Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silvano, Filomena
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.13/3568
Resumo: Nos anos 1997 e 1998 acompanhei as rodagens dos filmes Esta é a minha casa e Viagem à Expo de João Pedro Rodrigues e, em 2010, uma parte das rodagens dos filmes Alvorada Vermelha e A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Em ambos os casos, tomei a experiência de participação na equipa de rodagem como um trabalho etnográfico. Com este texto pretendo fazer uma apresentação do modo de fazer antropologia que esteve na base dos textos que, partindo da referida experiência, escrevi posteriormente. A meu ver, o cinema de João Pedro Rodrigues acede ao real no interior de um modo de descrição que opera por integração nas/das forças que o constituem. Nesse sentido ele assemelha-se às descrições de alguns antropólogos. Mas, tal como no caso destas, a descrição contém já uma interpretação, e essa é indissociável do seu autor. Usando as descrições do cineasta, eu acedi por isso a uma parte do real que de outro modo me estaria vedada. A minha descrição antropológica foi sujeita a uma dobra, visto que trabalhei a partir de uma descrição, feita por um cineasta, daquilo que eu própria havia observado em primeira mão. O texto apresenta algumas reflexões em torno da questão territorial, tendo por base as duas experiências antes referidas.
id RCAP_906afda4d5963fae39253ffc522081c8
oai_identifier_str oai:digituma.uma.pt:10400.13/3568
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinemaJoão Pedro RodriguesJoão Rui Guerra da MataAntropologia visualCinemaDesterritorializaçãoViagemHeterotopiaMacauAnthropologie visuelleDéterritorialisationVoyageHétérotopieCinémaMacao.Faculdade de Artes e HumanidadesNos anos 1997 e 1998 acompanhei as rodagens dos filmes Esta é a minha casa e Viagem à Expo de João Pedro Rodrigues e, em 2010, uma parte das rodagens dos filmes Alvorada Vermelha e A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Em ambos os casos, tomei a experiência de participação na equipa de rodagem como um trabalho etnográfico. Com este texto pretendo fazer uma apresentação do modo de fazer antropologia que esteve na base dos textos que, partindo da referida experiência, escrevi posteriormente. A meu ver, o cinema de João Pedro Rodrigues acede ao real no interior de um modo de descrição que opera por integração nas/das forças que o constituem. Nesse sentido ele assemelha-se às descrições de alguns antropólogos. Mas, tal como no caso destas, a descrição contém já uma interpretação, e essa é indissociável do seu autor. Usando as descrições do cineasta, eu acedi por isso a uma parte do real que de outro modo me estaria vedada. A minha descrição antropológica foi sujeita a uma dobra, visto que trabalhei a partir de uma descrição, feita por um cineasta, daquilo que eu própria havia observado em primeira mão. O texto apresenta algumas reflexões em torno da questão territorial, tendo por base as duas experiências antes referidas.Dans les années 1997 et 1998, j’ai accompagnée les tournages de Esta é a minha casa et Viagem à Expo, deux films de João Pedro Rodrigues et, en 2010, une partie des tournages de Alvorada Vermelha et A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues et João Rui Guerra da Mata. Dans les deux cas, j’ai pris l’expérience de participation dans les tournages comme un travail ethnographique. Avec cet article, je prétends montrer la façon de faire de l’anthropologie, fondement des textes que j’ai écrit postérieurement. Je pense que le cinéma de João Pedro Rodrigues accède au réel à l’intérieur d’un mode de description qui opère par intégration dans/des forces qui le constituent. Dans ce sens, il s’assimile aux descriptions de certains anthropologues. Mais, à l’instar de celles-ci, une description contient déjà une interprétation, celle-ci indissociable de son auteur. En utilisant les descriptions du cinéaste, j’ai donc eu accès à une partie du réel qui m’aurait été autrement cachée. Ma description anthropologique est une relecture, dans la mesure où j’ai travaillé en partant d’une description, faite par un cinéaste, de ce que j’avais moimême observé. En partant des deux expériences sus-citées, le texte présente quelques réflexions sur la question territoriale.Universidade da MadeiraDigitUMaSilvano, Filomena2021-07-26T13:41:48Z2016-01-01T00:00:00Z2016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.13/3568por10.34640/universidademadeira2021silvanoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T12:56:33Zoai:digituma.uma.pt:10400.13/3568Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:06:51.222263Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
title Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
spellingShingle Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
Silvano, Filomena
João Pedro Rodrigues
João Rui Guerra da Mata
Antropologia visual
Cinema
Desterritorialização
Viagem
Heterotopia
Macau
Anthropologie visuelle
Déterritorialisation
Voyage
Hétérotopie
Cinéma
Macao
.
Faculdade de Artes e Humanidades
title_short Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
title_full Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
title_fullStr Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
title_full_unstemmed Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
title_sort Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinema
author Silvano, Filomena
author_facet Silvano, Filomena
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv DigitUMa
dc.contributor.author.fl_str_mv Silvano, Filomena
dc.subject.por.fl_str_mv João Pedro Rodrigues
João Rui Guerra da Mata
Antropologia visual
Cinema
Desterritorialização
Viagem
Heterotopia
Macau
Anthropologie visuelle
Déterritorialisation
Voyage
Hétérotopie
Cinéma
Macao
.
Faculdade de Artes e Humanidades
topic João Pedro Rodrigues
João Rui Guerra da Mata
Antropologia visual
Cinema
Desterritorialização
Viagem
Heterotopia
Macau
Anthropologie visuelle
Déterritorialisation
Voyage
Hétérotopie
Cinéma
Macao
.
Faculdade de Artes e Humanidades
description Nos anos 1997 e 1998 acompanhei as rodagens dos filmes Esta é a minha casa e Viagem à Expo de João Pedro Rodrigues e, em 2010, uma parte das rodagens dos filmes Alvorada Vermelha e A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Em ambos os casos, tomei a experiência de participação na equipa de rodagem como um trabalho etnográfico. Com este texto pretendo fazer uma apresentação do modo de fazer antropologia que esteve na base dos textos que, partindo da referida experiência, escrevi posteriormente. A meu ver, o cinema de João Pedro Rodrigues acede ao real no interior de um modo de descrição que opera por integração nas/das forças que o constituem. Nesse sentido ele assemelha-se às descrições de alguns antropólogos. Mas, tal como no caso destas, a descrição contém já uma interpretação, e essa é indissociável do seu autor. Usando as descrições do cineasta, eu acedi por isso a uma parte do real que de outro modo me estaria vedada. A minha descrição antropológica foi sujeita a uma dobra, visto que trabalhei a partir de uma descrição, feita por um cineasta, daquilo que eu própria havia observado em primeira mão. O texto apresenta algumas reflexões em torno da questão territorial, tendo por base as duas experiências antes referidas.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-01-01T00:00:00Z
2016-01-01T00:00:00Z
2021-07-26T13:41:48Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.13/3568
url http://hdl.handle.net/10400.13/3568
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.34640/universidademadeira2021silvano
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade da Madeira
publisher.none.fl_str_mv Universidade da Madeira
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799129938880626688