A actividade física e o internamento por exacerbação da DPOC

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pitta,F
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Troosters,T, Probst,VS, Spruit,MA, Decramer,M, Gosselink,R
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592006000300011
Resumo: As exacerbações são eventos com um impacto negativo na qualidade de vida relacionada com a saúde, na função pulmonar, na utilização dos recursos de saúde e na sobrevida dos doentes com DPOC. Contudo, ainda não é conhecido o impacto dos internamentos por exacerbação na actividade física dos doentes. O presente estudo teve como objectivos: 1. Investigar o grau de inactividade dos doentes com DPOC durante e após um internamento por exacerbação, através da utilização de um monitor de actividade de elevada precisão; 2. Pesquisar se os doentes com internamentos no último ano por exacerbação da DPOC revelam uma recuperação mais lenta da sua actividade física quando comparados com doentes que não foram internados no último ano; 3. Investigar se os doentes com baixo nível de actividade física durante ou após o internamento por exacerbação têm maior probabilidade de serem reinternados no ano seguinte. Os autores avaliaram a actividade física através de um monitor de actividade que mediu de forma precisa o tempo que os doentes despendem na marcha, a andar de bicicleta, de pé, sentados e deitados. Estas medições foram efectuadas no 2º e 7º dias de internamento, bem como um mês após a alta. Foram ainda avaliadas a função pulmonar, as pressões máximas respiratórias, a força do quadricípite femoral, a massa isenta de gordura (por bioimpedância), a gasometria arterial, a prova de marcha e o índice de BODE (índice de massa corporal, obstrução das vias aéreas, dispneia e capacidade para o exercício). Resultados: Verificou-se uma redução importante do tempo despendido em actividades com sustentação do peso corporal (de pé e a andar) no 2º e no 7º dia de internamento, bem como um mês após a alta. O tempo despendido com estas actividades correlacionou-se de forma positiva com a força muscular (do quadricípite femoral). Os doentes com internamentos no último ano apresentaram uma redução ainda mais acentuada da actividade física quando comparados com os doentes sem internamentos recentes. Os doentes que apresentaram uma redução marcada da actividade um mês após a alta tiveram maior probabilidade de serem reinternados no ano seguinte. Conclusão: Os autores concluem que os doentes com DPOC apresentam uma redução acentuada da actividade física durante e após os internamentos por agudização da doença. Nos doentes com exacerbações frequentes, a inactividade é ainda mais acentuada. Por sua vez, a inactividade física torna o doente mais vulnerável a novos episódios de internamentos. As exacerbações da DPOC são eventos que têm um impacto negativo em vários aspectos da progressão da doença. Um tratamento apropriado das agudizações é um aspecto importante no controlo da doença. Os resultados do presente trabalho indicam que devem ser desenvolvidos todos os esforços e estratégias para aumentar a actividade física durante os internamentos por exacerbações e após a alta.
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