Repensar o Ensino Superior
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32346 |
Resumo: | No decorrer das últimas décadas, o Ensino Superior tem evidenciado mudanças significativas, tanto na conceção de lógicas curriculares, como na reformulação de estratégias pedagógicas, e até mesmo no entendimento do binómio docente / discente. Em contexto europeu, tornam-se particularmente relevantes as consequências teóricas e práticas que a implementação do processo de Bolonha trouxe consigo. Assistimos a uma coexistência desafiante entre a globalização inerente ao conceito “Europa”, e um marcado ênfase na individualidade do sujeito aprendente, evidenciada na valorização da autonomia intelectual, bem como de competências várias, designadamente um investimento na criatividade e na capacidade de desenvolver trabalho colaborativo. Esta dicotomia “Eu” / “Outro” dilui-se no evidente impulsionar de um sentido de pertença a contextos vários, no decorrer da experiência vivida pelos estudantes universitários, e que vai prolongar-se ainda aquando da inserção na carreira profissional, com a expectável transferência de competências para o mercado de trabalho. A afirmação da mudança curricular e pedagógica tem vindo a revelar-se inevitável, designadamente com o surgimento de novas propostas de ensino e de uma reformulação profunda do entendimento do papel das universidades na formação do indivíduo, na sua conceção pessoal, social e cultural. São, deste modo, feitos os primeiros ensaios de aplicabilidade institucional de novos paradigmas emergentes. O surgimento das pedagogias transformativa e integrativa exemplifica uma evidente aposta no novo entendimento do estudante, concebido na sua plenitude multidimensional, em resposta às exigências de um tempo e de um espaço de fronteiras esvaídas, onde as comunicações síncrona e assíncrona não raro coexistem. Pretendemos ler alguns momentos chave neste claro processo de mudança de paradigma no Ensino Superior, sob um ponto de vista diacrónico, e com o intuito de contextualizar novas possibilidades de conceber a preparação académica dos futuros profissionais do sector marítimo. Validaremos a importância da aplicabilidade experiencial no processo de aprendizagem, designadamente através da exploração metodológica de living labs, bem como do crescente estreitamento de laços entre as realidades académica e empresarial. Paralelamente, iremos refletir sobre novas possibilidades de inovação pedagógica e curricular, no sentido de ir ao encontro das exigências atuais do mercado de trabalho: autonomia, liderança, adaptabilidade, capacidade de resolução de problemas, sentido de pertença a uma lógica coletiva, sem detrimento da individualidade própria de cada agente no processo educativo. |
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Repensar o Ensino SuperiorRepensar o Ensino SuperiorResumoNo decorrer das últimas décadas, o Ensino Superior tem evidenciado mudanças significativas, tanto na conceção de lógicas curriculares, como na reformulação de estratégias pedagógicas, e até mesmo no entendimento do binómio docente / discente. Em contexto europeu, tornam-se particularmente relevantes as consequências teóricas e práticas que a implementação do processo de Bolonha trouxe consigo. Assistimos a uma coexistência desafiante entre a globalização inerente ao conceito “Europa”, e um marcado ênfase na individualidade do sujeito aprendente, evidenciada na valorização da autonomia intelectual, bem como de competências várias, designadamente um investimento na criatividade e na capacidade de desenvolver trabalho colaborativo. Esta dicotomia “Eu” / “Outro” dilui-se no evidente impulsionar de um sentido de pertença a contextos vários, no decorrer da experiência vivida pelos estudantes universitários, e que vai prolongar-se ainda aquando da inserção na carreira profissional, com a expectável transferência de competências para o mercado de trabalho. A afirmação da mudança curricular e pedagógica tem vindo a revelar-se inevitável, designadamente com o surgimento de novas propostas de ensino e de uma reformulação profunda do entendimento do papel das universidades na formação do indivíduo, na sua conceção pessoal, social e cultural. São, deste modo, feitos os primeiros ensaios de aplicabilidade institucional de novos paradigmas emergentes. O surgimento das pedagogias transformativa e integrativa exemplifica uma evidente aposta no novo entendimento do estudante, concebido na sua plenitude multidimensional, em resposta às exigências de um tempo e de um espaço de fronteiras esvaídas, onde as comunicações síncrona e assíncrona não raro coexistem. Pretendemos ler alguns momentos chave neste claro processo de mudança de paradigma no Ensino Superior, sob um ponto de vista diacrónico, e com o intuito de contextualizar novas possibilidades de conceber a preparação académica dos futuros profissionais do sector marítimo. Validaremos a importância da aplicabilidade experiencial no processo de aprendizagem, designadamente através da exploração metodológica de living labs, bem como do crescente estreitamento de laços entre as realidades académica e empresarial. Paralelamente, iremos refletir sobre novas possibilidades de inovação pedagógica e curricular, no sentido de ir ao encontro das exigências atuais do mercado de trabalho: autonomia, liderança, adaptabilidade, capacidade de resolução de problemas, sentido de pertença a uma lógica coletiva, sem detrimento da individualidade própria de cada agente no processo educativo. In the last few decades, Higher Education has revealed significant changes, both in what concerns curricular development, and the restructuring of pedagogical frameworks, as well as the way the relationship between students and educators is conceived. Within the European context, the implementation of the Bologna Process has brought significant theoretical and practical consequences. We are now witnessing a challenging coexistence between the globalization inherent to the concept of “Europe”, and a significant emphasis given to the learning individual. Such value given to individuality takes various forms, namely intellectual autonomy, and several particular competencies and skills, such as creativity and the ability to develop and sustain collaborative work. The dichotomy “I” versus “the Other” dilutes itself, as a clear need to stimulate a sense of belonging to different contexts emerges during academic life and is maintained within the professional career, with an expected transference of skills and competencies. We intend to look at some key stages in this clear development of a paradigm shift within Higher Education, from a diachronic point of view, in order to contextualize new possibilities to conceive the academic training of future professionals in the maritime sector. As such, we shall demonstrate the validity of experiential learning, namely through the methodological experimenting with living labs, as well as a strengthening link between academia and the corporate world. Simultaneously, we intend to consider new possibilities for curricular and pedagogical innovation, geared towards the current demands in the job market: autonomy, adaptability, leadership, conflict resolution, a sense of collective belonging coexisting with a strong awareness of the self and the individual role played by each actor in the educational process. Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém2023-12-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32346por2182-9608Teixeira, Ana Luísainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T19:15:54Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/32346Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:04.005541Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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