquerdo; fibrose da válvula mitral; regurgitação mitral; fibrose da válvula aórtica; acinesia; calcificação da válvula mitral. Destes achados, apenas a disfunção diastólica mostrou predomínio no subtipo de AVC criptogénico (65%) comparativamente ao cardioembólico (23%). Conclusão: A subpopulação de doentes com AVC criptogénico do nosso estudo é constituída por homens idosos, com um perfil de risco cardiovascular caracterizado por alta prevalência de hipertensão arterial, eventos cardiovasculares prévios e diabetes mellitus e, à ecocardiografia, grande percentagem de disfunção diastólica ventricular esquerda. Este achado pode ser um importante marcador de dilatação auricular esquerda e fibrilação auricular paroxística, podendo ser útil na discriminação dos doentes a prosseguir investigação etiológica, quando classificados inicialmente como AVC sem causa estabelecida. |
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AVC criptogénicoEstudo da prevalência e papel etiológico das fontes cardioembólicas minorAvc CriptogénicoCardioembolismoDisfunção DiastólicaEcocardiografiaFontes Cardioembólicas MinorDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se entre as três principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Em Portugal, é a doença cardiovascular mais mortal. Em 30-40% dos casos, a causa do AVC isquémico não é claramente identificável, sendo estes eventos classificados de “criptogénicos”. O cardioembolismo é apontado como o mecanismo etiológico mais provável deste subtipo de AVC. Dada a importância da identificação causal na abordagem, tratamento e prevenção secundária destes doentes e tendo em conta que as taxas de mortalidade e recorrência não são diferentes daquelas dos AVC isquémicos de etiologia determinada, percebe-se a necessidade de melhor avaliar o papel etiológico de possíveis fontes cardioembólicas minor. Objetivos: Caracterizar a amostra em estudo em termos de prevalência do AVC criptogénico e da relação deste subtipo de AVC isquémico com possíveis fontes cardioembólicas minor. Material e métodos: Estudo observacional transversal de uma amostra de 662 doentes internados na unidade de AVC do Centro Hospitalar Cova da Beira por diagnóstico de acidente isquémico transitório ou AVC isquémico, entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010. Os dados referentes às variáveis de estudo foram recolhidos através da consulta de processos clínicos. Foi realizada análise descritiva e inferencial através dos testes estatísticos de correlação de Pearson, Qui-Quadrado e U de Mann-Whitney, para o nível de significância de 5% (?=0,05). Resultados: Dos 662 doentes da amostra, 350 eram homens (53%) e a idade média observada foi de 75 (±12) anos. A hipertensão arterial, presente em 82% dos pacientes, mostrou-se o fator de risco cardiovascular predominante. O subtipo de AVC criptogénico foi o mais prevalente (35%) e o perfil sociodemográfico e de risco cardiovascular destes doentes mostrou-se semelhante ao da amostra total. Quanto aos achados ecocardiográficos e comparativamente ao AVC cardioembólico, o AVC criptogénico apresentou correlação estatisticamente significativa com: fração de ejeção; disfunção diastólica; dilatação da aurícula esquerda; dilatação do ventrículo esquerdo; fibrose da válvula mitral; regurgitação mitral; fibrose da válvula aórtica; acinesia; calcificação da válvula mitral. Destes achados, apenas a disfunção diastólica mostrou predomínio no subtipo de AVC criptogénico (65%) comparativamente ao cardioembólico (23%). Conclusão: A subpopulação de doentes com AVC criptogénico do nosso estudo é constituída por homens idosos, com um perfil de risco cardiovascular caracterizado por alta prevalência de hipertensão arterial, eventos cardiovasculares prévios e diabetes mellitus e, à ecocardiografia, grande percentagem de disfunção diastólica ventricular esquerda. Este achado pode ser um importante marcador de dilatação auricular esquerda e fibrilação auricular paroxística, podendo ser útil na discriminação dos doentes a prosseguir investigação etiológica, quando classificados inicialmente como AVC sem causa estabelecida.Introduction: Stroke is one of the three main causes of death and disability throughout the world. In Portugal, it is the deadliest of cardiovascular diseases. 30-40% of the isquemic stroke causes remain unclear. In those cases, the stroke is classified as “cryptogenic”. Cardioembolism is said to be the most likely etiological mechanism of this stroke subtype. Given the importance of etiological identification in the approach, treatment and secondary prevention of these patients and considering that mortality and recurrence rates of cryptogenic strokes are the same as mortality and recurrence rates of strokes of determined etiology, it is easy to understand the importance of a better assessment of the etiological role of potential minor cardioembolic sources. Objectives: Characterizing the study sample in terms of prevalence of cryptogenic stroke and the correlation of this ischemic stroke subtype with potential minor cardioembolic sources. Material and methods: Cross-sectional observational study of a sample of 662 patients, hospitalized at the stroke unit of Centro Hospitalar Cova da Beira after diagnosis of transient ischemic attack or ischemic stroke, between January 1st 2008 and December 31st 2010. The study variables were collected through patient records. Descriptive and inferential analyzes were performed using the Pearson, Chi-Square and U-Mann-Whitney correlation tests, with a significance level of 5% (?=0,05). Results: Out of the 662 patients studied, 350 were men (53%) and their mean age was 75 (±12). It was found that hypertension, present in 82% of the patients, was the predominant cardiovascular risk factor. Cryptogenic stroke was the most prevalent (35%) of ischemic stroke subtypes and the sociodemographic and cardiovascular risk profile of these patients was similar to the sociodemographic and cardiovascular risk profile of the total sample. Regarding the echocardiographic findings and comparatively to cardioembolic stroke, cryptogenic stroke showed a statistically significant correlation with: ejection fraction; diastolic dysfunction; dilation of the left atrium; dilation of the left ventricle; mitral valve fibrosis; mitral regurgitation; aortic valve fibrosis; akinesia and calcification of the mitral valve. Of these findings, only diastolic dysfunction showed predominance in the cryptogenic subtype (65%) when compared to the cardioembolic (23%). Conclusion: The subpopulation of cryptogenic stroke patients in our study consists of elderly men with a cardiovascular risk profile characterized by high prevalence of hypertension, previous cardiovascular events and diabetes mellitus, as well as a high percentage of left ventricular diastolic dysfunction present in echocardiography. This abnormality may be an important marker of left atrial dilation and paroxysmal atrial fibrillation and it may also be useful to decide which patients with unestablished stroke cause should pursue etiological investigation.Álvarez Pérez, Francisco JoséuBibliorumDias, Maria de Sousa Dinis2020-01-15T17:06:15Z2018-06-212018-04-272018-06-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8352TID:202362698porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:18Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8352Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:42.286455Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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