Knowledge is not enough: the role of health education in reducing soil-transmitted helminths and Schistosoma mansoni infections in schoolchildren in rural Côte d’Ivoire
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/19072 |
Resumo: | As doenças infeciosas continuam a ser a principal causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento e um quarto destas doenças são causadas por helmintas e protozoários. Globalmente, os helmintas parasitam mais de mil milhões de pessoas e as suas infeções podem causar danos irreversíveis como um atraso no desenvolvimento físico e cognitivo. As infeções mais comuns são feitas por geohelmintas e Schistosoma mansoni e a sua principal estratégia de controlo é a quimioterapia preventiva. No entanto, como esta abordagem não previne a reinfeção, é essencial explorar estratégias complementares como a melhoria do saneamento e a educação para a saúde. Neste estudo, investigamos duas questões que relacionam o conhecimento das crianças com as suas taxas de infeção: (1) se o nível de conhecimento no início do estudo influencia a infeção e (2) se um pacote de educação para a saúde (visualização de um desenho animado seguido de uma sessão de desenhos) aumenta o conhecimento e diminui a taxa de infeção. No início do estudo, crianças (N=2500) pertencentes a 25 escolas na Costa do Marfim foram submetidas a um rastreio de geohelmintas (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos) e S. mansoni e o seu conhecimento foi averiguado através de um questionário. De seguida, todos os participantes foram tratados com albendazol e praziquantel. Treze escolas foram selecionadas para serem submetidas duas vezes ao pacote de educação para a saúde e as restantes doze serviram de controlo. Onze meses após o tratamento, repetiram-se o mesmo rastreio e questionário. As prevalências encontradas são semelhantes às reportadas por outros estudos na mesma região. Em todas as escolas, onze meses após o tratamento, as prevalências de todos os parasitas (exceto Trichuris trichiura) diminuíram significativamente. Embora os questionários tenham revelado que as crianças já possuíam um conhecimento razoável proveniente das aulas, crianças em escolas expostas ao pacote tiveram resultados 10% superiores aos daquelas em escolas não expostas. No entanto, este ganho de conhecimento não reduziu as taxas de infeção. Da mesma forma, no início do estudo, crianças com mais conhecimento não estavam menos infetadas. Finalmente, crianças em escolas com acesso a água potável e latrinas também não estavam menos infetadas do que crianças em escolas sem saneamento básico. Concluímos que na escola já é fornecida alguma informação útil e que isto, juntamente com o efeito do tratamento, pode explicar as prevalências relativamente baixas encontradas. Ainda assim, mostrámos que o pacote de educação para a saúde pode acrescentar conhecimento. A nossa conclusão de que mais conhecimento não se traduz necessariamente em taxas de infeção menores, pode dever-se ao facto das crianças subestimarem o risco destas infeções assim como as escolas possuírem saneamento inadequado e sujo. Estes fatores podem impedir que as crianças usem todo o conhecimento que têm para melhorar os hábitos de higiene. O pacote realça os riscos das infeções mas os resultados sugerem que este assunto poderia ser reforçado. As medidas preventivas recomendadas devem ser, tanto quanto possível, ajustadas ao saneamento existente, mas não se podem esperar os melhores resultados sem uma melhoria simultânea do saneamento. |
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Neste estudo, investigamos duas questões que relacionam o conhecimento das crianças com as suas taxas de infeção: (1) se o nível de conhecimento no início do estudo influencia a infeção e (2) se um pacote de educação para a saúde (visualização de um desenho animado seguido de uma sessão de desenhos) aumenta o conhecimento e diminui a taxa de infeção. No início do estudo, crianças (N=2500) pertencentes a 25 escolas na Costa do Marfim foram submetidas a um rastreio de geohelmintas (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos) e S. mansoni e o seu conhecimento foi averiguado através de um questionário. De seguida, todos os participantes foram tratados com albendazol e praziquantel. Treze escolas foram selecionadas para serem submetidas duas vezes ao pacote de educação para a saúde e as restantes doze serviram de controlo. Onze meses após o tratamento, repetiram-se o mesmo rastreio e questionário. As prevalências encontradas são semelhantes às reportadas por outros estudos na mesma região. Em todas as escolas, onze meses após o tratamento, as prevalências de todos os parasitas (exceto Trichuris trichiura) diminuíram significativamente. Embora os questionários tenham revelado que as crianças já possuíam um conhecimento razoável proveniente das aulas, crianças em escolas expostas ao pacote tiveram resultados 10% superiores aos daquelas em escolas não expostas. No entanto, este ganho de conhecimento não reduziu as taxas de infeção. Da mesma forma, no início do estudo, crianças com mais conhecimento não estavam menos infetadas. Finalmente, crianças em escolas com acesso a água potável e latrinas também não estavam menos infetadas do que crianças em escolas sem saneamento básico. Concluímos que na escola já é fornecida alguma informação útil e que isto, juntamente com o efeito do tratamento, pode explicar as prevalências relativamente baixas encontradas. Ainda assim, mostrámos que o pacote de educação para a saúde pode acrescentar conhecimento. A nossa conclusão de que mais conhecimento não se traduz necessariamente em taxas de infeção menores, pode dever-se ao facto das crianças subestimarem o risco destas infeções assim como as escolas possuírem saneamento inadequado e sujo. Estes fatores podem impedir que as crianças usem todo o conhecimento que têm para melhorar os hábitos de higiene. O pacote realça os riscos das infeções mas os resultados sugerem que este assunto poderia ser reforçado. As medidas preventivas recomendadas devem ser, tanto quanto possível, ajustadas ao saneamento existente, mas não se podem esperar os melhores resultados sem uma melhoria simultânea do saneamento.Infectious diseases remain the leading cause of death in children in developing countries and a quarter of these diseases are caused by helminthic or protozoan parasites. Helminths parasitize over one thousand million people worldwide and their infections can cause irreversible damage to the host, such as physical and intellectual growth retardation. The most common infections are caused by soil-transmitted helminths (STH) and Schistosoma mansoni. Currently, their main control strategy is preventive chemotherapy. However, because this approach does not prevent reinfection, it is crucial to explore complementary strategies such as sanitation improvement and health education. We conducted a cluster-randomized trial to investigate two issues that relate schoolchildren’s knowledge with infection rates. The first is whether the level of knowledge in a baseline population of schoolchildren influences infection rates. The second is whether a health education package (cartoon-video followed by a drawing session) can increase knowledge and decrease infection. At baseline, children from 25 schools in Western Côte d’Ivoire (N=2500) were screened for STH (hookworm, A. lumbricoides, T. trichiura) and S. mansoni using the Kato-Katz technique and their knowledge regarding these infections was assessed using a questionnaire. All participants were then treated with albendazole and praziquantel. Thirteen schools were selected to undergo the intervention with the health education package and the remaining twelve served as control (only preventive chemotherapy). The health education package was repeated six months later. Finally, eleven months after drug administration, children were re-screened for the same parasites and their knowledge was re-assessed using the same questionnaire. Prevalence levels for all parasites were in line with those reported by previous studies in this region. In all schools, eleven months after treatment, prevalence rates of all parasites, except for Trichuris trichiura, were significantly lower than at baseline. Although the questionnaires revealed that children already had a fair amount of knowledge received in class, children from schools which underwent the health education package scored 10% higher in the questionnaire than those in control schools. However, this gain in knowledge did not result in lower infection rates. Likewise, at baseline children with higher questionnaire scores were not less infected. Finally, children in schools with basic sanitation (access to safe water and latrines) were not less likely to be infected. We conclude that children already receive some useful health-related knowledge in school and this, together with the effect of chemotherapy, may explain why the prevalences are relatively low. Still, we found that health education packages can further increase schoolchildren’s knowledge. Our conclusion that higher knowledge levels do not necessarily result in lower infection rates may be a consequence of children underestimating the risks of these infections and of schools having inadequate or dirty sanitation facilities. These factors may prevent children from taking full advantage of their knowledge to improve hygiene behaviours. Although the package highlighted the risks, our results suggest that this topic could be further reinforced. The recommendations of preventive measures should be as much as possible adjusted to the existing sanitation, but optimal results cannot be expected without concurrent sanitation improvement.Instituto de Higiene e Medicina TropicalRASO, GiovannaCUNHA, CelsoUTZINGER, JürgRUNPALMEIRIM, Marta Sólveig2018-04-23T00:30:20Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19072TID:201598132enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:59:02Zoai:run.unl.pt:10362/19072Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:15.220104Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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As doenças infeciosas continuam a ser a principal causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento e um quarto destas doenças são causadas por helmintas e protozoários. Globalmente, os helmintas parasitam mais de mil milhões de pessoas e as suas infeções podem causar danos irreversíveis como um atraso no desenvolvimento físico e cognitivo. As infeções mais comuns são feitas por geohelmintas e Schistosoma mansoni e a sua principal estratégia de controlo é a quimioterapia preventiva. No entanto, como esta abordagem não previne a reinfeção, é essencial explorar estratégias complementares como a melhoria do saneamento e a educação para a saúde. Neste estudo, investigamos duas questões que relacionam o conhecimento das crianças com as suas taxas de infeção: (1) se o nível de conhecimento no início do estudo influencia a infeção e (2) se um pacote de educação para a saúde (visualização de um desenho animado seguido de uma sessão de desenhos) aumenta o conhecimento e diminui a taxa de infeção. No início do estudo, crianças (N=2500) pertencentes a 25 escolas na Costa do Marfim foram submetidas a um rastreio de geohelmintas (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos) e S. mansoni e o seu conhecimento foi averiguado através de um questionário. De seguida, todos os participantes foram tratados com albendazol e praziquantel. Treze escolas foram selecionadas para serem submetidas duas vezes ao pacote de educação para a saúde e as restantes doze serviram de controlo. Onze meses após o tratamento, repetiram-se o mesmo rastreio e questionário. As prevalências encontradas são semelhantes às reportadas por outros estudos na mesma região. Em todas as escolas, onze meses após o tratamento, as prevalências de todos os parasitas (exceto Trichuris trichiura) diminuíram significativamente. Embora os questionários tenham revelado que as crianças já possuíam um conhecimento razoável proveniente das aulas, crianças em escolas expostas ao pacote tiveram resultados 10% superiores aos daquelas em escolas não expostas. No entanto, este ganho de conhecimento não reduziu as taxas de infeção. Da mesma forma, no início do estudo, crianças com mais conhecimento não estavam menos infetadas. Finalmente, crianças em escolas com acesso a água potável e latrinas também não estavam menos infetadas do que crianças em escolas sem saneamento básico. Concluímos que na escola já é fornecida alguma informação útil e que isto, juntamente com o efeito do tratamento, pode explicar as prevalências relativamente baixas encontradas. Ainda assim, mostrámos que o pacote de educação para a saúde pode acrescentar conhecimento. A nossa conclusão de que mais conhecimento não se traduz necessariamente em taxas de infeção menores, pode dever-se ao facto das crianças subestimarem o risco destas infeções assim como as escolas possuírem saneamento inadequado e sujo. Estes fatores podem impedir que as crianças usem todo o conhecimento que têm para melhorar os hábitos de higiene. O pacote realça os riscos das infeções mas os resultados sugerem que este assunto poderia ser reforçado. As medidas preventivas recomendadas devem ser, tanto quanto possível, ajustadas ao saneamento existente, mas não se podem esperar os melhores resultados sem uma melhoria simultânea do saneamento. |
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