Entre o mar e o rio: percurso pedonal e complexo desportivo: vazios urbanos em Vila do Conde

• Autor(a) principal: Antunes, Maria Fróis
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/28073
• topic: Vila do Conde; Álvaro Siza; Vazio -- Void; Cordão dunar; Clube desportivo -- Sports club; Percurso pedonal; Dune cord; Sports complex; Pedestrian route

Este presente trabalho, dentro do projeto de Investigação - Monumentalidade Crítica em Álvaro Siza, pretende discutir uma nova visão de Siza sobre um conjunto de projetos em Vila do Conde - com maior relevância no Programa Polis. Assim elabora-se uma narrativa histórico-argumentativa geradora de um pensamento de cidade. Dentro dos quatro casos de estudo - Chaves, Viana do Castelo, Vila do Conde e Matosinhos - o caso de Vila do Conde é particular, dada a natureza singular dos projetos do arquiteto, de cariz predominantemente público de grande escala. O trabalho estabelecerá uma construção histórica da cidade de Vila do Conde, incidindo sobre uma série de factos urbanos e de acontecimentos de fomento de cidade. Em seguida, é introduzido o Programa Polis e a sua nova visão de desenho urbano e qualificação das cidades, relatando as suas iniciativas e projetos em Vila do Conde. Posteriormente, serão relatadas as quatro obras de Siza Vieira em Vila do Conde, com duas obras nos períodos das décadas de 70 e 80; e com os projetos do Programa Polis. É feita uma aproximação aos projetos dos Parque Urbano e Parque Atlântico, desde a sua conceção conceptual até à sua construção, dentro do objetivo argumentativo sobre o Espaço Público. Seguidamente, é elaborada a estratégia de grupo relativa ao crescimento fragmentado da cidade, geradora de espaço público. É enumerada uma hierarquia de vias, criando uma rede de mobilidade, que integra quatro “ vazios urbanos”. Estes vazios são as áreas de desenvolvimento dos projetos individuais, tendo por base a conceção da estratégia de grupo. A proposta individual, “Entre o Mar e o Rio” passa por criar um caminho pedonal programático que pretende despoletar a consolidação de um vazio primordial significante de Vila do Conde, deixado assim pelas sucessivas intervenções que foram marcando o crescimento da malha urbana entre o centro histórico e a frente de mar. O caminho pedonal é elevado, preservando o solo dunar da área de intervenção. O projeto liga a Avenida Júlio Graça e a Avenida do Brasil nas traseiras de uma proposta de edifícios de habitação, criando acessos e distribuindo um programa desportivo com instalações de apoio para a transposição dos campos de jogos e parques didáticos. Estes encontram-se no centro da Avenida Júlio Graça, e bloqueiam a ligação transversal entre os seus dois lados, terminando com a proposta de uma promenade que sirva simultaneamente de rua pedonal e ciclável, bem como, de ponte para acesso a outra margem, o parque da Azurara. O programa distribui-se por pequenos pavilhões complementares, que ocupam algumas das clareiras do parque. Estruturando o vazio através de um eixo, pretende-se resolver uma situação secular de abandono, atribuindo uma função ao espaço, antecipando uma especulação imobiliária iminente que resultaria numa privatização de um possível espaço público para a cidade. Entre o mar e o rio, cria-se um percurso que se interliga com a malha urbana, em continuidade com o centro histórico. Trata-se de uma infraestrutura que serve a população.