Monitorização da Mortalidade 2020
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/8622 |
Resumo: | A monitorização da mortalidade por todas as causas é uma ferramenta útil na identificação de fenómenos de saúde, ou desastres de elevada gravidade ou de elevada incidência na população e impacto na mortalidade. Em Portugal, a monitorização da mortalidade é realizada, desde 2007, pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, permitindo estimar impactos associados a diversos eventos tais como: epidemias de gripe, COVID-19, períodos de temperaturas extremas e acidentes. Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2020 [semana 01/2020 (30 de dezembro de 2019 a 05 de janeiro de 2020) à semana 53/2020 (28 de dezembro de 2020 a 03 de janeiro de 2021)], bem como identificar e analisar os períodos de excesso de mortalidade por todas as causas ocorridos. No período em estudo, foram registados 125.770 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro períodos de excesso de mortalidade a nível nacional (totalizando 8.073 óbitos em excesso): 1. 23 março a 12 abril: 1.057 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a primeira onda pandémica de COVID-19; 2. 25 a 31 de maio: 363 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de temperaturas elevadas, embora este não tenha sido identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO como um período de calor extremo com potenciais impactos na mortalidade; 3. 06 julho a 02 agosto: 2.199 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de calor extremo, identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO; 4. 26 outubro a 03 de dezembro: 4.454 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a segunda onda pandémica de COVID-19. Este período de excesso de mortalidade ainda não terminou à data da publicação deste relatório. Estes períodos de excesso de mortalidade a nível nacional foram observados em todas as regiões do país, à exceção da Região Autónoma da Madeira. Ocorreram, ainda, excessos de mortalidade a nível regional durante a epidemia de gripe de 2019/2020, nas regiões Norte, Centro e Algarve que não se traduziram em excessos de nível nacional. De modo análogo, ocorreram excessos de 3 mortalidade regionais nas semanas contíguas aos períodos de calor extremo verificados em 2020, em particular, no Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo que não se traduziram em excessos de mortalidade a nível nacional. Observaram-se excessos de mortalidade acima dos 45 anos, existindo um gradiente crescente com a idade, quer em relação à magnitude, quer em relação ao número de períodos em excesso de mortalidade. Sublinha-se que nos anos anteriores em vigilância,raramente foram observados excessos de mortalidade abaixo dos 65 anos, pelo que o excesso observado entre os 45 e 64 anos de idade no final do ano de 2020, e que se estende para o início de 2021, é um sinal de importante impacto na mortalidade. Dada a coincidência temporal, podemos concluir que a maioria dos períodos de excessos de mortalidade identificados quer a nível nacional, quer a nível regional, terão estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os períodos de calor extremo. Não podemos, no entanto, excluir que a variação da mortalidade observada durante os períodos de calor de 2020 não tenha sido indiretamente afetada pela pandemia de COVID-19 (por uma possível menor utilização e acesso aos serviços de saúde). No entanto, em relatório anterior estimou-se que o excesso de mortalidade observado durante o período de calor extremo de julho teve a magnitude esperada para um período de calor extremo da sua intensidade. Por fim, referira-se que desde o início da epidemia de COVID-19 em Portugal, a mortalidade por todas as causas teve um acréscimo não significativo de 4 % em relação à média de anos anteriores, mesmo nos períodos sem excessos de mortalidade, o que se traduziu num aumento do risco de morrer na população com 45 e mais anos durante o ano de 2020, quando comparado com o observado nos 5 anos anteriores. |
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Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2020 [semana 01/2020 (30 de dezembro de 2019 a 05 de janeiro de 2020) à semana 53/2020 (28 de dezembro de 2020 a 03 de janeiro de 2021)], bem como identificar e analisar os períodos de excesso de mortalidade por todas as causas ocorridos. No período em estudo, foram registados 125.770 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro períodos de excesso de mortalidade a nível nacional (totalizando 8.073 óbitos em excesso): 1. 23 março a 12 abril: 1.057 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a primeira onda pandémica de COVID-19; 2. 25 a 31 de maio: 363 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de temperaturas elevadas, embora este não tenha sido identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO como um período de calor extremo com potenciais impactos na mortalidade; 3. 06 julho a 02 agosto: 2.199 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de calor extremo, identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO; 4. 26 outubro a 03 de dezembro: 4.454 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a segunda onda pandémica de COVID-19. Este período de excesso de mortalidade ainda não terminou à data da publicação deste relatório. Estes períodos de excesso de mortalidade a nível nacional foram observados em todas as regiões do país, à exceção da Região Autónoma da Madeira. Ocorreram, ainda, excessos de mortalidade a nível regional durante a epidemia de gripe de 2019/2020, nas regiões Norte, Centro e Algarve que não se traduziram em excessos de nível nacional. De modo análogo, ocorreram excessos de 3 mortalidade regionais nas semanas contíguas aos períodos de calor extremo verificados em 2020, em particular, no Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo que não se traduziram em excessos de mortalidade a nível nacional. Observaram-se excessos de mortalidade acima dos 45 anos, existindo um gradiente crescente com a idade, quer em relação à magnitude, quer em relação ao número de períodos em excesso de mortalidade. Sublinha-se que nos anos anteriores em vigilância,raramente foram observados excessos de mortalidade abaixo dos 65 anos, pelo que o excesso observado entre os 45 e 64 anos de idade no final do ano de 2020, e que se estende para o início de 2021, é um sinal de importante impacto na mortalidade. Dada a coincidência temporal, podemos concluir que a maioria dos períodos de excessos de mortalidade identificados quer a nível nacional, quer a nível regional, terão estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os períodos de calor extremo. Não podemos, no entanto, excluir que a variação da mortalidade observada durante os períodos de calor de 2020 não tenha sido indiretamente afetada pela pandemia de COVID-19 (por uma possível menor utilização e acesso aos serviços de saúde). No entanto, em relatório anterior estimou-se que o excesso de mortalidade observado durante o período de calor extremo de julho teve a magnitude esperada para um período de calor extremo da sua intensidade. Por fim, referira-se que desde o início da epidemia de COVID-19 em Portugal, a mortalidade por todas as causas teve um acréscimo não significativo de 4 % em relação à média de anos anteriores, mesmo nos períodos sem excessos de mortalidade, o que se traduziu num aumento do risco de morrer na população com 45 e mais anos durante o ano de 2020, quando comparado com o observado nos 5 anos anteriores.Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IPRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeTorres, Ana RitaSilva, SusanaNunes, BaltazarMatias Dias, CarlosRodrigues, Ana Paula2023-05-11T12:59:40Z2021-01-152021-01-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reportapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/8622porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:42:27Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/8622Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:42:53.168100Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A monitorização da mortalidade por todas as causas é uma ferramenta útil na identificação de fenómenos de saúde, ou desastres de elevada gravidade ou de elevada incidência na população e impacto na mortalidade. Em Portugal, a monitorização da mortalidade é realizada, desde 2007, pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, permitindo estimar impactos associados a diversos eventos tais como: epidemias de gripe, COVID-19, períodos de temperaturas extremas e acidentes. Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2020 [semana 01/2020 (30 de dezembro de 2019 a 05 de janeiro de 2020) à semana 53/2020 (28 de dezembro de 2020 a 03 de janeiro de 2021)], bem como identificar e analisar os períodos de excesso de mortalidade por todas as causas ocorridos. No período em estudo, foram registados 125.770 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro períodos de excesso de mortalidade a nível nacional (totalizando 8.073 óbitos em excesso): 1. 23 março a 12 abril: 1.057 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a primeira onda pandémica de COVID-19; 2. 25 a 31 de maio: 363 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de temperaturas elevadas, embora este não tenha sido identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO como um período de calor extremo com potenciais impactos na mortalidade; 3. 06 julho a 02 agosto: 2.199 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um período de calor extremo, identificado pelo sistema de vigilância ÍCARO; 4. 26 outubro a 03 de dezembro: 4.454 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a segunda onda pandémica de COVID-19. Este período de excesso de mortalidade ainda não terminou à data da publicação deste relatório. Estes períodos de excesso de mortalidade a nível nacional foram observados em todas as regiões do país, à exceção da Região Autónoma da Madeira. Ocorreram, ainda, excessos de mortalidade a nível regional durante a epidemia de gripe de 2019/2020, nas regiões Norte, Centro e Algarve que não se traduziram em excessos de nível nacional. De modo análogo, ocorreram excessos de 3 mortalidade regionais nas semanas contíguas aos períodos de calor extremo verificados em 2020, em particular, no Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo que não se traduziram em excessos de mortalidade a nível nacional. Observaram-se excessos de mortalidade acima dos 45 anos, existindo um gradiente crescente com a idade, quer em relação à magnitude, quer em relação ao número de períodos em excesso de mortalidade. Sublinha-se que nos anos anteriores em vigilância,raramente foram observados excessos de mortalidade abaixo dos 65 anos, pelo que o excesso observado entre os 45 e 64 anos de idade no final do ano de 2020, e que se estende para o início de 2021, é um sinal de importante impacto na mortalidade. Dada a coincidência temporal, podemos concluir que a maioria dos períodos de excessos de mortalidade identificados quer a nível nacional, quer a nível regional, terão estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os períodos de calor extremo. Não podemos, no entanto, excluir que a variação da mortalidade observada durante os períodos de calor de 2020 não tenha sido indiretamente afetada pela pandemia de COVID-19 (por uma possível menor utilização e acesso aos serviços de saúde). No entanto, em relatório anterior estimou-se que o excesso de mortalidade observado durante o período de calor extremo de julho teve a magnitude esperada para um período de calor extremo da sua intensidade. Por fim, referira-se que desde o início da epidemia de COVID-19 em Portugal, a mortalidade por todas as causas teve um acréscimo não significativo de 4 % em relação à média de anos anteriores, mesmo nos períodos sem excessos de mortalidade, o que se traduziu num aumento do risco de morrer na população com 45 e mais anos durante o ano de 2020, quando comparado com o observado nos 5 anos anteriores. |
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