ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Margarida
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Falcão, Inês, Costa, Emília, Guerra, Isabel Couto, Cleto, Esmeralda, Martins, Esmeralda, Bandeira, Anabela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9648
Resumo: Introdução: A esplenomegalia em idade pediátrica está frequentemente associada a infecções víricas, tendo um carácter transitório. Em caso de esplenomegalia persistente, importa excluir doença hematológica, congestiva, infiltrativa, de sobrecarga ou reumatológica. Caso Clínico:Adolescente 14 anos, sexo feminino, referenciada à consulta por hepatoesplenomegalia. Segunda filha de pais não consanguíneos, antecedentes pré, peri e neonatais irrelevantes com evolução estaturoponderal e desenvolvimento psicomotor adequados. Aos 3 anos de idade, no decurso de um quadro clínico compatível com mononucleose infeciosa, foi objetivada esplenomegalia de novo. Manteve controlo ecográfico regular, com persistência da esplenomegalia, tendo aos 5 anos sido consta- tada hepatoesplenomegalia homogénea e aos 14 anos, imagem ecográfica compatível com hemangioma hepático. Nesta altura efectuou pela primeira vez hemograma que demonstrou trombocitopenia. Esta citopenia associada a hepatoesplenomegalia motivou a referenciação a Hematologia Pediátrica. Referia equimoses fáceis em contexto de trauma e gengivorragia esporádica. Ao exame objetivo, apresentava ar emagrecido (IMC <P3), equimoses e hematomas dispersos nos membros inferiores, sem adeno ou organomegalias palpáveis, sem estigmas de doença hepática crónica. A avaliação imagiológica corroborou a hepatoesplenome- galia e excluiu hipertensão portal. O hemograma apresentava apenas trombocitopenia de 41000/uL e o estudo de coagulação APTT prolongado. A investigação inicial permitiu excluir as cau- sas congestivas, infecciosas, hematológicas e inflamatórias mais comuns. Após discussão do caso com a Unidade de Doenças do Metabolismo, foi realizado o estudo de doenças de sobrecarga, em que o doseamento da glucocerosidade ácida (1.5nmol/mg proteína), permitiu o diagnóstico de Doença de Gaucher. Perante o diagnóstico de uma doença de sobrecarga lisossomal foi encaminha para consulta específica, onde irá iniciar terapia de substituição enzimática Comentários: Este caso ilustra a importância da avaliação multidisciplinar de causas secundárias de esplenomegalia per- sistente em idade pediátrica, ainda que assintomática. O diagnóstico presuntivo de esplenomegalia constitucional deverá ser um diagnóstico de exclusão, dada existência de patologias que podem permanecer assintomáticas durante longos períodos de tempo, algumas com tratamento disponível, modificador do curso e prognóstico da doença
id RCAP_8cea2c9d0e387d1c4501d527c9bf3d6d
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/9648
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADORResumo dos postersIntrodução: A esplenomegalia em idade pediátrica está frequentemente associada a infecções víricas, tendo um carácter transitório. Em caso de esplenomegalia persistente, importa excluir doença hematológica, congestiva, infiltrativa, de sobrecarga ou reumatológica. Caso Clínico:Adolescente 14 anos, sexo feminino, referenciada à consulta por hepatoesplenomegalia. Segunda filha de pais não consanguíneos, antecedentes pré, peri e neonatais irrelevantes com evolução estaturoponderal e desenvolvimento psicomotor adequados. Aos 3 anos de idade, no decurso de um quadro clínico compatível com mononucleose infeciosa, foi objetivada esplenomegalia de novo. Manteve controlo ecográfico regular, com persistência da esplenomegalia, tendo aos 5 anos sido consta- tada hepatoesplenomegalia homogénea e aos 14 anos, imagem ecográfica compatível com hemangioma hepático. Nesta altura efectuou pela primeira vez hemograma que demonstrou trombocitopenia. Esta citopenia associada a hepatoesplenomegalia motivou a referenciação a Hematologia Pediátrica. Referia equimoses fáceis em contexto de trauma e gengivorragia esporádica. Ao exame objetivo, apresentava ar emagrecido (IMC <P3), equimoses e hematomas dispersos nos membros inferiores, sem adeno ou organomegalias palpáveis, sem estigmas de doença hepática crónica. A avaliação imagiológica corroborou a hepatoesplenome- galia e excluiu hipertensão portal. O hemograma apresentava apenas trombocitopenia de 41000/uL e o estudo de coagulação APTT prolongado. A investigação inicial permitiu excluir as cau- sas congestivas, infecciosas, hematológicas e inflamatórias mais comuns. Após discussão do caso com a Unidade de Doenças do Metabolismo, foi realizado o estudo de doenças de sobrecarga, em que o doseamento da glucocerosidade ácida (1.5nmol/mg proteína), permitiu o diagnóstico de Doença de Gaucher. Perante o diagnóstico de uma doença de sobrecarga lisossomal foi encaminha para consulta específica, onde irá iniciar terapia de substituição enzimática Comentários: Este caso ilustra a importância da avaliação multidisciplinar de causas secundárias de esplenomegalia per- sistente em idade pediátrica, ainda que assintomática. O diagnóstico presuntivo de esplenomegalia constitucional deverá ser um diagnóstico de exclusão, dada existência de patologias que podem permanecer assintomáticas durante longos períodos de tempo, algumas com tratamento disponível, modificador do curso e prognóstico da doençaCentro Hospitalar Universitário do Porto2015-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9648por2183-9417Coelho, MargaridaFalcão, InêsCosta, EmíliaGuerra, Isabel CoutoCleto, EsmeraldaMartins, EsmeraldaBandeira, Anabelainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-21T14:55:09Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/9648Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:56:14.796210Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
title ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
spellingShingle ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
Coelho, Margarida
Resumo dos posters
title_short ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
title_full ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
title_fullStr ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
title_full_unstemmed ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
title_sort ESPLENOMEGALIA PERSISTENTE ASSINTOMÁTICA – UM ACHADO NÃO TRANQUILIZADOR
author Coelho, Margarida
author_facet Coelho, Margarida
Falcão, Inês
Costa, Emília
Guerra, Isabel Couto
Cleto, Esmeralda
Martins, Esmeralda
Bandeira, Anabela
author_role author
author2 Falcão, Inês
Costa, Emília
Guerra, Isabel Couto
Cleto, Esmeralda
Martins, Esmeralda
Bandeira, Anabela
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Coelho, Margarida
Falcão, Inês
Costa, Emília
Guerra, Isabel Couto
Cleto, Esmeralda
Martins, Esmeralda
Bandeira, Anabela
dc.subject.por.fl_str_mv Resumo dos posters
topic Resumo dos posters
description Introdução: A esplenomegalia em idade pediátrica está frequentemente associada a infecções víricas, tendo um carácter transitório. Em caso de esplenomegalia persistente, importa excluir doença hematológica, congestiva, infiltrativa, de sobrecarga ou reumatológica. Caso Clínico:Adolescente 14 anos, sexo feminino, referenciada à consulta por hepatoesplenomegalia. Segunda filha de pais não consanguíneos, antecedentes pré, peri e neonatais irrelevantes com evolução estaturoponderal e desenvolvimento psicomotor adequados. Aos 3 anos de idade, no decurso de um quadro clínico compatível com mononucleose infeciosa, foi objetivada esplenomegalia de novo. Manteve controlo ecográfico regular, com persistência da esplenomegalia, tendo aos 5 anos sido consta- tada hepatoesplenomegalia homogénea e aos 14 anos, imagem ecográfica compatível com hemangioma hepático. Nesta altura efectuou pela primeira vez hemograma que demonstrou trombocitopenia. Esta citopenia associada a hepatoesplenomegalia motivou a referenciação a Hematologia Pediátrica. Referia equimoses fáceis em contexto de trauma e gengivorragia esporádica. Ao exame objetivo, apresentava ar emagrecido (IMC <P3), equimoses e hematomas dispersos nos membros inferiores, sem adeno ou organomegalias palpáveis, sem estigmas de doença hepática crónica. A avaliação imagiológica corroborou a hepatoesplenome- galia e excluiu hipertensão portal. O hemograma apresentava apenas trombocitopenia de 41000/uL e o estudo de coagulação APTT prolongado. A investigação inicial permitiu excluir as cau- sas congestivas, infecciosas, hematológicas e inflamatórias mais comuns. Após discussão do caso com a Unidade de Doenças do Metabolismo, foi realizado o estudo de doenças de sobrecarga, em que o doseamento da glucocerosidade ácida (1.5nmol/mg proteína), permitiu o diagnóstico de Doença de Gaucher. Perante o diagnóstico de uma doença de sobrecarga lisossomal foi encaminha para consulta específica, onde irá iniciar terapia de substituição enzimática Comentários: Este caso ilustra a importância da avaliação multidisciplinar de causas secundárias de esplenomegalia per- sistente em idade pediátrica, ainda que assintomática. O diagnóstico presuntivo de esplenomegalia constitucional deverá ser um diagnóstico de exclusão, dada existência de patologias que podem permanecer assintomáticas durante longos períodos de tempo, algumas com tratamento disponível, modificador do curso e prognóstico da doença
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-12-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9648
url https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9648
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2183-9417
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro Hospitalar Universitário do Porto
publisher.none.fl_str_mv Centro Hospitalar Universitário do Porto
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130431137775616