Gravidez na adolescência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8134 |
Resumo: | Introdução: Todos os anos há 16 milhões de adolescentes a serem mães a nível mundial. No caso português registaram-se em 2010 cerca de 3660 partos. A análise de variáveis materno-infantis tem importância por dois motivos basilares: por um lado, as complicações na gravidez são uma das principais causas de morte em adolescentes, e por outro, estas veem o seu desenvolvimento biopsicossocial comprometido, assim como a sua educação. Objetivos: Estudar variáveis sociodemográficas e variáveis clínicas relacionadas com vigilância pré-natal, parto e puerpério, bem como complicações materno-infantis, em mães adolescentes. Comparar os resultados com um grupo controlo constituído por mães dos 20 aos 34 anos. Métodos: Este estudo é observacional, analítico e retrospetivo. Foi efetuada a recolha de dados do processo das grávidas e recém-nascidos cujo parto ocorreu entre 2012 e 2015 no Centro Hospitalar Cova da Beira. Resultados: A amostra é constituída por 60 adolescentes e 123 mulheres do grupo controlo. Apenas 37,93% das grávidas adolescentes iniciaram vigilância antes das 12 semanas, ao contrário do grupo controlo, que contou com cerca de 80%. Estes valores traduzem-se numa diferença estatisticamente significativa (X2=33.33, p<0.01). Verifica-se também um número significativamente maior de gravidezes mal vigiadas em mães adolescentes (X2=27.52, p<0.01). Há uma maior prevalência de anemia no 3º trimestre em mães adolescentes (X2=4.98, p=0.03). 15,25% das adolescentes tiveram parto pré-termo, em comparação com 2,44% no grupo controlo (X2=10.63, p<0.01). Cerca de 40% das adolescentes e/ou os seus recém-nascidos foram sinalizados aos serviços sociais. No que se refere ao tipo de aleitamento, tanto no internamento como na consulta do puerpério, não se registaram diferenças significativas. No entanto, há um número significativamente maior de adolescentes a faltar à consulta do puerpério (X2=31.66, p<0.01). Não se verificaram complicações neonatais significativas, exceto no peso e comprimento. Porém, quando ajustadas para a idade gestacional, essas diferenças dissipam-se. Conclusão: A taxa de gravidez na adolescência no Centro Hospitalar Cova da Beira é semelhante à observada em Portugal. Verificou-se que as grávidas adolescentes têm uma vigilância pré-natal precária, maior risco de anemia e de partos pré-termo. Também no pós-parto o acompanhamento destes casos é insuficiente, em grande parte resultado do absentismo às consultas. É essencial continuar a apostar na prevenção, mas também no acompanhamento e orientação destas jovens por equipas multidisciplinares que englobem as áreas da Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Enfermagem, Psiquiatria, Psicologia e Assistência Social. Deste modo, poderá ser acompanhado o caso na sua vertente biológica, social e familiar. |
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Gravidez na adolescênciaA realidade no Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E.AdolescênciaComplicações Materno-FetaisGravidezPrevençãoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Todos os anos há 16 milhões de adolescentes a serem mães a nível mundial. No caso português registaram-se em 2010 cerca de 3660 partos. A análise de variáveis materno-infantis tem importância por dois motivos basilares: por um lado, as complicações na gravidez são uma das principais causas de morte em adolescentes, e por outro, estas veem o seu desenvolvimento biopsicossocial comprometido, assim como a sua educação. Objetivos: Estudar variáveis sociodemográficas e variáveis clínicas relacionadas com vigilância pré-natal, parto e puerpério, bem como complicações materno-infantis, em mães adolescentes. Comparar os resultados com um grupo controlo constituído por mães dos 20 aos 34 anos. Métodos: Este estudo é observacional, analítico e retrospetivo. Foi efetuada a recolha de dados do processo das grávidas e recém-nascidos cujo parto ocorreu entre 2012 e 2015 no Centro Hospitalar Cova da Beira. Resultados: A amostra é constituída por 60 adolescentes e 123 mulheres do grupo controlo. Apenas 37,93% das grávidas adolescentes iniciaram vigilância antes das 12 semanas, ao contrário do grupo controlo, que contou com cerca de 80%. Estes valores traduzem-se numa diferença estatisticamente significativa (X2=33.33, p<0.01). Verifica-se também um número significativamente maior de gravidezes mal vigiadas em mães adolescentes (X2=27.52, p<0.01). Há uma maior prevalência de anemia no 3º trimestre em mães adolescentes (X2=4.98, p=0.03). 15,25% das adolescentes tiveram parto pré-termo, em comparação com 2,44% no grupo controlo (X2=10.63, p<0.01). Cerca de 40% das adolescentes e/ou os seus recém-nascidos foram sinalizados aos serviços sociais. No que se refere ao tipo de aleitamento, tanto no internamento como na consulta do puerpério, não se registaram diferenças significativas. No entanto, há um número significativamente maior de adolescentes a faltar à consulta do puerpério (X2=31.66, p<0.01). Não se verificaram complicações neonatais significativas, exceto no peso e comprimento. Porém, quando ajustadas para a idade gestacional, essas diferenças dissipam-se. Conclusão: A taxa de gravidez na adolescência no Centro Hospitalar Cova da Beira é semelhante à observada em Portugal. Verificou-se que as grávidas adolescentes têm uma vigilância pré-natal precária, maior risco de anemia e de partos pré-termo. Também no pós-parto o acompanhamento destes casos é insuficiente, em grande parte resultado do absentismo às consultas. É essencial continuar a apostar na prevenção, mas também no acompanhamento e orientação destas jovens por equipas multidisciplinares que englobem as áreas da Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Enfermagem, Psiquiatria, Psicologia e Assistência Social. Deste modo, poderá ser acompanhado o caso na sua vertente biológica, social e familiar.Introduction: Every year there are 16 million adolescents becoming mothers worldwide. In the Portuguese case, in 2010, there were approximately 3660 deliveries. The analysis of maternal-infant variables has relevance for two basic reasons: on one hand, pregnancy related complications are one of the main causes of death in adolescents, and on the other, their biopsychosocial development is compromised, as well as their education. Objectives: To study sociodemographic variables and clinical variables related to prenatal, delivery and puerperal surveillance, as well as maternal-infant complications, in adolescent mothers. To compare the results with a control group formed by mothers aged 20 to 34. Methods: This is an observational, analytical and retrospective study. Data was obtained from the files of pregnant women and newborns whose delivery occurred between 2012 and 2015 at Centro Hospitalar Cova da Beira. Results: The sample is formed by 60 adolescents and 123 control group women. Only 37,93% of pregnant adolescents started surveillance before the first 12 weeks, unlike the control group, which contained about 80%. These values translate into a statistically significant difference (X2=33.3 p<0.01). There is also a significantly higher amount of poorly supervised pregnancies in adolescent mothers (X2=27.52, p<0.01). There is a higher prevalence of anemia in the third trimester in adolescent mothers (X2=4.98, p=0.03). 15,25% of adolescents had pre-term deliveries, compared to 2,44% in the control group (X2=10.63, p<0.01). About 40% of the adolescents and/or their newborns were signaled to the social services. Regarding breastfeeding, exclusive and nonexclusive breastfeeding were compared both in hospitalization and at the puerperium visit and there were no significant differences between the groups. However, there is a significantly higher number of adolescents failing the puerperium visit (X2=31.66, p<0.01). There were no significant complications in the infants born to adolescent mothers, except in weight and length. However, when adjusted to gestational age, these differences dissipate. Conclusion: The rate of teenage pregnancy at Centro Hospitalar Cova da Beira is analogous to the rate observed over Portugal in general. It was verified that pregnant teenagers have poor prenatal care, an increased risk of anemia and preterm deliveries. There is also little follow-up of these cases in postpartum, largely due to the absenteeism of the medical appointments. It is essential to keep investing on prevention, but also in the monitoring and guidance of these young women by multidisciplinary teams that cover the areas of Gynecology/Obstetrics, Pediatrics, Nursing, Psychiatry, Psychology and Social Assistance. This way, the case can be followed in its biological, social and familiar aspects.Martins, Renato Alessandre SilvaFerreira, Ana Sofia RodriguesuBibliorumSá, Sofia Laura Guimarães Pereira Dias de2019-12-23T17:06:57Z2017-4-272017-06-212017-06-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8134TID:202347680porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:47:53Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8134Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:32.456482Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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