Febre de origem indeterminada: relato de um diagnóstico inesperado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes,Cristiana Santos
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Figueiredo,Mariana Costa, Bacalhau,Filipe Fernandes, Silva,Francisco Ferreira, Amador,Maria Esmeralda Covas, Duque,Luís Miguel
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000500456
Resumo: Resumo Introdução: A síndroma de febre de origem indeterminada (FOI) clássica é definida pela presença de temperatura corporal superior a 38,3 °C com duração superior a três semanas, sem diagnóstico definido, apesar de investigação apropriada durante três consultas em ambulatório ou três dias em internamento hospitalar. Implica a realização de uma avaliação criteriosa pelo médico de família, da qual deve resultar uma marcha diagnóstica adequada. Entre as múltiplas etiologias possíveis, a infeção pelo vírus de imunodeficiência humana (VIH) é uma entidade a ter em conta, nomeadamente na presença de fatores de risco para a mesma. Descrição do Caso: Mulher de 47 anos, raça caucasiana, com antecedentes pessoais de neoplasia do colo do útero submetida a conização há quatro anos. É fumadora, sem hábitos alcoólicos ou toxicofílicos conhecidos. Divorciada, integra uma família monoparental desde 2005, sem vida sexual ativa há cerca de oito anos. Recorre a consulta de doença aguda por quadro de mal-estar geral, cansaço, febre de predomínio vespertino e tosse seca com várias semanas de evolução. Após as primeiras etapas de investigação, a etiologia mantinha-se indeterminada, apesar da recorrência dos sintomas. Perante o quadro clínico de síndroma de FOI foi realizada investigação etiológica mais alargada, da qual se destaca serologia positiva para VIH-1. A utente foi referenciada para consulta de infeciologia e medicada com antirretrovirais e terapêutica dirigida a pneumocistose, uma doença definidora de síndroma de imunodeficiência adquirida (SIDA). Este diagnóstico teve um impacto profundo a nível pessoal, familiar e social, com necessidade de seguimento em consulta de psicologia e psiquiatria. Comentário: A investigação etiológica da síndroma de FOI neste caso clínico conduziu a um diagnóstico inesperado de SIDA, o que sensibilizou a equipa clínica para a importância do rastreio atempado de VIH, para a correta abordagem da síndroma de FOI e para a importância do acompanhamento longitudinal pelo médico de família, de acordo com o diagnóstico estabelecido.
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