Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meia-Via, Mariana Soares
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/11528
Resumo: O objetivo do presente estudo foi proceder a uma primeira tradução e adaptação para a língua portuguesa da GSES (Glasgow Sleep Effort Scale), de Broomfield e Espie (2005) e da GCTI (Glasgow Content of Thoughts Inventory), de Harvey e Espie (2004). Procedeu-se, ainda, à análise das qualidades psicométricas dos dois instrumentos. A GSES avalia o esforço que os indivíduos fazem para dormir e é constituída por 7 itens avaliados numa escala de 3 pontos, enquanto que a GCTI avalia os pensamentos intrusivos recorrentes que surgem antes dos indivíduos adormecerem e é composta por 25 itens avaliados numa escala de 4 pontos. A análise das características psicométricas das escalas foi realizada com uma amostra de 2995 estudantes universitários portugueses, com idades compreendidas entre os 17 e os 62, sendo 69,7% mulheres e 30,3% homens. Os resultados revelaram que tanto a GSES como a GCTI, apresentaram uma fidelidade adequada no que toca à consistência interna (α= 0,79 e α= 0,93, respetivamente). Constatou-se ainda que as duas escalas se relacionaram entre si (r=0,56), sugerindo uma boa validade convergente. As análises da estrutura fatorial dos dois instrumentos apontaram para a existência de apenas um fator para a GSES e de três fatores para a GCTI. A amostra foi dividida em três grupos consoante os participantes achavam que tinham (ou não) um problema de sono: grupo “sem problemas de sono” (n=2547), grupo “com insónia” (n=210) e grupo “com outros problemas de sono” (n= 238). Verificou-se que os dois instrumentos têm um bom poder discriminativo dos grupos, sendo o grupo “com insónia” aquele que obteve maiores pontuações nas duas escalas, seguido do grupo “com outros problemas de sono” e por último o grupo “sem problemas de sono”. Por fim, foram analisadas as relações entre alguns aspetos do QSVES (Questionário sobre Padrões de Sono e Vigília em Estudantes do Ensino Superior – versão “em tempo de aulas”, adaptado de Gomes, 2005; Gomes et al., 2011) e os dois instrumentos em estudo. Constatou-se que a presença de mais pensamentos intrusivos e de maior esforço para dormir está associada a pior qualidade do sono, a maior privação diária de sono, a menor frequência de sono suficiente, a mais sonolência durante o dia e a piores pontuações de bem-estar. Em conclusão, os resultados obtidos vão de encontro a literatura encontrada e apresentam contributos importantes para que a GSES e a GCTI possam ser utilizadas na prática clínica enquanto instrumentos de sinalização de possíveis diagnósticos de insónia psicofisiológica (IP), assim como de monitorização da intervenção.
id RCAP_8f5d849bbb88dc863aa85b8e966e0809
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/11528
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormirPsicologia clínicaSono - Aspectos psicológicosPerturbações do sonoSono - MonitorizaçãoO objetivo do presente estudo foi proceder a uma primeira tradução e adaptação para a língua portuguesa da GSES (Glasgow Sleep Effort Scale), de Broomfield e Espie (2005) e da GCTI (Glasgow Content of Thoughts Inventory), de Harvey e Espie (2004). Procedeu-se, ainda, à análise das qualidades psicométricas dos dois instrumentos. A GSES avalia o esforço que os indivíduos fazem para dormir e é constituída por 7 itens avaliados numa escala de 3 pontos, enquanto que a GCTI avalia os pensamentos intrusivos recorrentes que surgem antes dos indivíduos adormecerem e é composta por 25 itens avaliados numa escala de 4 pontos. A análise das características psicométricas das escalas foi realizada com uma amostra de 2995 estudantes universitários portugueses, com idades compreendidas entre os 17 e os 62, sendo 69,7% mulheres e 30,3% homens. Os resultados revelaram que tanto a GSES como a GCTI, apresentaram uma fidelidade adequada no que toca à consistência interna (α= 0,79 e α= 0,93, respetivamente). Constatou-se ainda que as duas escalas se relacionaram entre si (r=0,56), sugerindo uma boa validade convergente. As análises da estrutura fatorial dos dois instrumentos apontaram para a existência de apenas um fator para a GSES e de três fatores para a GCTI. A amostra foi dividida em três grupos consoante os participantes achavam que tinham (ou não) um problema de sono: grupo “sem problemas de sono” (n=2547), grupo “com insónia” (n=210) e grupo “com outros problemas de sono” (n= 238). Verificou-se que os dois instrumentos têm um bom poder discriminativo dos grupos, sendo o grupo “com insónia” aquele que obteve maiores pontuações nas duas escalas, seguido do grupo “com outros problemas de sono” e por último o grupo “sem problemas de sono”. Por fim, foram analisadas as relações entre alguns aspetos do QSVES (Questionário sobre Padrões de Sono e Vigília em Estudantes do Ensino Superior – versão “em tempo de aulas”, adaptado de Gomes, 2005; Gomes et al., 2011) e os dois instrumentos em estudo. Constatou-se que a presença de mais pensamentos intrusivos e de maior esforço para dormir está associada a pior qualidade do sono, a maior privação diária de sono, a menor frequência de sono suficiente, a mais sonolência durante o dia e a piores pontuações de bem-estar. Em conclusão, os resultados obtidos vão de encontro a literatura encontrada e apresentam contributos importantes para que a GSES e a GCTI possam ser utilizadas na prática clínica enquanto instrumentos de sinalização de possíveis diagnósticos de insónia psicofisiológica (IP), assim como de monitorização da intervenção.The aim of this study was to develop the Portuguese versions of two self-reported questionnaires, the GSES (Glasgow Sleep Effort Scale, Broomfield and Espie (2005)) and the GCTI (Glasgow Content of Thoughts Inventory, Harvey and Espie (2004)), and to analyze its psychometric properties. The GSES evalutes the efforts that people make in order to try to fall asleep, and it consists of 7 items, each rated on a 3-point scale. The GCTI evaluates recurrent intrusive thoughts that may arise before people fall asleep, and consists of 25 items rated on a 4-point scale. Participantes were 2995 portuguese university students, 69.7% women and 30.3% men, aged between 17 and 62. The reliability results indicated that both GSES and GCTI showed adequate internal consistency (Chronbach α= 0.79 and α= 0.93, respectively). It was futher observed that the two scales were related to each other (r= 0.56), which suggests adequate convergente validity. Analysis of the factor structure of each instrument revealed only 1 factor for GSES and 3 factors for GCTI. Depending on whether the participants considered (or not) they had any sleep problem, three groups of participantes were formed - group “without sleep problems” (n=2547), group “with insomnia” (n= 210) and group “with other sleep problems” (n= 238), - and mean scores on the two scales were compared. Both instruments showed discriminative power, as the group “with insomnia” obtained higher scores on both scales, followed by the group “with other sleep problems”, and lastly by the group “without sleep problems”. Finally, the associations between the two scales and several self-reported sleep patterns were examined, using some items from a previously validated questionnaire designed to collect sleep-wake data specifically in higher education students (Sleep-Wake Questionnaire for University Students [SWQUS] - «during-the-semester version», Gomes et al., 2011). Both the presence of more intrusive thoughts, and a greater effort to sleep, were found to be associated with poorer sleep quality, higher daily sleep restriction, lower frequency of enough sleep, higher daytime sleepiness and lower daytime well-being (self-reported Vigour, Mood and Cognitive Functioning). In conclusion, the results obtained are in agreement with the literature, and the Portuguese versions of the GCTI and GSES showed adequate reliability and validity in higher education students. Both instruments seem promising tools for the clinical practice with psychophysiological insomnia, either for screening purposes, and to monitorize intervention outcomes.Universidade de Aveiro2013-12-05T15:06:40Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/11528TID:201585758porMeia-Via, Mariana Soaresinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:20:48Zoai:ria.ua.pt:10773/11528Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:56.121922Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
title Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
spellingShingle Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
Meia-Via, Mariana Soares
Psicologia clínica
Sono - Aspectos psicológicos
Perturbações do sono
Sono - Monitorização
title_short Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
title_full Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
title_fullStr Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
title_full_unstemmed Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
title_sort Adaptações portuguesas das GSES e GCTI : escalas de auto-relato do esforço e dos pensamentos antes de dormir
author Meia-Via, Mariana Soares
author_facet Meia-Via, Mariana Soares
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Meia-Via, Mariana Soares
dc.subject.por.fl_str_mv Psicologia clínica
Sono - Aspectos psicológicos
Perturbações do sono
Sono - Monitorização
topic Psicologia clínica
Sono - Aspectos psicológicos
Perturbações do sono
Sono - Monitorização
description O objetivo do presente estudo foi proceder a uma primeira tradução e adaptação para a língua portuguesa da GSES (Glasgow Sleep Effort Scale), de Broomfield e Espie (2005) e da GCTI (Glasgow Content of Thoughts Inventory), de Harvey e Espie (2004). Procedeu-se, ainda, à análise das qualidades psicométricas dos dois instrumentos. A GSES avalia o esforço que os indivíduos fazem para dormir e é constituída por 7 itens avaliados numa escala de 3 pontos, enquanto que a GCTI avalia os pensamentos intrusivos recorrentes que surgem antes dos indivíduos adormecerem e é composta por 25 itens avaliados numa escala de 4 pontos. A análise das características psicométricas das escalas foi realizada com uma amostra de 2995 estudantes universitários portugueses, com idades compreendidas entre os 17 e os 62, sendo 69,7% mulheres e 30,3% homens. Os resultados revelaram que tanto a GSES como a GCTI, apresentaram uma fidelidade adequada no que toca à consistência interna (α= 0,79 e α= 0,93, respetivamente). Constatou-se ainda que as duas escalas se relacionaram entre si (r=0,56), sugerindo uma boa validade convergente. As análises da estrutura fatorial dos dois instrumentos apontaram para a existência de apenas um fator para a GSES e de três fatores para a GCTI. A amostra foi dividida em três grupos consoante os participantes achavam que tinham (ou não) um problema de sono: grupo “sem problemas de sono” (n=2547), grupo “com insónia” (n=210) e grupo “com outros problemas de sono” (n= 238). Verificou-se que os dois instrumentos têm um bom poder discriminativo dos grupos, sendo o grupo “com insónia” aquele que obteve maiores pontuações nas duas escalas, seguido do grupo “com outros problemas de sono” e por último o grupo “sem problemas de sono”. Por fim, foram analisadas as relações entre alguns aspetos do QSVES (Questionário sobre Padrões de Sono e Vigília em Estudantes do Ensino Superior – versão “em tempo de aulas”, adaptado de Gomes, 2005; Gomes et al., 2011) e os dois instrumentos em estudo. Constatou-se que a presença de mais pensamentos intrusivos e de maior esforço para dormir está associada a pior qualidade do sono, a maior privação diária de sono, a menor frequência de sono suficiente, a mais sonolência durante o dia e a piores pontuações de bem-estar. Em conclusão, os resultados obtidos vão de encontro a literatura encontrada e apresentam contributos importantes para que a GSES e a GCTI possam ser utilizadas na prática clínica enquanto instrumentos de sinalização de possíveis diagnósticos de insónia psicofisiológica (IP), assim como de monitorização da intervenção.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-12-05T15:06:40Z
2013-01-01T00:00:00Z
2013
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/11528
TID:201585758
url http://hdl.handle.net/10773/11528
identifier_str_mv TID:201585758
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137530421968896