Impacte da pandemia por COVID-19 nos enfermeiros de reabilitação portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Padilha,José Miguel Dos Santos Castro
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Silva,Rui Pedro Marques da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-30232020000300102
Resumo: RESUMO Introdução: A pandemia por COVID-19 tem causado um impacte mundial significativo ao nível da saúde e ao nível socioeconómico. Paralelamente, tem causado uma sobrecarga nos sistemas de saúde e nos seus profissionais, entre os quais os enfermeiros de reabilitação. A real expressão desse impacte ao nível dos enfermeiros de reabilitação é desconhecida. Objetivo: Avaliar o impacte da pandemia por COVID19 nos enfermeiros de reabilitação portugueses. Método: Estudo observacional, descritivo e transversal, com uma amostra não probabilística de enfermeiros de reabilitação portugueses com desempenho de funções em qualquer tipologia de serviço nos três meses anteriores à recolha de dados. A recolha de dados realizou-se no início do terceiro trimestre de 2020 através de um questionário online disponibilizado por email. Resultados: Amostra constituída por 146 enfermeiros especialistas em Enfermagem de reabilitação (EEER), dos quais 31% (n=45) teve de cessar a prestação de cuidados especializados durante a pandemia (aumento de 2,7x). Relativamente à satisfação com a qualidade dos cuidados prestados, a média antes do início da pandemia situava-se em 3,95 (SD±0,75) e durante a pandemia desceu para 2,9 (SD±1,11) (escala de Likert de 5 pontos). Dos participantes. 73,3% (n=107) referem que tiveram de seguir, em algum momento, orientações institucionais em desacordo com os seus princípios éticos e deontológicos, havendo 69,9% (n=102) que refere ter tido necessidade, em pelo menos uma situação, de priorizar a que pessoas doentes prestar cuidados. Durante a pandemia os EEER recorreram a colegas peritos e a recursos online para aumentar conhecimentos e capacidades em relação aos cuidados inerentes à pandemia. Conclusão: Durante o primeiro pico pandémico por COVID 19 uma parte significativa dos EEER teve de assegurar apenas cuidados gerais. Os principais desafios enfrentados pelos EEER foram no domínio da organização e gestão dos cuidados devido à maior complexidade dos doentes, à maior carga burocrática, às mudanças no relacionamento com os colegas de trabalhos e à necessidade de balanço entre a vida profissional e pessoal. Verificou-se diminuição da satisfação com a qualidade dos cuidados prestados, bem como uma elevada percentagem de EEER que vivenciou desafios éticos e deontológicos. De forma a assegurar a sua formação contínua e para atualizar as competências e garantir a qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem, os EEER revelaram dinamismo e apetência para a utilização das tecnologias da informação e comunicação.
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