Necessidade de alimentos! Conciliação entre a economia da produção de proteína sustentável e o tratamento ético dos animais: Um imperativo social de base científica/ Need for food! Conciliating sustainable protein economy and ethical treatment of animals: A science-based social imperative

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Luís
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/33677
Resumo: O principal papel do médico veterinário na sociedade humanizada será o de promover a produção de alimentos de origem animal, seguros em quantidade suficiente e a custo acessível, num contexto mais lato, composto por quatro pilares fundamentais da responsabilidade dos Estados: alimentação, saúde, educação e justiça. No século XX, excetuando alguns períodos de grande conturbação política e social, até à década de 1960 o modelo de progresso então em curso parecia solidamente imparável. Porém, a evolução a todos os níveis exponencial, observada no planeta, encaminhava-se para uma preocupante insustentabilidade, comprometedora da própria sobrevivência de inúmeras espécies. Ainda na segunda metade do século XX, tal situação começava já a virar progressivamente o foco da consciência social no sentido da necessidade de travar as gravosas e previsivelmente trágicas modificações climáticas associadas. O modelo de desenvolvimento tecnológico em curso não cabia já na nossa Terra. Havia-se chegado à lua, mas, apesar do turismo espacial ser já uma realidade, mesmo que exclusivista, uma possível colonização em massa do espaço afigura-se mais complicada. Teremos já ultrapassado o ponto de viragem, em termos de impacto ambiental, do modelo de progresso saído da revolução industrial. É como se o planeta começasse a suar mais do que a água que consegue beber, desidratando-se perigosamente. Começa a ser evidente a necessidade cada vez mais urgente de inverter o rumo, perante uma natureza em asfixia. Especialistas mundiais vêm-se reunindo para discutir este cada vez mais assustador problema. A opinião pública começa a reparar nele, preocupando-se, ainda que a sociedade, rendida à volúpia consumista, não permita, para já, o necessário grau de cidadania aderente. Para poder ultrapassar os exigentes desafios que temos pela frente precisamos focar o extraordinário potencial científico, que não para de crescer, no desenvolvimento de um modelo tecnológico de produção alimentar seguro, acessível e de distribuição justa. O conhecimento científico e tecnológico deve permitir à população mundial um equilíbrio incontornavelmente democrático, respeitando também os nossos parceiros na natureza, de forma a mantê-la sã e sustentável para as gerações vindouras. Só assim garantiremos a nossa própria sobrevivência, como parte integrante do ecossistema terrestre. De facto, não nos considerarmos pares dos outros seres vivos, posicionando-nos arrogantemente como superiores, resulta no que está à vista de todos.
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