Lesões Ósseas Maxilares Associadas ao Hiperparatiroidismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Elsa Manuel dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11816/3030
Resumo: As lesões ósseas maxilares associadas ao hiperparatiroidismo histologicamente são caracterizadas por apresentarem um componente importante de células gigantes multinucleadas. As lesões de células gigantes referidas com mais frequência são o granuloma central de células gigantes (GCCG), granuloma periférico de células gigantes (GPCG), Tumor de Células Gigantes (TCG), Querubismo, Quisto Ósseo Aneurismático (QOA) e o Tumor Castanho do Osso (TCO). Esta última lesão é a que está mais associada ao hiperparatiroidismo. O TCO apesar de ser denominado de “tumor” não é considerado uma neoplasia porque não resulta de um processo neoplásico, mas sim de um aumento da atividade osteoclástica. É constituído por osteoclastos envolvidos em tecido fibroso, osso desmineralizado e hemossiderina que lhe confere uma tonalidade acastanhada. Tem maior incidência no sexo feminino com idades inferiores a 30 anos. Anatomicamente, a mandibula é mais afetada, podendo haver expansão óssea com ou sem sintomatologia. Radiograficamente é uma lesão radiolúcida, bem delimitada sem halo radiopaco, podendo ser unilocular ou multilocular. O alargamento e espessamento do ligamento periodontal é a primeira manifestação radiográfica observada no hiperparatiroidismo. Como é difícil distinguir o TCO de outras lesões de células gigantes o diagnóstico deve ser feito com base na história clínica, exames radiográficos e histológicos e em análises bioquímicas, tais como cálcio sérico, fosfatase alcalina, fósforo e níveis de paratormona (PTH). Objetivos: Descrever as lesões de células gigantes associadas ao hiperparatiroidismo mais frequentes na região maxilofacial e apresentar um caso clínico cuja manifestação inicial foi a de uma tumefação localizada na região maxilar e órbita direitas num doente transplantado renal. Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo retrospetivo das lesões da cavidade oral entre 1990-1999 no HSA-CHP, tendo-se encontrado 1042 doentes dos quais 29 apresentavam diagnóstico histológico de lesões de células gigantes. Destes doentes, apenas um apresentava diagnóstico histológico de tumor castanho associado ao HPT. Foram recolhidos os dados com informação referente aos casos de doentes com TCO disponíveis nos arquivos da instituição do HSA, incidindo sobre idade, género, localização anatómica da lesão, sintomas, características radiográficas, data da primeira queixa/sintoma, data do diagnóstico, malignização, características histológicas, valores dos níveis de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina. Foram reunidos 61 artigos, dos quais 31 foram relevantes para a temática deste relatório. Não se determinou um tempo específico de publicações dos mesmos. Discussão: As glândulas paratiróides são as responsáveis pela produção e secreção da paratormona (PTH) de modo a controlar o nível de cálcio sérico. Quando a sua secreção é excessiva conduz a uma situação de hiperparatiroidismo primário, secundário ou terciário. No caso clínico abordado, foi diagnosticado hiperparatiroidismo secundário através da confirmação das análises bioquímicas, cujo valor da PTH era de 809 pg/ml e aparecimento de um TCO na região anterior do maxilar direito. Clinicamente esta lesão não apresentava um comportamento agressivo visto que o doente não tinha sintomatologia e apresentava um crescimento gradual sem ulceração da mucosa oral. Radiograficamente, apresentava reabsorção do osso alveolar e histologicamente, presença de células gigantes multinucleadas, depósito de hemossiderina e glóbulos vermelhos. Foi efetuada uma paratiroidectomia parcial na tentativa de resolver os valores elevados da PTH e tratamento farmacológico com calcitriol e cinacalcet. Conclusão: Sendo o TCO uma lesão rara nos maxilares e difícil de distinguir de outras lesões ósseas contendo células gigantes, o diagnóstico deve ser feito com base em análises clínicas dos níveis de PTH, cálcio sérico, fosfatase alcalina e fósforo
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