Associação Humanitária da Barosa : Um Lar com Vida(s)
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.8/3792 |
Resumo: | O envelhecimento demográfico e humano representa um fenómeno singular para a humanidade e coloca múltiplos desafios à sociedade portuguesa contemporânea. É, neste sentido, que urge compreender se a sociedade atual está preparada para olhar para o envelhecimento da população como um processo natural e não como uma “patologia” ou “fardo” pesado para si e para as famílias. Como tal, torna-se premente analisar o envelhecimento demográfico a partir de uma reflexividade onde o cuidar de idosos vá além de uma dimensão objetiva e seja feito de uma forma mais subjetiva, humana, dialogante e mediadora (Costa, 2002, Antunes, 2017, Moura, 2017), de modo a que as pessoas sejam consideradas como sujeitos e não como objetos (Vieira, R. 2014a). De facto, a presente dissertação debruça-se sobre o modo como são cuidados os idosos em contexto institucional. Com as alterações nos modos de vida das famílias, estas encontram na institucionalização a única solução viável sendo necessário alertar para a importância do papel da família e das relações sociais do idoso no seu processo de adaptação e integração na instituição. Emerge o papel vital da mediação para uma intervenção humanizada com idosos. Deste modo, importa compreender se existem efetivamente práticas de mediação intercultural, por parte das profissionais do lar Associação Humanitária da Barosa, com as famílias de onde provêm os idosos, como, também, no tratamento e intervenção com os utentes compreender se é feito ou não tendo em conta as suas preferências, os seus gostos, as suas características particulares. Assim sendo, a intervenção mediadora em contexto de lar implica um trabalho de relação feito a partir da identidade pessoal dos idosos (Viegas, 2007; Vieira, R., 2009). Considerando a complexidade inerente ao objeto deste estudo privilegiei o paradigma hermenêutico, interpretativo, de descoberta,(Faria & Vieira, 2016; Guerra, 2006), que investiga os sujeitos no seu contexto natural de vida (Vieira, Marques, Silva et al., 2016). Neste âmbito, é fulcral compreender e interpretar os seus gostos, opiniões, comportamentos, conduzindo a que esta investigação seja alimentada, sobretudo, por um paradigma etnográfico de estudo de caso (Stenhouse, 1994, in Amado, 2014). Quanto às técnicas de recolha da informação recorri à análise documental, à observação direta e observação direta participante (Pais, 2006; Clifford, 2002) e a entrevistas individuais semiestruturadas de cariz etnográfico e etnobiográfico (Vieira, 2014b; Faria & Vieira, 2016) ou entrevistas como “conversas” (Burgess, 1997). Mediante isto, foram entrevistados a diretora técnica do lar, a animadora sociocultural, 4 idosos e 1 familiar. As visitas constantes ao campo de estudo e as conversas aprofundadas que fui estabelecendo com os sujeitos desta investigação permitiramme concluir que há efetivamente práticas de mediação no sentido de buscar o empoderamento dos utentes e de os cuidar de uma forma personalizada. São manifestas neste lar práticas potenciadoras de um bem-estar e qualidade de vida subjetivos para o idoso e para a construção dos seus projetos futuros. |
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