Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/7750 |
Resumo: | Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Filosofia Contemporânea |
id |
RCAP_8c1bc0a14aefbf01fc7c44bd0b96c071 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/7750 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz PreciadoCorpoGéneroSexualidadeTecnologiaDissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Filosofia ContemporâneaEsta dissertação centrar-se-á na forma como a questão da corporalidade se complexifica pela oferta de cada vez mais recursos técnicos que permitem pensar o género (nele incluído o sexo enquanto conjunto de significantes anatomo-fisiológicos) como algo construído e não uma natureza dada. Esta concepção não é nova mas as reflexões produzidas por estes novos corpos criticam a falta de enraízamento material e tecnológico das concepções filosóficas dominantes sobre género, nomeadamente a de Judith Butler. O Manifeste Contra-Sexuel de Beatriz Preciado tem a particularidade de levar em consideração estas novas vozes e de tentar construir uma filosofia da corporalidade que as escute e dissemine (daí tratar-se dum manifesto); para o fazer dialoga não só com uma série de práticas tecnocientíficas, como também grupais e artísticas, convocando para isso instrumentos conceptuais que provém de tradições filosóficas continentais e anglo-saxónicas. Preciado pensa a corporalidade como produção tecnológica, ou seja, como produto de tecnologias de dominação primordialmente materiais, de fazeres técnicos. A esta visão da corporalidade chamaremos um materialismo tecnológico, no sentido em que recorre apenas à materialidade corporal e às suas interacções com a materialidade técnica, assentando portanto num fisicalismo (tudo o que existe são processos físicos e não mentais). Esta produção do corpo exerce uma violência político-social sistemática e é por nós considerada como causadora de trauma político. A resistência ao trauma seguirá uma estratégia de negociação e deslocação dos limites e posições contruídos por essas tecnologias. Neste sentido, Beatriz Preciado denuncia o dualismo de género e a (hetero)sexualização dos corpos como normatividade anatomo-política traumática. No entanto, os materialismos fisicalistas em geral, não só os tecnológicos, não são suficientes para pensar a corporalidade, uma vez que apenas concebem sujeitos ontológica e socialmente atomizados, sendo igualmente necessários outros instrumentos conceptuais. Por um lado, são necessários instrumentos conceptuais para pensar a normatividade, as hegemonias, nomeadamente ao nível da análise de campos discursivos e culturais a que muitas vezes se chama simbólicos; por outro lado, são ainda necessários instrumentos conceptuais para pensar a experiência intrapsíquica/imaginária do corpo. Apenas na confluência crítica e na inter-relação destes três tipos de abordagem poderemos reunir os meios necessários para pensar de forma complexa a corporalidade. Tentaremos demonstrar igualmente que, e já ao nível dum pensamento das resistências, os materialismos fisicalistas corporais também não são suficientes para construir um aspecto político fundamental, a comunidade, pois que pelo seu carácter ingenuamente individualizador descuram o carácter relacional de toda a produção social, incluindo a corporal. Dessa forma não conseguem repensar os espaços, as linguagens e as políticas da relacionalidade, nomeadamente, e pela sua força actual, as práticas performativas comunitárias e as linguagens e políticas visuais. É também neste sentido que as resistências produzidas por estes materialismos podem, vivendo nós num capitalismo de voraz produção e consumo de imagens, ser frágeis, pois que enquanto imagens corporais pouco pensadas na sua forma de produção, difusão e partilha são rapidamente comodificadas (transformadas num bem ou serviço de consumo hegemónico acrítico).Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de LisboaRUNRocha, Anabela Ribeiro Pinto da2012-09-04T13:13:30Z2012-032012-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/7750porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-22T17:11:12Zoai:run.unl.pt:10362/7750Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-22T17:11:12Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
title |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
spellingShingle |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado Rocha, Anabela Ribeiro Pinto da Corpo Género Sexualidade Tecnologia |
title_short |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
title_full |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
title_fullStr |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
title_full_unstemmed |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
title_sort |
Outro Género de Corpos. O materialismo tecnológico fisicalista de Beatriz Preciado |
author |
Rocha, Anabela Ribeiro Pinto da |
author_facet |
Rocha, Anabela Ribeiro Pinto da |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha, Anabela Ribeiro Pinto da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Corpo Género Sexualidade Tecnologia |
topic |
Corpo Género Sexualidade Tecnologia |
description |
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Filosofia Contemporânea |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012-09-04T13:13:30Z 2012-03 2012-03-01T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/7750 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/7750 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
mluisa.alvim@gmail.com |
_version_ |
1817545475083993088 |