The normative power of the European Union in the european neighbourhood policy

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Afonso Gama Guerra de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/153323
Resumo: A criação da Política Europeia de Vizinhança (PEV) em 2003 visou promover segurança e prosperidade nas novas fronteiras da União Europeia (UE) após o Alargamento de 2004. Dado o sucesso desta ronda de Alargamento em reformar a periferia da UE, a PEV foi concebida para replicar o poder transformador da Política de Alargamento, centrado na exportação de normas da UE através de incentivos. De facto, o acervo comunitário da UE tem consagrado progressivamente uma obrigação legal e um compromisso político de promoção das suas normas na ação externa. Esta assunção tem alimentado o debate académico sobre a conceptualização da UE enquanto potência normativa. Com efeito, esta dissertação propõe um estudo sobre o poder normativo da UE no quadro da PEV. Expõe, portanto, uma análise sobre a ambição da UE em promover as suas normas nos vizinhos de Este e Sul como meio para alcançar uma nova ordenação das relações com a periferia, que permita uma maior integração política e económica, bem como a estabilidade regional. Concretamente, a investigação procurou, primeiro, conceptualizar a PEV como uma política de expressão do poder normativo da UE. Segundo, analisou a evolução da expressão do poder normativo da UE na implementação da PEV (2003-2022) ao longo do tempo e entre as duas regiões da PEV. Terceiro, procurou concluir se o poder normativo da UE contribuiu para fomentar a integração política e económica com os vizinhos, bem como a estabilidade regional. Os resultados da investigação permitiram confirmar que a PEV constitui um quadro político que visa exportar as normas da UE. Todavia, verificou-se que o exercício do poder normativo da UE teve um sucesso marginal para fomentar a integração política e económica, visto que a adoção de normas da UE permaneceu limitada e circunscrita a um número reduzido de vizinhos. Além disso, a PEV não contribuiu para reforçar a estabilidade regional na periferia da UE – pelo contrário, há um agravamento da instabilidade após a invasão russa da Ucrânia em 2022. Dada esta avaliação, a investigação identificou três razões que explicam o insucesso da expressão do poder normativo da UE no quadro da PEV. Primeiro, a PEV constitui uma réplica excessiva do modelo institucional e instrumentos da Política de Alargamento. Segundo, a implementação da PEV não permitiu definir uma abordagem consistente para a exportação das normas da UE. Terceiro, a agenda da UE enfrenta crescente competição por parte de potências globais e regionais na vizinhança.
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Esta assunção tem alimentado o debate académico sobre a conceptualização da UE enquanto potência normativa. Com efeito, esta dissertação propõe um estudo sobre o poder normativo da UE no quadro da PEV. Expõe, portanto, uma análise sobre a ambição da UE em promover as suas normas nos vizinhos de Este e Sul como meio para alcançar uma nova ordenação das relações com a periferia, que permita uma maior integração política e económica, bem como a estabilidade regional. Concretamente, a investigação procurou, primeiro, conceptualizar a PEV como uma política de expressão do poder normativo da UE. Segundo, analisou a evolução da expressão do poder normativo da UE na implementação da PEV (2003-2022) ao longo do tempo e entre as duas regiões da PEV. Terceiro, procurou concluir se o poder normativo da UE contribuiu para fomentar a integração política e económica com os vizinhos, bem como a estabilidade regional. Os resultados da investigação permitiram confirmar que a PEV constitui um quadro político que visa exportar as normas da UE. Todavia, verificou-se que o exercício do poder normativo da UE teve um sucesso marginal para fomentar a integração política e económica, visto que a adoção de normas da UE permaneceu limitada e circunscrita a um número reduzido de vizinhos. Além disso, a PEV não contribuiu para reforçar a estabilidade regional na periferia da UE – pelo contrário, há um agravamento da instabilidade após a invasão russa da Ucrânia em 2022. Dada esta avaliação, a investigação identificou três razões que explicam o insucesso da expressão do poder normativo da UE no quadro da PEV. Primeiro, a PEV constitui uma réplica excessiva do modelo institucional e instrumentos da Política de Alargamento. Segundo, a implementação da PEV não permitiu definir uma abordagem consistente para a exportação das normas da UE. Terceiro, a agenda da UE enfrenta crescente competição por parte de potências globais e regionais na vizinhança.The creation of the European Neighbourhood Policy (ENP) in 2003 aimed to foster security and prosperity in the soon-to-be new borders of the European Union (EU) following the 2004 Enlargement. Given the success of this Enlargement round to (re)shape EU’s periphery, the ENP was envisaged to emulate the transformative power of the Enlargement Policy, centred on the export of EU norms attached to incentives. In fact, the acquis communautaire of the EU has progressively enshrined a legal obligation and political commitment to promote EU norms in its external action, leading to a vivid academic debate on the conceptualisation of the EU as a normative power. Accordingly, this dissertation proposes a study on the normative power of the EU in the framework of the ENP. It offers an analysis on EU’s ambition to export its norms to Eastern and Southern neighbours as a means to attain a new ordering of relations with its periphery that allows for stronger political and economic integration as well as regional stability. In specific, this research sought, first, to conceptualise the ENP as a policy framework for the EU to exert its normative power. Second, it analysed the evolution of the exertion of EU’s normative power throughout the implementation of the ENP (2003-2022) over time and between the two ENP regions. Third, it aimed to assert whether EU’s normative power has contributed to foster political and economic integration with neighbours as well as regional stability. The research findings confirmed that the ENP constitutes a policy framework which seeks to export EU norms. However, it was found that the exertion of EU’s normative power has had a marginal success to foster political and economic integration, considering that the adoption of EU norms has been minimal and circumscribed to a handful of partners. Besides, the ENP has failed to enhance regional stability in EU’s periphery – on the contrary, there is an aggravation of instability following the 2022 Russian invasion of Ukraine. Given this assessment, this research identified three reasons that account for the unsuccess of EU’s exertion of its normative power in the framework of the ENP. First, the ENP constitutes an overstretching of the institutional model and policy instruments of the Enlargement Policy. Second, ENP’s implementation has failed to produce a consistent approach for exporting EU norms. Third, EU’s agenda is facing growing competition from global and regional powers in the Neighbourhood.Coutinho, Francisco PereiraRUNCarvalho, Afonso Gama Guerra de2023-05-30T10:02:16Z2023-05-152023-02-142023-05-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/153323TID:203309030enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:35:53Zoai:run.unl.pt:10362/153323Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:55:14.795176Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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