Testing the umbrella species approach in riparian forests of Northern Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Sofia Maria Amorim Marques Tropa
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/22453
Resumo: Tese de mestrado, Ecologia e Gestão Ambiental, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015
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spelling Testing the umbrella species approach in riparian forests of Northern PortugalGalemys pyrenaicusRépteisAnfíbiosPeixesRestauração de habitatTeses de mestrado - 2015Departamento de Biologia AnimalTese de mestrado, Ecologia e Gestão Ambiental, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015Increasing biodiversity loss requires application of effective measures. The Umbrella species approach is one of such, where conservation of one or more species provides a protective Umbrella to several other species. This concept holds potential to design priority areas for conservation and guide habitat restoration. However, there is a need for testing this concept before application and identifying specific habitat features by which species benefit from conservation. The riparian forest is generally a critical landscape feature that benefits a variety of aquatic, semiaquatic, as well as terrestrial species. Here, we assessed the potential to guide riparian forest restoration in the Sabor River Basin (Northern Portugal) using the Iberian desman, a threatened semiaquatic mammal endemic of the Iberian Peninsula, as Umbrella species. Present day (2014) and historical (1995) data were used to assess relationships between riparian forest integrity, estimated through photointerpretation, and Iberian desman scats’ presence. Effectiveness of the Iberian desman as Umbrella species, was tested based on relationships between number of species, abundance and presence of amphibian, reptile and fish and Iberian desman presence and scats’ number. We used constrained ordination to evaluate relationships between assemblage structure of fish and amphibians and reptiles and riparian forest integrity. Finally, we evaluated variation in integrity of riparian forest among the two study years, using data obtained through photointerpretation. Positive relationships were identified between Iberian desman presence and scats’ presence and riparian forest integrity. Comparisons between current and historical data revealed that such relationship is presently stronger than it was twenty years ago. Also, the riparian forest integrity of the Sabor River Basin seems to have slightly increased in the past twenty years. The number of endemic species of amphibians and reptiles was positively associated with Iberian desman scats’ number, and so were two endemic species, the Iberian frog and the Iberian emerald lizard, with the Iberian frog being also strongly associated with Iberian desman presence. On the contrary, fish abundance, total number of species and number of native species decreased with Iberian desman presence and scats’ number. Eventually, positive relationships were identified between riparian forest integrity and amphibian and reptile and fish assemblages. Our study supports the vision that the Iberian desman has potential as an Umbrella species to guide habitat restoration and select priority areas of riparian forest for conservation. The riparian forest in the Sabor River Basin seems to be well-preserved and in a better ecological state than twenty years ago. Nonetheless, considering its importance for the whole riparian ecosystem and the increasing human threats it is facing, we advocate a precautionary approach, through its restoration. This may favour the recovery of the Iberian desman and the persistence of several co-occurring species, including endemic ones.A atividade humana desempenha um papel importante na determinação dos padrões de biodiversidade que observamos hoje e vai continuar a fazê-lo num futuro próximo com o aumento da perturbação e modificação dos ecossistemas. A crescente perda de biodiversidade requer a avaliação e aplicação de medidas de gestão eficazes e financeiramente sustentáveis, tendo em conta a falta de fundos para investigação e conservação a nível global. O conceito de espécie Umbrella, em que a conservação de uma ou de um grupo de espécies pretende proteger as comunidades no global, tem sido debatido pela sua aplicação sem testes prévios à sua eficácia e pela necessidade de melhor definição de critérios de seleção da espécie Umbrella. Porém, torna-se cada vez mais claro que este conceito possui interesse, requerendo avaliação detalhada que fundamente a sua aplicação. O conceito parece ter potencial para projetar ações de gestão, tais como o desenho e seleção de áreas e habitats prioritários para conservação, e para guiar ações de restauração de habitat. Mas avaliações recentes salientam a necessidade de testar o conceito antes da sua aplicação e de identificar mecanismos através dos quais a espécie Umbrella e espécies coocorrentes beneficiam da conservação, tais como componentes de habitat e requisitos ecológicos específicos. Para além disto, parece relevante que as espécies coocorrentes e a espécie Umbrella respondam de forma semelhante ao stress ou recuperação ambiental. As florestas ripícolas são um habitat perturbado pelo Homem e um componente essencial na manutenção da integridade e biodiversidade dos ecossistemas de água doce. Diversas espécies utilizam esta área devido às condições físicas que lhe estão associadas, bem como a disponibilidade de recursos alimentares e interações subjacentes. Em particular, a floresta ripícola é uma componente importante que parece beneficiar a toupeira-de- água (Galemy pyrenaicus - Sain-Hilaire, 1811), uma espécie sensível e ameaçada, e muitas outras espécies de vários taxa. Porém, fatores como poluição doméstica e industrial, extração de inertes, pastoreio intensivo, regulação de canais e construção de barragens estão a causar impactos neste habitat, com danos na floresta ripícola e tornando imperativa a sua preservação. Muitos destes fatores provocam mudanças na quantidade e qualidade da água, bem como modificam a estrutura das margens e rios que fornecem abrigo, alimento e proteção à toupeira-de-água, potencialmente afetando-a. De facto, estudos recentes e a decorrer apontam para uma drástica diminuição da presença de toupeira-de-água nos últimos anos, estando a sua presença limitada a locais com alta qualidade ambiental e necessita de avaliação de novas medidas de gestão que tenham em vista a sua conservação. Em adição, tem sido sugerido que espécies especialistas com requisitos específicos poderão ser melhores candidatos a espécie Umbrella que outras espécies generalistas. A toupeira-de-água, sendo relativamente rara e sensível à perturbação humana e ocorrendo em habitats específicos, pode ser considerada uma espécie especialista, preenchendo importantes critérios chave utilizados para a seleção da espécie Umbrella. Neste estudo, pretendeu-se avaliar o potencial da toupeira-de-água como espécie Umbrella para guiar a restauração da floresta ripícola, utilizando como caso de estudo a Bacia hidrográfica do Rio Sabor. As análises foram efetuadas com base em dados de prospeção de dejetos de toupeira-de-água recolhidos em 2014, e dados históricos de presença/ausência de toupeira-de-água recolhidos em 1995. Especificamente, testámos através de regressão logística, a diferentes escalas espaciais, as relações entre a presença de dejetos de toupeira-de-água e variáveis de integridade da floresta ripícola. Estas variáveis foram obtidas através de fotointerpretação de imagens aéreas dos dois anos, permitindo, através de testes de diferenças, comparar a floresta ripícola entre 1995 e 2014. As variáveis de integridade da floresta ripícola foram selecionadas com base em evidências anteriores da sua importância e pela sua facilidade de amostragem e incluem a conectividade longitudinal, a continuidade e a largura da mancha de floresta ripícola, bem como a presença de arbustos e copa. A fotointerpretação foi realizada à escala de 50 metros, com posterior aglomeração a escalas mais abrangentes, de 100, 200, 500 metros e total do local amostrado (88-978 metros). Para testar a eficácia da toupeira-de-água como espécie Umbrella, utilizámos regressão logística para avaliar as relações entre a presença de toupeira-de-água e número de dejetos da mesma e o número de espécies, abundância e presença de grupos de espécies coocorrentes aquáticas - peixes – e semiaquáticas – anfíbios e répteis. Esta análise foi realizada à escala total dos locais amostrados, avaliando apenas os locais comuns entre os grupos. As espécies coocorrentes foram caracterizadas em termos de abundância no caso dos peixes, com base em dados de 2012, e presença no caso dos anfíbios e répteis, com base em dados de 2014. Para avaliar se cada um destes grupos coocorrentes globalmente partilha a floresta ripícola como requisito ambiental com a toupeira-de-água e portanto poderia também beneficiar da sua restauração, foram realizadas análises de redundância para determinar a relação entre a estrutura das respetivas comunidades e as variáveis de integridade ripícola. Foram identificadas relações positivas e significativas entre as variáveis de integridade ripícola e toupeira-de-água. A comparação da situação atual com os dados históricos revelou uma relação efetiva entre as variáveis de integridade ripícola e a presença toupeira-de-água mais forte em 2014, com a maioria das variáveis testadas a apresentar relações significativas e positivas, enquanto em 1995, a conectividade longitudinal apresentou uma relação significativa com a presença de toupeira-de-água. Apesar de esta relação ter sido detetada a todas as escalas, foi menos evidente à escala de 50 metros do que às restantes, demonstrando a importância da conservação da vegetação a larga escala para beneficiar a toupeira-de-água. O número de espécies endémicas de anfíbios e répteis parece apresentar uma relação com o número de dejetos de toupeira-de-água. Para além disto, duas espécies endémicas – a rã ibérica e o lagarto-de-água - tiveram uma relação positiva com o número de dejetos de toupeira-de-água, sendo que a rã ibérica apresentou também uma forte relação com a presença de toupeira-de-água. Foram encontradas relações negativas entre a abundância, número de espécies e número de espécies nativas de peixes, e presença e número de dejetos de toupeira-de-água. Especificamente, as variáveis de integridade ripícola apresentaram uma relação positiva com o total de espécies e número de espécies nativas de peixes. O mesmo sucedeu com número de espécies endémicas de anfíbios e répteis. Detetámos um ligeiro aumento de integridade da floresta ripícola em 2014, não tendo sido porém identificadas diferenças na Largura da floresta ripícola, refletindo possivelmente o declive do vale do Sabor, que mantém o crescimento da floresta ripícola limitado a uma estreita faixa nas margens do rio. Não foram detetadas diferenças entre os dois anos à escala total do local amostrado, revelando que as alterações ainda não são significativas a uma escala mais larga. Este estudo demonstra que a toupeira-de-água possui potencial como espécie Umbrella para guiar a restauração de habitat e selecionar áreas de floresta ripícola prioritárias para conservação da biodiversidade no futuro, tendo em conta o crescente número de ameaças impostas pelo Homem. Porém, as relações encontradas entre toupeira-de-água e os grupos coocorrentes de peixes, anfíbios e répteis evidencia que a utilização da primeira como espécie Umbrella pode requerer estudos complementares, que avaliem diferentes requisitos ecológicos e factores de ameaça comuns entre espécies. A floresta ripícola da bacia do Rio Sabor parece revelar uma maior integridade hoje e a sua relação com a toupeira-de-água parece ser mais forte, mas a presença de toupeira-de-água parece continuar a diminuir em praticamente toda a sua área de distribuição. Mesmo que a floresta ripícola apresente uma melhoria ligeira na qualidade a nível global, existem áreas em pior estado que deverão ser recuperadas, nomeadamente no âmbito de medidas de mitigação e de minimização de impactes resultantes da construção do projeto de Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor. Em particular, a restauração das condições de conectividade e presença de copa, poderá beneficiar fortemente a toupeira-de-água e outras espécies coocorrentes. Em termos gerais, tendo em conta o bom estado geral de conservação floresta ripícola na Bacia hidrográfica do Rio Sabor e, paralelamente, as crescentes ameaças que a própria enfrenta, sugerimos uma abordagem precaucionaria, que contemple a sua preservação e recuperação para favorecer a recuperação da toupeira-de-água e a persistência de várias espécies coocorrentes, incluindo espécies endémicas.Quaglietta, LorenzoMagalhães, Maria Filomena, 1964-Repositório da Universidade de LisboaCoelho, Sofia Maria Amorim Marques Tropa2016-01-28T15:18:35Z201520152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/22453TID:201071827enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:09:40Zoai:repositorio.ul.pt:10451/22453Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:40:03.251557Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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