Emotional authenticity perception in blind individuals : behavioral and ERP evidence

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sarzedas, João Pereira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/58414
Resumo: Dissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia
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spelling Emotional authenticity perception in blind individuals : behavioral and ERP evidenceCegueiraPlasticidade neuronalVocalização emocionalCegosDissertações de mestrado - 2022Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de PsicologiaIn blind individuals, the loss of vision and the subsequent need to rely more heavily on the remaining senses results in important neuroplastic alterations. Current evidence suggests that these alterations lead to the enhancement of specific auditory abilities but can also lead to no alterations or even impaired auditory perception. Regarding vocal emotional perception, the impact of blindness on the behavioral and neural mechanisms underpinning emotional authenticity perception is still unexplored. Therefore, in the current study, we used behavioral and event-related potentials (ERP) measures to study whether and how blindness influences the perception of emotional authenticity in nonverbal vocalizations. Furthermore, we also aimed to understand whether and how the age of blindness onset (early vs. late) and task focus manipulation (attention directed to authenticity vs. emotional properties of the voice) affected these mechanisms. Fifty-one individuals with different visual conditions (17 early blind, 17 late blind, 17 sighted controls) completed two experimental tasks while electrophysiological data was continuously recorded. In these tasks, participants heard laughs and cries varying in authenticity (spontaneous vs. volitional) and emotional quality (sadness vs. amusement). The N1, P2, and late positive potential (LPP) ERP components were analyzed. Our results demonstrated authenticity effects in early sensory (N1) and late cognitive evaluative stages (LPP) of vocal emotion processing in early blind listeners. They additionally showed that both early and late blindness modulated a processing stage associated with the detection of emotional salience (P2). At a behavioral level, blindness did not affect the recognition and evaluation of vocal emotion. However, the late blind group was generally less accurate at detecting the authenticity of vocalizations than the sighted group. Overall, our findings suggest that blindness modulates the temporal course of emotional authenticity perception, particularly in early blind listeners. They additionally suggest that late-, but not early-onset blindness, deteriorates emotional authenticity perception.A ausência de visão e a consequente maior dependência dos outros sentidos causa importantes alterações neurofisiológicas. Por essa razão, a cegueira tem muitas vezes sido utilizada como modelo para investigar processos de neuroplasticidade. Potencialmente relacionado com estes fenómenos, vários estudos têm reportado uma melhor performance por parte de indivíduos cegos, em comparação com indivíduos normovisuais, em tarefas que examinaram capacidades de processamento auditivo, olfativo e táctil. Contudo, existe uma parte da literatura que reporta ausência de diferenças ou até pior performance de indivíduos cegos em tarefas que investigaram outras capacidades específicas de perceção auditiva, olfativa e tátil. No campo da perceção vocal emocional, o impacto da cegueira na perceção de autenticidade emocional e os mecanismos neurofisiológicos que estão na base destes processos ainda não foram devidamente explorados. Os escassos estudos que investigaram o processamento vocal emocional em indivíduos cegos não são consensuais, não sendo ainda claro se os cegos desenvolvem capacidades de perceção vocal emocional compensatórias ou se a visão é necessária para um eficiente desenvolvimento de faculdades de processamento emocional vocal. É também de salientar que na maioria destes estudos estes processos foram investigados numa amostra de cegos precoces. Estudar os mecanismos de perceção vocal emocional em cegos tardios poderá ser útil para compreender de que modo é que a idade de início da cegueira afeta o desenvolvimento destas capacidades. Além disso, a literatura sobre processamento vocal emocional em cegos tem como limitação o facto destes processos apenas terem sido estudados com recurso a estímulos emocionais não autênticos (i.e., emoções produzidas voluntariamente por atores). Que seja do nosso conhecimento, não existe nenhum estudo publicado que tenha explorado perceção de autenticidade emocional em cegos. No entanto, nos últimos anos tem havido um interesse crescente em estudar perceção de autenticidade emocional em indivíduos normovisuais, sendo que nesta literatura têm sido reportadas diferenças na perceção e no processamento neuronal entre estímulos autênticos e não autênticos. Recentemente, dois estudos que investigaram a perceção de autenticidade emocional de risos e choros utilizando a técnica de potencias evocados por eventos (Event-Related Potentials - ERP) encontraram efeitos de autenticidade em três componentes de ERP: N1, P2 e late positive potential (LPP). Estes componentes de ERP refletem diferentes estádios de processamento de informação emocional vocal relacionados com processamento sensorial precoce (N1), deteção de saliência (P2) e avaliação cognitiva (LPP). Esta técnica oferece uma informação mais detalhada sobre o timing dos processos neuronais, sendo um método ideal para explorar o modo como os diferentes estádios de processamento de autenticidade emocional são afetados pela cegueira. No presente estudo, foram utilizadas medidas comportamentais e ERP para estudar o modo como a cegueira influencia a perceção de autenticidade emocional de risos e choros. Adicionalmente foi também explorado o modo como a idade de início da cegueira e a manipulação do foco atencional afetam estes mecanismos. Devido ao carácter inovador do presente estudo, as nossas hipóteses sobre os efeitos da cegueira na perceção de autenticidade emocional foram exploratórias. Neste estudo, foram recolhidos dados de cinquenta e um participantes, incluindo 17 cegos precoces, 17 cegos tardios e 17 indivíduos normovisuais. Todos os participantes realizaram duas tarefas enquanto dados eletroencefalográficos eram recolhidos. Numa das tarefas os participantes foram instruídos a discriminar a autenticidade emocional dos estímulos (forçados vs. autênticos) e na outra tarefa a discriminar a emoção (tristeza vs. alegria). Em ambas as tarefas os participantes foram expostos aos mesmos estímulos – 80 vocalizações não-verbais de quatro condições diferentes: 20 risos autênticos, 20 risos forçados, 20 choros autênticos e 20 choros forçados. Após a realização destas duas tarefas, os participantes realizaram uma tarefa comportamental onde foram instruídos a avaliar as mesmas 80 vocalizações em termos de autenticidade, valência e arousal. No que diz respeito aos resultados do presente estudo, nos cegos precoces, foram encontrados efeitos da autenticidade em estádios do processamento sensorial precoce (N1) e em estádios do processamento mais tardios, associados com a avaliação cognitiva de informação emocional vocal (LPP). Mais especificamente, no grupo de cegos precoces, foi encontrada: uma amplitude de N1 mais negativa para choros autênticos (vs. choros forçados) na tarefa de deteção de autenticidade, mas não na tarefa de discriminação emocional; uma amplitude de LPP mais positiva para expressões autênticas (vs. forçadas) na tarefa de discriminação emocional, mas não na tarefa de deteção de autenticidade. Estes resultados sugerem que a cegueira precoce leva a uma reorganização cortical nestes dois estádios do processamento de autenticidade emocional. Num estádio de processamento associado à deteção de saliência emocional (P2), foi encontrada uma amplitude de P2 mais positiva para expressões forçadas (vs. autênticas) tanto no grupo de cegos precoces como no grupo de cegos tardios. Este resultado sugere que a cegueira, independentemente da idade em que esta ocorre, leva a uma reorganização cortical neste estádio do processamento de autenticidade emocional. Por fim, os resultados comportamentais revelam diferenças entre grupos no julgamento de autenticidade, mas não na capacidade de discriminação emocional de risos e choros. Mais especificamente, o grupo de cegos tardios, em comparação com o grupo de indivíduos normovisuais, foi genericamente menos preciso na deteção de autenticidade das vocalizações. Contudo, não foram encontradas diferenças significativas entre a performance dos cegos precoces e a performance dos indivíduos normovisuais, o que sugere que a cegueira tardia, mas não a cegueira precoce, deteriora a perceção de autenticidade emocional.Magro, Tatiana Conde ePinheiro, Ana P.Repositório da Universidade de LisboaSarzedas, João Pereira2023-07-03T15:53:56Z20222022-11-172022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/58414TID:203286294enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T18:22:40Zoai:repositorio.ul.pt:10451/58414Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T18:22:40Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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