Desenvolvimento de um Imunoensaio Eletroquímico para o Diagnóstico Precoce da Doença Renal Crónica

• Autor(a) principal: Varela, Catarina Moreira Rodrigues
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/14625
• topic: Imunoensaio eletroquímico; Biomarcador; Cistatina C; Doença renal crónica; Partículas magnéticas; Elétrodos serigrafados; Electrochemical immunoassay; Cystatin C; Biomarker; Chronic kidney disease; Magnetic beads; Screen-printed electrodes; Qualidade

A doença renal crónica, cuja incidência tem vindo a aumentar, caracteriza-se pela perda progressiva e irreversível da função dos rins. É uma patologia que nos estádios iniciais é silenciosa e assintomática, pelo que o diagnóstico ocorre, normalmente, em estádios avançados, o que compromete o tratamento e a qualidade de vida do paciente. Apesar de já existirem metodologias de diagnóstico precoce, baseadas na análise de biomarcadores desta doença, estas são demoradas, dispendiosas e requerem equipamentos sofisticados e técnicos qualificados. Assim, espera-se que o desenvolvimento de estratégias analíticas alternativas que simplifiquem a metodologia de análise contribua significativamente para a diagnóstico precoce desta doença. Neste sentido, no presente trabalho propôs-se o desenvolvimento de um imunoensaio eletroquímico para o diagnóstico precoce da doença renal crónica, através da deteção da cistatina C. A estratégia sensora estudada combinou a versatilidade e baixo custo dos elétrodos serigrafados com a elevada seletividade de um imunoensaio de tipo “sanduíche”, no qual se utilizaram partículas magnéticas para a imobilização do anticorpo de captura. A interação entre o anticorpo de deteção e o analito, foi identificada recorrendo a uma marca enzimática (fosfatase alcalina) e à deteção eletroquímica de um dos produtos da reação correspondente. Após a otimização das condições experimentais, a resposta do imunoensaio a concentrações crescentes do analito em estudo demonstrou ser linear entre 5 ng/mL e 25 ng/mL de cistatina C, tendo-se obtido um limite de deteção de 2,1 ng/mL. No âmbito deste trabalho foram, também, analisadas com sucesso amostras reais de pacientes com doença renal crónica, o que comprovou que com a metodologia desenvolvida foi possível detetar este biomarcador nos estádios iniciais da patologia com uma exatidão aceitável. O ensaio desenvolvido forneceu resultados altamente precisos (coeficiente de variação inferior a 10%) num tempo de análise total inferior a 4 horas. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o imunoensaio proposto poderá, no futuro, contribuir para o diagnóstico precoce e descentralizado da doença renal crónica.