A Representação Mediática da Perturbação do Espectro do Autismo

• Autor(a) principal: Frazão, Isabela Magro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7780
• topic: Asperger; Autismo; Imprensa; PEA; Perturbação do Espectro do Autismo; Representações Sociais; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências da Educação

Os media em geral, e o discurso jornalístico em particular, veiculam discursos sobre múltiplas realidades, com influência sobre as representações sociais construídas sobre os temas. Nesse sentido, e considerando também a crescente representatividade de uma das perturbações do neurodesenvolvimento – a Perturbação do Espectro do Autismo - importa compreender que discursos jornalísticos circulam sobre o tópico. É objetivo deste trabalho analisar a forma como tem sido desenvolvida a cobertura jornalística sobre a Perturbação do Espectro do Autismo, em Portugal. Qual a atenção dada ao tema, como é abordado, quem tem voz quando o tema é jornalisticamente trabalhado e que representações são contruídas, são algumas das questões colocadas. Pretende-se averiguar como esta perturbação do neurodesenvolvimento é abordada, se o discurso é ou não promotor de estigma e se promove conhecimento ao leitor sobre o que é a Perturbação do Espectro do Autismo. A metodologia utilizada assenta numa análise de conteúdo dos artigos publicados durante o ano civil de 2019 e o primeiro semestre de 2020. Para a definição da amostra – 53 artigos – foi usada a pesquisa por palavras-chave relacionadas com a Perturbação do Espectro do Autismo em dois jornais portugueses, Jornal Público e Jornal Expresso. Dos resultados, destacamos a falta de investimento no tema e o facto de a Perturbação do Espectro do Autismo surgir representada de forma muito generalista. Ou seja, na grande maioria dos artigos há uma redução da condição a uma imagem simplificada da perturbação. A maioria das peças não faz referência à classificação do autismo como sendo um espectro de perturbações, de gravidade e perfil variáveis, a caracterizar caso a caso, de individuo para individuo. A leitura do conteúdo das peças dos dois jornais, enquanto agentes ativos na composição da imagem do sujeito com Perturbação do Espectro do Autismo, revela que a informação transmitida ao leitor não apresenta um discurso anti estigma, a promoção da inclusão e da heterogeneidade das características das pessoas com Perturbação do Espectro do Autismo.