Retórica da vida: discursos sobre a Eutanásia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34624/sopcom.v0i0.15700 |
Resumo: | O artigo mostra de que forma a noção de “vida” surge como ponto central na discussão sobre a eutanásia. Entende-se por eutanásia, em sentido lato, a decisão de antecipar a morte de um ser humano, seja ela feita directamente por um médico ou realizada pelo paciente ainda que sob instruções médicas. Considerando a noção de “facto argumentativo” utilizada na escola da nova retórica, e analisando a obra de Ronald Dworkin, filósofo político norte-americano, “Domínio da Vida – aborto, eutanásia e liberdades individuais” o artigo demonstra como a noção de “santidade e dignidade da vida humana” surge como facto argumentativo na discussão sobre a eutanásia, ou assim parece ser. Num exercício de análise e explicitação dos argumentos utilizados em discursos sobre esta temática, percebe-se que, tanto de um lado como de outro, sejam a favor ou contra a legalização desta prática, ambas as matrizes têm por base o mesmo ponto de partida: a dignidade da vida humana. Tendo em conta as noções de “valores” e “preferências”, entendemos que a noção de “vida” adquire vários sentidos e é com eles que se constroem a linha de pensamento perceptíveis nos discursos realizados ao longo dos anos não só sobre a eutanásia mas sobre vários assuntos como o aborto ou outras “liberdades individuais”. Aquando a análise, é possível concluir que se põe em causa o valor intrínseco da vida humana, tal como o seu valor “inviolável”. Não havendo uma definição concreta e explícita de “vida humana” é impossível partir para a discussão pois ambos os lados têm diferentes opiniões do que é necessário para dignificar um ser humano e a sua vida. Na discussão está então em causa como se define vida e não se a eutanásia é moral e politicamente correcta ou não. O que se coloca em questão é se a consciência, autonomia e capacidades dos seres humanos, a sua qualidade de vida e as suas escolhas são ou não um factor decisivo para valorizar e exaltar a vida humana de maneira a que se possa tomar decisões desta amplitude sobre a mesma. |
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