Dispneia em animais de companhia: abordagem ao diagnóstico diferencial entre dispneia de origem cardíaca e respiratória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Marta Filipa Teixeira de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9089
Resumo: A dispneia é reconhecida como uma emergência médica na prática clínica em animais de companhia. Torna-se, por isso, importante determinar, o mais rapidamente possível, a etiologia da mesma, principalmente nos casos de origem cardíaca ou respiratória, de modo a facilitar a abordagem ao animal e a posterior escolha do tratamento. Assim, o objetivo deste trabalho assenta na abordagem aos sinais clínicos que possam ser usados na prática clínica, para fazer a distinção entre dispneia de origem cardíaca e de origem respiratória, em cães e gatos. Neste trabalho, realizou-se uma análise comparativa dos dados recolhidos aos diferentes animais, cujo motivo da consulta foi a dispneia e que deram entrada no Hospital Veterinário de Molins ao longo de três meses, entre 2 de Janeiro a 31 de Março de 2018. Esta dissertação incluiu um estudo de 28 casos clínicos, 17 em gatos e 11 em cães. Foram analisados dados relativos à identificação do animal, história clínica, exame físico, exames complementares de diagnóstico (radiografia, ecocardiografia e tomografia computorizada, entre outros) e posterior acompanhamento dos casos. Observou-se uma maior percentagem de doenças respiratórias como causa de dispneia, tendo-se obtido uma percentagem de 76% (N=13) em gatos e de 55% (N=6) em cães. A dispneia de origem cardíaca observou-se maioritariamente em animais mais velhos e machos. O tipo de dispneia variou muito consoante a doença subjacente, havendo, contudo, uma maior percentagem de dispneia do tipo inspiratória nos animais com dispneia de origem cardíaca. Para além disso, observou-se que os sinais clínicos associados à dispneia de origem cardíaca incluíram, também, a tosse e a ascite, incluindo, também, a presença de ritmo de galope e sopro à auscultação cardíaca. Por outro lado, a dispneia de origem respiratória foi observada maioritariamente em animais machos e aparecendo, tanto em animais mais jovens, como em mais velhos. Os sinais clínicos observados nestes animais incluíram a presença de corrimento nasal, a dispneia do tipo inspiratório, expiratório ou misto, consoante a localização da doença, e uma auscultação cardíaca normal, ao contrário da auscultação torácica que, na maioria dos animais deste grupo, se encontrava alterada. Quanto à radiografia, nos animais com dispneia de origem cardíaca, observou-se que o derrame pleural e as alterações na silhueta cardíaca eram as alterações mais frequentes, enquanto nos animais com dispneia de origem respiratória foram observadas, maioritariamente, alterações no parênquima pulmonar, entre as quais o padrão broncoalveolar e o broncointersticial. O ecocardiograma foi realizado maioritariamente nos animais com suspeita de doença cardíaca, onde se observou aumento do rácio AE/Ao na sua maioria. As alterações encontradas na tomografia computorizada permitiram, em alguns casos, estabelecer o diagnóstico final e avaliar a extensão da lesão. Assim, apesar do número de casos clínicos ter sido reduzida, a maioria dos resultados obtidos são semelhantes aos descritos na literatura.
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Neste trabalho, realizou-se uma análise comparativa dos dados recolhidos aos diferentes animais, cujo motivo da consulta foi a dispneia e que deram entrada no Hospital Veterinário de Molins ao longo de três meses, entre 2 de Janeiro a 31 de Março de 2018. Esta dissertação incluiu um estudo de 28 casos clínicos, 17 em gatos e 11 em cães. Foram analisados dados relativos à identificação do animal, história clínica, exame físico, exames complementares de diagnóstico (radiografia, ecocardiografia e tomografia computorizada, entre outros) e posterior acompanhamento dos casos. Observou-se uma maior percentagem de doenças respiratórias como causa de dispneia, tendo-se obtido uma percentagem de 76% (N=13) em gatos e de 55% (N=6) em cães. A dispneia de origem cardíaca observou-se maioritariamente em animais mais velhos e machos. O tipo de dispneia variou muito consoante a doença subjacente, havendo, contudo, uma maior percentagem de dispneia do tipo inspiratória nos animais com dispneia de origem cardíaca. Para além disso, observou-se que os sinais clínicos associados à dispneia de origem cardíaca incluíram, também, a tosse e a ascite, incluindo, também, a presença de ritmo de galope e sopro à auscultação cardíaca. Por outro lado, a dispneia de origem respiratória foi observada maioritariamente em animais machos e aparecendo, tanto em animais mais jovens, como em mais velhos. Os sinais clínicos observados nestes animais incluíram a presença de corrimento nasal, a dispneia do tipo inspiratório, expiratório ou misto, consoante a localização da doença, e uma auscultação cardíaca normal, ao contrário da auscultação torácica que, na maioria dos animais deste grupo, se encontrava alterada. Quanto à radiografia, nos animais com dispneia de origem cardíaca, observou-se que o derrame pleural e as alterações na silhueta cardíaca eram as alterações mais frequentes, enquanto nos animais com dispneia de origem respiratória foram observadas, maioritariamente, alterações no parênquima pulmonar, entre as quais o padrão broncoalveolar e o broncointersticial. O ecocardiograma foi realizado maioritariamente nos animais com suspeita de doença cardíaca, onde se observou aumento do rácio AE/Ao na sua maioria. As alterações encontradas na tomografia computorizada permitiram, em alguns casos, estabelecer o diagnóstico final e avaliar a extensão da lesão. Assim, apesar do número de casos clínicos ter sido reduzida, a maioria dos resultados obtidos são semelhantes aos descritos na literatura.Dyspnea is recognized as a medical emergency in clinical practice in companion animals. It is therefore important to determine, as soon as possible, the etiology of the disease, especially in cases of cardiac or respiratory origin, in order to facilitate the approach to the animal and the subsequent choice of treatment. Thus, the objective of this work is based on the approach to clinical signs that can be used in clinical practice to distinguish between cardiac and respiratory dyspnea in dogs and cats. In this work, a comparative analysis of the data collected for the different animals was carried out. The reason for the consultation was dyspnea and they were admitted to the Veterinary Hospital of Molins over a period of three months, from January 2 to March 31, 2018. This dissertation included a study of 28 clinical cases, 17 in cats and 11 in dogs. Data on animal identification, clinical history, physical examination, complementary diagnostic exams (radiography, echocardiography and computed tomography, among others) and subsequent case follow-up were analyzed. A higher percentage of respiratory diseases was observed as a cause of dyspnea, with a percentage of 76% (N = 13) in cats and 55% (N = 6) in dogs. Dyspnea of cardiac origin was observed mainly in older and male animals. The type of dyspnea varied greatly depending on the underlying disease, but there was a higher percentage of inspiratory-type dyspnea in the animals with dyspnea of cardiac origin. In addition, clinical signs associated with dyspnea of cardiac origin have also been reported to include cough and ascites, including also the presence of galloping and blowing rhythms at cardiac auscultation. On the other hand, dyspnea of respiratory origin was observed mainly in male animals and appearing in both younger and older animals. Clinical signs observed in these animals included the presence of nasal discharge, inspiratory, expiratory or mixed type dyspnea, depending on the location of the disease, and normal cardiac auscultation, as opposed to thoracic auscultation, which in the majority of the animals in this group, was altered. As to radiography, in animals with dyspnea of cardiac origin, it was observed that pleural effusion and cardiac silhouette alterations were the most frequent findings, whereas in the animals with respiratory dyspnea, there were mainly alterations in the pulmonary parenchyma among which are the bronchoalveolar and bronchointerstitial patterns. The echocardiogram was performed mainly in animals with suspected cardiac disease, where it was observed an increase in the AE / Ao ratio in most cases. The alterations found in the computed tomography allowed to determine the final diagnosis and assess the extent of the lesion.Thus, although the number of clinical cases was reduced, most of the results obtained are similar to those described in the literature.2019-02-26T16:15:13Z2018-12-14T00:00:00Z2018-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/9089TID:202325970pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessSousa, Marta Filipa Teixeira dereponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:27:11Zoai:repositorio.utad.pt:10348/9089Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:00:03.262293Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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