Um crime conjugal no feminino. O caso Clesse (1771-1772)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/12758 https://doi.org/10.14195/0870-4147_35_13 |
Resumo: | Em 28 de março de 1772, os juízes da Casa da Suplicação ditavam o seguinte acórdão: "[...] condenmão a Ré a que com baraço, e pregão pelas ruas públicas seja levada ao lugar da forca e nella morra morte natural para sempre..." - esta sentença encerrou a atribulada história de Isabel Xavier de Clesse e do crime conjugal por ela cometido, mas, para nós, tornou-se o pretexto para uma reflexão sobre o casal enquanto lugar de violência, numa sociedade intrinsecamente violenta. Neste âmbito coloca-se a necessidade de precisar e decompor os conceitos que giram em tomo da perceção de violência e do crime no Antigo Regime. Sendo o centro da nossa reflexão um crime protagonizado no feminino, procuraremos dispensar especial atenção à criminalidade das mulheres, mas sem nunca perder de vista a singularidade irredutível de uma história pessoal. A compreensão de um crime passa necessariamente por uma leitura plural das redes de interconhecimento nas quais vítima e agressor se inserem. A contextualização das relações pessoais (tão presentes nos crimes de sangue) é fundamental na sua reconstituição, no destrinçar das suas motivações, mas sobretudo na leitura que a sociedade faz dele. No caso Clesse, a reconstituição dessa rede fica restringida pela escassez de fontes que se correlacionassem com a cópia impressa da sentença de que dispúnhamos. No entanto, a literatura da época e a visão comparativa de outros casos acabaram por nos orientar na "leitura" deste crime. |
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