Caracterização demográfica e avaliação genética de características produtivas e reprodutivas em bovinos de raça Maronesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Mónica Maria Gomes
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11611
Resumo: No decorrer deste estudo manteve-se presente a importância da manutenção da variabilidade genética da população de bovinos de raça Maronesa como fator crucial para a sua sobrevivência. Esta é uma raça autóctone portuguesa, preponderante nas regiões do Alvão-Marão e Padrela-Falperra, do distrito de Vila Real. Inicialmente, pretendeu-se avaliar o estado da diversidade genética da raça bovina Maronesa e identificar fatores condicionantes para a manutenção da mesma. Isto, através da caracterização demográfica da raça, com recurso ao programa ENDOG v4.8. A genealogia, disponibilizada pela Associação de Criadores do Maronês, continha 123836 registos de animais nascidos entre 01/01/1967 e 31/12/2021. Foram desconsiderados animais de outras raças, assim a base de dados final apresentou 102381 animais. Verificou-se um grau de preenchimento da genealogia (80,5%) razoável. Averiguou-se que 19937 animais eram fundadores, sendo o número efetivo de fundadores (fe) e de ascendentes (fa) igual a 241 e 218 animais, respetivamente. Os ascendentes responsáveis por 50% da variabilidade genética eram 153 animais, o que evidencia desequilíbrios na utilização de reprodutores. A raça Maronesa não sofreu estrangulamentos populacionais, já que a relação fe/fa foi de 1,1. O intervalo médio entre gerações estimado foi de 5,7 anos. O tamanho efetivo da população para o número de gerações equivalentes foi, sensivelmente, 52 animais, estando este valor perigosamente próximo do mínimo aconselhado para a manutenção da diversidade genética de uma população. A consanguinidade média (F) da população e dos 18,46% de animais consanguíneos foi, respetivamente, 1,69% e 12,66% e grau de parentesco foi de 0,4%. A população bovina Maronesa não corre risco de perda de diversidade genética com o crescente número de animais consanguíneos entre os anos 2000 e 2021, porque o coeficiente de consanguinidade destes animais tem vindo a diminuir. Isto traduz-se numa maior eficiência na gestão do Livro Genealógico da raça. Seguidamente, pretendeu-se compreender se as características produtivas e reprodutivas em estudo apresentavam margem para melhoramento por seleção. Isto foi estudado através de uma avaliação genética. A característica produtiva avaliada foi o peso de carcaça (PC) e foram considerados pesos entre 75kg e 130kg. A heritabilidade para esta característica foi 0,10±0,122. As características reprodutivas avaliadas foram a idade ao primeiro parto (ID1P) e o intervalo entre partos (INTP). Na primeira consideraram-se idades entre os 580 e os 1750 dias, sendo a heritabilidade 0,11±0,02. Na segunda incluíram-se intervalos entre os 290 e os 972 dias, sendo a heritabilidade 0,04±0,007 e a repetibilidade 0,11±0,006. Os animais de melhor valor genético vão divergir consoante a característica avaliada. Por um lado, no PC serão aqueles que apresentam maior valor pois pretende-se aumentar o peso de carcaça. Já para a ID1P e para o INTP, serão aqueles que apresentam menor valor, pois pretende-se reduzir os valores associados a ambas as características. Finalmente, pretendeu-se compreender se o aumento da consanguinidade afeta as características em estudo, com recurso à avaliação dos efeitos da depressão consanguínea. A análise de variância mostrou que existia sim depressão consanguínea tanto no PC, como na ID1P e INTP.
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Verificou-se um grau de preenchimento da genealogia (80,5%) razoável. Averiguou-se que 19937 animais eram fundadores, sendo o número efetivo de fundadores (fe) e de ascendentes (fa) igual a 241 e 218 animais, respetivamente. Os ascendentes responsáveis por 50% da variabilidade genética eram 153 animais, o que evidencia desequilíbrios na utilização de reprodutores. A raça Maronesa não sofreu estrangulamentos populacionais, já que a relação fe/fa foi de 1,1. O intervalo médio entre gerações estimado foi de 5,7 anos. O tamanho efetivo da população para o número de gerações equivalentes foi, sensivelmente, 52 animais, estando este valor perigosamente próximo do mínimo aconselhado para a manutenção da diversidade genética de uma população. A consanguinidade média (F) da população e dos 18,46% de animais consanguíneos foi, respetivamente, 1,69% e 12,66% e grau de parentesco foi de 0,4%. A população bovina Maronesa não corre risco de perda de diversidade genética com o crescente número de animais consanguíneos entre os anos 2000 e 2021, porque o coeficiente de consanguinidade destes animais tem vindo a diminuir. Isto traduz-se numa maior eficiência na gestão do Livro Genealógico da raça. Seguidamente, pretendeu-se compreender se as características produtivas e reprodutivas em estudo apresentavam margem para melhoramento por seleção. Isto foi estudado através de uma avaliação genética. A característica produtiva avaliada foi o peso de carcaça (PC) e foram considerados pesos entre 75kg e 130kg. A heritabilidade para esta característica foi 0,10±0,122. As características reprodutivas avaliadas foram a idade ao primeiro parto (ID1P) e o intervalo entre partos (INTP). Na primeira consideraram-se idades entre os 580 e os 1750 dias, sendo a heritabilidade 0,11±0,02. Na segunda incluíram-se intervalos entre os 290 e os 972 dias, sendo a heritabilidade 0,04±0,007 e a repetibilidade 0,11±0,006. Os animais de melhor valor genético vão divergir consoante a característica avaliada. Por um lado, no PC serão aqueles que apresentam maior valor pois pretende-se aumentar o peso de carcaça. Já para a ID1P e para o INTP, serão aqueles que apresentam menor valor, pois pretende-se reduzir os valores associados a ambas as características. Finalmente, pretendeu-se compreender se o aumento da consanguinidade afeta as características em estudo, com recurso à avaliação dos efeitos da depressão consanguínea. A análise de variância mostrou que existia sim depressão consanguínea tanto no PC, como na ID1P e INTP.Through this demographic characterization it was always taken into consideration the significance of maintaining the genetic variability of the Maronesa bovine breed as a vital baseline for its survival. Maronesa is a Portuguese native cattle breed, which roots are based in Alvão-Marão and Padrela-Falperra, Vila Real district. Initially, it was intended to evaluate the genetic diversity of the Maronesa bovine breed. This evaluation was caried through a demographic characterization of the breed, using ENDOG V4.8 computer program. The pedigree, made available by the Associação de Criadores do Maronês, included 123836 animals born between 01/01/1967 and 31/12/2021. The database was edited so the animals that weren 't purebred could be excluded from this study. The final database showed 102381 Maronesa purebred animals. Pedigree completeness of this breed was reasonably good (80,5%). The Maronesa breed has 19937 founders, and an effective number of founders (fe) and ancestors (fa) of 241 and 218, respectively, with 153 ancestors being responsible for 50% of the total genetic variability. The fe/fa ratio (1,1) indicates that there were no bottlenecks affecting this population. The mean generation interval is around 5,7 years. The effective population size for equivalent generations is around 52, a value very close to the minimum required to maintain the genetic variability in a population. The mean inbreeding (F) of this breed and of the inbred animals is 1,69% and 12,66%, respectively. Average relatedness (AR) is 0,4%. Despite of the growing number of inbred animals born each year, the Maronesa breed is not under threat of losing genetic variability, because their F is decreasing. Secondly, it was intended to understand if the productive and reproductive traits under study showed scope for genetic improvement. This part of the study included a genetic evaluation. Carcass weight (PC) was the productive trait under evaluation and were considered weights between entre 75kg and 130kg. Estimated heritability for this trait was 0,10±0,122. Age at first calving (ID1P) and calving intervals (INTP) were the reproductive traits under evaluation. For ID1P were considered ages between 580 and 1750 days and the estimated heritability was 0,11±0,02. For INTP were considered intervals between 290 and 972 days, the estimated heritability was 0,04±0,007 and repeatability was 0,11±0,006. The animals with the best breeding value will differ according to the trait in study. On one hand, for PC trait, the best breeding value animal 's will be the ones with the highest value, because the goal is to increase PC. On the other hand, for ID1P and INTP traits, the best breeding value animal 's will be the ones with the lowest value, because the goal is to decrease both traits. Lastly, it was intended to understand if the increase of inbreeding in the population affects the traits under study. Inbreeding depression evaluation was made by ANOVA, which results showed that inbreeding depression has a significant impact in all the traits under study (PC, ID1P, INTP).2023-06-09T13:26:27Z2023-02-01T00:00:00Z2023-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/11611porFreitas, Mónica Maria Gomesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:36:41Zoai:repositorio.utad.pt:10348/11611Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:31.946903Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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